¤ O Pecador.
— E se eu te disser que gostei dele? — questionou David.
— Isso será uma opinião propriamente sua — respondeu Max.
Desde que acordara, Max vem ouvindo David falar de Dante como se fosse um grande amigo seu, não era nada relacionado a ciúme ou qualquer coisa parecida que Max condenava como ridículo, só tinha um pouco de raiva por ter que dividir suas missões com um novo soldado que nem ao menos sabia os antecedentes. Era quase uma calúnia à sua competência.
— Dá uma chance a ele, Max — disse David — Dante parece legal, ainda por cima é novo aqui, parece bem deslocado. Você não tem como fugir dessa ordem e Dante não tem culpa dela existir, tente tornar as coisas mais fáceis para vocês dois.
— Seu papel como conselheiro não funciona comigo — disse fuzilando as costas do assunto em questão enquanto ele ao menos reparava no olhar pesado de Max.
— Você está encarando-o como se fosse seu inimigo — disse após um longo suspiro — Não sei se bato palmas para ele ou chuto sua canela por ter lhe tornado tão infantil e ignorante.
— Infantil e ignorante? — sua voz saiu perplexa — Infantil e ignorante? David você sabe o que é lutar para ser alguém firme e passar horas em uma merda de arena treinando noite e dia para assumir uma posição respeitável e no fim ser presenteado com a ajuda de outra pessoas em suas missões diárias como se fosse alguém incompetente e incapaz, que precise ser cuidado por uma babá com mais massa muscular que um leitão, deixando que todos duvide se sua capacidade? Onde ser infantil e ignorante se encaixa nisso?
— Eu sei que pensa dessa forma, sei também que receia que as pessoas duvide de você como guardião, mas Max, isso não se trata apenas de você, Dante também não tem opção, sei que ele pode muito bem não gostar disso assim como você, não o conhecemos — sua voz era suave, queria acalmar o amigo, não deixá-lo mais irritado — Não faço a mínima ideia de como se sente totalmente, mas sei que pode tornar tudo mais fácil, e é apenas isso que eu te peço. Tenta facilitar para vocês.
Max negou seu rosto a David, virando-o para outro lado, sua expressão séria como sempre estava mais irritada que o normal. Pensar em dividir suas missões com alguém que chegou agora, que nem sabe as habilidades, correndo o risco de falhar em suas missões, era o pior pesadelo de Max. Falhar. Se David dizia que facilitar seria melhor, Max iria seguir com o conselho até onde suportaria, estava disposto a fazer qualquer sacrifício para continuar sendo o líder exemplar. Não iria desmoronar algo que se esforçou durante anos para construir. Não desse jeito humilhante.
— Certo, tudo bem, você está certíssimo, David — disse Max apertando sua xícara entre os dedos — Vou tentar facilitar as coisas — olhou para o amigo sorridente — Tentar facilitar, não ser legal.
— Só o fato de você tentar deixar mais fácil já é ótimo, também não acho provável que você seja legal.
— Exatamente.
"— Maximiliano e Dante, compareçam ao setor de missões."
As caixas de som estrategicamente espalhadas pelo Instituto chamaram ambos os soldados. Max se levantou da mesa batendo firmemente sua xícara contra a madeira, ainda tinha a raiva solidificada dentro de si, e pelo bastante que se conhece, ela não iria esvair com prontidão. Os olhos sombrios de Max se encontraram com os castanhos de Dante, ele não parecia tão raivoso com a ideia de dividir missões.
O caminho até o setor foi silencioso e rápido por parte de Max, sabia que quando estava com raiva fazia as coisas mais depressa, principalmente com o intuito de se acalmar. Max seguiu até a tela onde a missão era apresentada, não houve um grande espaço de tempo para que Dante estivesse ao seu lado. Ficaram em silêncio enquanto a missão era apresentada, Max de braços cruzados e Dante com as mãos no bolso.
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ØRIGINAIS
FantasySubmundanos criados para matar anjos, seres que não são o que todos pensam. Cada um tem seu poder, cada um tem sua missão, cada um por si. Onde não há espaço para paz, pode haver um espaço para o amor. Amor de um líder para um soldado. Aparência de...