Maximiliano

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Max se encolheu melhor dentro do casaco e hesitantemente tocou a maçaneta da pequena conveniência. O tempo estava frio, havia uma semana que Los Angeles havia entrado no inverno, e para um menino desabrigado, ficar naquele frio não era nada seguro, ainda mais para uma criança de treze anos.

Max passou pelas prateleiras olhando todo o tipo de comida industrializada que havia ali. Havia conseguido uma carteira que ele mesmo roubou em uma multidão e agora calculava o que ele poderia comprar com vinte dólares.

Sua pequena mão pegou um pacote de biscoito e seus passos pequenos foram para o freezer, e rapidamente pegou um suco de garrafa. Seus passos até o balcão foram lentos, ainda sentia uma dor forte em suas costas por causa do seu último "cliente", ele havia usado seu cinto como um castigo sem motivo plausível, apenas para alimentar seu ridículo fetiche.

Max colocou os produtos na frente do atendente, esperando-o ler o código de barras e dar o valor que devia pagar. Ouviu o som alto do caixa lendo o valor do produto ao mesmo tempo em que ouvia o som do sino tocando na porta indicando que mais alguém havia entrado. Seus olhos estavam fixos no moço colocando sua comida na sacola transparente, não ligava para o novo cliente que havia entrado.

Max pegou a carteira roubada e tirou de lá dois dólares e estendeu para o atendente. O moço fez menção de pegar as notas, porém foi parado pelo outro cliente que a pouco havia entrado na loja.

— Eu pago para esse mocinho — disse a voz rouca do homem ao lado de Max.

O jovem que recém havia descoberto seus poderes olhou para o velho ao seu lado. Ele tinha uma grande barba, uma saliência na barriga que com certeza vinha das grandes quantidades de bebida, alguns dos seus dentes faltavam e pela camisa suja, ele com certeza era um mendigo.

— Eu não preciso do seu dinheiro, e não é como se você tivesse muita coisa — Max entregou as notas para o atendente e pegou suas compras — você tem cara de que não tem aonde cair morto.

Max dizia com a voz pesada pelo cansaço. Ele virou o corpo para ir embora, mas teve o ombro agarrado com força.

— Quem...

Max segurou o pulso do velho e tirou rapidamente uma faca que havia dentro do bolso de seu casaco. Levado pela raiva que conteve durante todos esses anos, Max coloca a palma da mão do homem sobre o balcão, e sem nenhum pingo de remorso, Max finca a faca na mão do homem, prendendo sua palma contra a madeira branca onde havia várias latas de cerveja que o homem comprava.

— Não toque em mim.

Ouviu o grito e viu o sangue.

Foi ali que ele decidiu: se quiser tocar em qualquer parte do meu corpo, entenda que sofrerá as consequências.

~~~

Max abriu os olhos assustado, fazia muito tempo que não tinha aquele tipo de sonho que apenas trazia lembranças. Era sufocante como um inferno particular, rebobinando a fita da sua vida cada vez que fechava os olhos.

De primeira não reconheceu o lugar onde estava, era tudo claro demais, diferente de seu quarto. Ouviu um resmungo ao seu lado, e atordoado, olha em direção ao som.

Era Dante. Max havia agarrado seu pulso sem ao menos perceber, e pela posição que o soldado permaneceu, ele com certeza estava preparado para tocar a pele de Max com a grande bola de algodão que estava em sua mão.

— O que você está fazendo? — Max perguntou com a voz rouca por ter recém acordado.

— Eu é quem pergunto. O que você está fazendo? — Dante falou levemente indignado.

ØRIGINAISOnde histórias criam vida. Descubra agora