Ao acordar, a primeira coisa que Dante viu foi o teto escuro de seu quarto, depois percebeu que estava suando por causa do amontoado de coberta sobre o seu corpo. Los Angeles parecia ter acordado com raiva naquela dia.
Quando desceu as escadas que davam para o refeitório, Dante viu que Tiana e Max pareciam discutir sobre alguma coisa. A menina tinha a expressão fechada e Max parecia tentar convencê-la de alguma coisa, algo que Dante não conseguia compreender de longe. Max pegou uma colher e a levantou entre os dedos, tentando dar alguma coisa na boca da menina.
Dante riu levemente e se aproximou da mesa, tentando ver o que estavam aprontando dessa vez. Max pediu para a Tiana ficar parada, mas ela negou com a cabeça e começou a mover o rosto de um lado para o outro, fugindo da colher que tentava entrar na sua boca.
— Isso é fruta, Tiana, não existe uma pessoa no mundo que não goste de fruta — Max falou com a colher rodando perto do rosto da menina, que ainda se negava a comer.
— Eu sou uma pessoa que não gosta de fruta — Tiana choramingou — Elas são azedas e amargas, eu não gosto.
— E que tipo de fruta você anda comendo? Vai acabar ficando doente.
— Guardiões não ficam doentes!
Max suspirou e deixou a colher dentro do pote cheio de salada-de-fruta, derrotado. Aquela criança era realmente teimosa, disso Max não teria dúvidas pelo resto da vida. Dante finalmente deu as caras na mesa e se sentou ao lado da sobrinha, vendo-a encarar o pote cheio de frutas picadas. Ela parecia indecisa agora.
Dante sussurrou que lhe daria um sorvete caso comesse a salada-de-fruta e logo a menina estava com a colher enfiada na boca. Max olhou indignado para Dante, não era uma boa ideia subornar uma criança daquela forma, não mesmo. Dante entendeu a expressão de Max e sorriu quando ele moveu os lábios com o seu nome mudo soando neles, ele estava lhe repreendendo através do olhar.
Dante levantou os ombros como se estivesse perguntando o porquê disso.
— O Nicolás vai sair em missão hoje, você vai comigo se despedir dele? — Dante perguntou à menina.
— Eu vou sim — Ela sorriu abertamente, o espaço vazio de seu dente já estava se preenchendo.
— Então termina de comer e nós vamos lá juntos, tudo bem?
A menina concordou com a cabeça e voltou a comer a salada de fruta, alegre como sempre. Dante estava apaixonado pela meiguice de sua sobrinha, uma verdadeira princesa.
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— Tome cuidado, Nicolás — Dante falou colocando a mão no ombro do Capitão.
— E quando eu não tomo cuidado, Dante? — o homem respondeu sorrindo.
Dante estava bastante preocupado com a viagem de Nicolás, ele não estava se importando com o tempo ruim, nem para as condições do navio, aquilo poderia dar muito errado, Dante estava preocupado com isso.
— Eu trarei um chaveiro para a sua coleção, certo? Vindo diretamente do Caribe, o que acha? — Nicolás sempre muito gentil.
— Eu acho incrível.
Tiana deu um abraço na perna do homem mais velho e ele lhe afagou a cabeça, tomando cuidado com o laço que decorava os cabelos compridos de Tiana. A menina recebeu um beijo na testa e deu um beijo na bochecha do Capitão, desejando boa sorte.
Dante apostava que Tiana amava Nicolás como ele ama, tinha quase absoluta certeza que o capitão fez o chão de espuma no navio, a mesma coisa que havia feito para Dante, com a intenção de alegrar a menina, o Nicolás provavelmente teria chamado todos os soldados para brincar junto a eles na intenção de arrancar sorrisos da pequena.
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ØRIGINAIS
FantastikSubmundanos criados para matar anjos, seres que não são o que todos pensam. Cada um tem seu poder, cada um tem sua missão, cada um por si. Onde não há espaço para paz, pode haver um espaço para o amor. Amor de um líder para um soldado. Aparência de...