Maximiliano

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Max permaneceu em seu quarto até às duas da manhã, esperando o momento certo para sair do quarto e encontrar Dante fora do Instituto. Max tinha conseguido uma capa para violão, assim como Dante, que pegou a sua própria, onde estaria guardada três tipos de armas e alguns projéteis, além de comida e mais alguns instrumentos que poderia os auxiliar nessa nova missão.

Eles saíram assim que o horário marcado chegou. Conseguiram um carro no subsolo, não na garagem onde sempre pegavam os carros e as motos para as missões. Com a ideia de abandonar o Instituto com o Maurício, Dante passa o trajeto inteiro conversando com um homem chamado Victor, capitão do Instituto de Menen, na Bélgica.

Ao que tudo indica, Dante salvou a vida do filho dele, que quase morria por um engasgo aos três anos de idade. Victor havia ficado tão alegre e aliviado por isso, que afirmou que devia algo ao Dante, que poderia cobrar a qualquer momento. E agora, cinco anos depois, Dante cobrava a dívida com o homem belga.

— Apenas mantenha a atenção sobre o Instituto de Los Angeles, possivelmente está acontecendo um conflito que precisa de supervisão, qualquer coisa errada, me avise — Dante falava enquanto Max dirigia com velocidade — Eu vou te mandar um número que manterá contato sempre que houver algo suspeito, tudo bem?

— Tudo bem. Eu vou agora começar a ver isso, não se preocupe.

A voz dele era grossa, mostrando uma idade mais avançada, também era sonolenta, já que possivelmente havia acabado de acordar. Ele agradeceu a Dante novamente pelo ato nobre de ajudar seu filho e disse que nada passaria de seus olhos, ainda disse que daria cobertura no radar do helicóptero que há pouco voará. Depois a ligação se encerrou.

— Que bonito, você salvou a vida de uma criança — Max comentou enquanto mudava a marcha do carro.

— Foi inevitável, não dava para ver o menino quase morrendo e não ajudar ele — Dante respondeu como se fosse algo simples.

— Eu nunca tive a oportunidade de salvar a vida de uma pessoa — Max disse — Quem sabe um dia.

— Mas já matou duas crianças.

Max olhou para o soldado com uma sobrancelha arqueada, sarcástico:

— Foi necessário. Não tem como vencer essa discussão.

Dante fez um som ofendido e então cruzou os braços, impugnado.

— Ainda foi cruel.

~~~

Max esperou por longos minutos para poder entrar no helicóptero, Dante ligou tudo com calma, teve que esperar para organizar cada detalhe para levantar voo e partirem para Varadero. Mas o resultado foi incrível.

O mar de luz que banhava a cidade de Los Angeles, todas as cores, era simplesmente lindo. Max ficou completamente encantado com tudo o que via, tinha os olhos brilhando com o reflexo das luzes, o rosto curioso para ver tudo o que podia daquele ângulo.

Foi a coisa mais impressionante que poderia ter visto.

— Você aparentemente gostou — Dante comentou.

Max ouviu a voz dele pelo fone que lhe protegia do som e pressão do helicóptero. Foi impossível não dar um sorriso com o que estava vendo, apesar das circunstâncias, aquele era um momento maravilhoso para ser adjetivado como romântico.

Max se sentiu brega por pensar nisso.

— Eu adorei, na verdade — Max respondeu baixo, encolhendo-se contra o próprio corpo.

— Acho que você amaria uma viajem de navio. Tem uma parte em baixo onde ficamos na mesma altura que as ondas, é a coisa mais linda que você verá na sua vida, além do horizonte no pôr e no nascer do sol.

ØRIGINAISOnde histórias criam vida. Descubra agora