Dante

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Aquela teoria de Max era maluca, mas não impossível. Fazia sentido, mas era algo muito absurdo na visão de Dante. Maurício era um grande amigo de Nicolás, estava a anos ao lado dele, antes mesmo de Dante entrar na marinha, o braço direito.

Ele sempre fora gentil, mas Dante não sentia tanta empatia por ele, não ao ponto de imaginar uma traição, nunca foi de imaginar o pior das pessoas, de qualquer forma. Estava muito confuso e tentava ao máximo se concentrar para não fazer alguma besteira, precisava de provas contra Maurício, precisava ter certeza do que ele planejava.

Muita coisa para processar em muito pouco tempo.

Depois do banho, Dante abriu o computador e olhou as coordenadas do navio de Nicolás, o Titãs RMS, em homenagem ao grande e incrível Titanic, lançado em 1911, projetado por Thomas Andrews. As coordenadas Dante já sabia, mas queria verificar para saber por onde o navio andou ou
aonde está.

Acessar foi fácil, mas processar as informações em sua cabeça foi difícil.

Como assim Miami, na Flórida?

— O que achou aí? — Max perguntou enquanto comia um cereal que o próprio Dante deu a ele.

— O navio saiu da Flórida, não da Califórnia — Dante atualizou as informações, recebendo os mesmos dados — Não era para ser assim.

— Olha aqui — Max apontou para a tela — O Nicolás partiu do Instituto pela manhã, mas a hora de partida está às nove, isso está certo? Demora tanto assim para um navio sair da costa?

— Não um navio guardião — Dante digitou mais algumas coisas e então olhou indignado para o computador — 2014? Esses dados não estão certos, mudaram as informações do satélite guardião, substituíram as originais.

Max olhou para o computador e depois para Dante, vendo que aquele problema era maior do que imaginavam. Mudar as imagens de satélite? Isso era algo mais profundo do que poderiam ter noção, apenas um poder pode fazer isso no mundo deles.

— O Gladio, eles são os únicos que podem fazer isso — Max afirmou, olhando indignado para Dante — Quem quer que tenha feito isso, tem o apoio de uma força maior, e sem dúvidas, pode ter a ajuda de outros Institutos.

Max estava certo, se tinham a ajuda do Gladio, poderiam também ter a ajuda de outros lugares. Quanto mais pesquisavam, mais eles entravam em um lugar perigoso, como se estivessem caçando a própria morte, e aquilo deixou os dois espantados, como se não fossem capazes de suportar cada consequência daquilo que estava acontecendo.

— Não sabemos o que ele pode querer estando no comando da marinha, muito menos o que ele pretende, mas eu tenho uma certa ideia de que com certeza ele quer dividir mais ainda o Instituto — Dante falou — Ele foi o primeiro a pedir a prolongação das atividades que visavam a boa convivência entre todos, ele já tinha um plano escrito por Nicolás, não precisava adiar nada.

Max concordou com a cabeça, completamente centrado em entender o que estava acontecendo. Ainda era muito cedo e quase ninguém estava acordado naquele momento, deixando o espaço livre de som, melhorando a capacidade de compreensão deles dois.

De repente, o toque de um celular, Max olhou para todos os lados, passando a mão no bolso, Dante fez o mesmo e depois encontrou o aparelho sobre a mesinha-de-cabeceira, atendendo e levando o celular até o ouvido. Ele perguntou com quem falava.

— Dante, sou eu, o George.

Dante se assustou e colocou o celular no viva voz, deixando Max ouvir a conversa também. Aquilo poderia ser a luz no fim do túnel para eles.

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