Seus dedos finos tocavam as páginas do livro que estava lendo, Max, de pé em frente a escrivaninha, tinha um pequeno sorriso no rosto lendo palavra por palavra. Era um romance fascinante que havia encontrado em uma biblioteca em um de seus vários passeios noturnos. Max estava bem relaxado enquanto mexia no chá ao lado do livro.
Estava prestes a virar a primeira página e se sentar quando suaves batidas na porta arrancaram Max de sua fictícia realidade. O ex-líder suspirou e pediu para quem estivesse batendo entrasse. O flamejante sorriu ao saber quem era através do perfume forte e adocicado. Combinava com o dono.
— Preciso falar com você, é muito sério.
— Tudo bem, Dante? Como vai o dia? — Max perguntou com deboche.
— Péssimo. Me diga: por que você atirou em um mundano? Me explique isso e eu não relato à Central sobre esse crime.
Max fechou totalmente o sorriso e bateu o livro, fechando-o com grosseria. Max virou para o Dante com os olhos raivosos, o soldado não havia ao menos mostrado indícios de receio, encarava Max com a mais simples das expressões sérias. O flamejante descobriu que não havia como se acalmar por instantes e ler um livro em paz, alguma coisa sempre acontece para tirar sua tranquilidade.
— Você não pode chegar no meu quarto e me exigir respostas! — Max falou indignado. Sua trança embutida chicoteou de um lado a outro com seu movimento de cabeça.
— Eu posso e eu vou — Dante rebateu dando um passo à frente — Max, o que você fez é sério, pode matar aquele homem. Temos que relatar isso à Central.
— Tomara que ele morra mesmo, estaria fazendo um grande favor para a sociedade — Max disse entre dentes dando um passo à frente assim como Dante.
— Me fala quem é ele e o que ele fez para merecer aquilo — Dante estava mais próximo do que sua consciência o permitia perceber — Ou eu mesmo vou à Central e conto o que aconteceu.
Max levantou o queixo para parecer mais condescendente e então disse com seu rosto a centímetros de Dante.
— Você não teria coragem... — sua voz saiu lenta e ameaçadora.
Dante olhou por todo o seu rosto, seus lábios tremeram e sua posição quis adquirir uma nova forma, porém Dante se conteve com muita força.
— Ah, eu teria, eu teria muita coragem de fazer isso — Dante desceu os olhos para seus lábios — Você não tem ideia...
Max teve a impressão de que ele se referia a outra coisa, mas isso não foi o suficiente para acalmá-lo e deixar o assunto de lado. Max estava bravo e queria deixar Dante no mesmo estado.
— Então faça isso, mas saiba que terá volta — ameaçou de novo — Qualquer deslize seu, a Central saberá.
Max saiu de perto do homem e foi até a sua cama.
— Você quer mesmo que eu diga? Lembre-se que será mais difícil conseguir seu cargo de líder novamente — Dante disse mais alto.
Max virou para ele com a expressão indignada no rosto. Não podia acreditar que Dante estava fazendo uma grande chantagem emocional para si, ainda mais uma naquele nível. Max cruzou os braços e se sentou na cama, Dante queria respostas daquilo que talvez Max não conseguiria falar. O ex-líder teria que se contentar com a dificuldade e encará-la de frente. Dante queria respostas, então ele as teria.
— Tudo bem, eu te conto, sente-se ai — indicou a cadeira da escrivaninha com o queixo; Dante fez sem pestanejar. — Eu tenho minhas condições.
— Você sempre tem — Dante disse cruzando os braços também.
— Essa conversa não sai por aquela porta, você não poderá comentar nada enquanto eu estiver falando, eu quero que preste muita atenção — Max dizia com os olhos fixos em Dante, estava tentando demonstrar o quão sério aquilo tudo poderia ser.
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ØRIGINAIS
FantasySubmundanos criados para matar anjos, seres que não são o que todos pensam. Cada um tem seu poder, cada um tem sua missão, cada um por si. Onde não há espaço para paz, pode haver um espaço para o amor. Amor de um líder para um soldado. Aparência de...