Max estava estranho, Dante tinha total certeza disso. Ele não conseguia mais lhe encarar por mais de cinco segundos, sendo que antes Max mantinha o olhar tão firme que parecia encarar uma parede em branco, sempre distraído em seus próprios pensamentos, coisa que dificilmente acontecia em horário de trabalho — que no caso é sempre.
Sua aproximação era a coisa que Dante percebeu de primeira, Max sempre encarava rapidamente seu corpo se aproximando e olhava para outro lado, se a aproximação fosse muito grande, Max se afasta e finge indicar alguma coisa ou diz que precisa fazer algumas tarefas.
Dante estava começando a ficar farto disso, definitivamente. Já acordou pensando em como questionar Max sobre esse assunto, mas não teve a oportunidade de encontrá-lo naquela manhã na hora do café pois por algum motivo Max não havia ido comer, Dante tinha um pouco de noção que Max estava ignorando sua presença, mas durante uma semana já era muito tempo.
Com Jonny e David, Max ainda falava, mas bem pouco pelo constrangimento que ele ainda mantinha em seu corpo pelo flagrante que teve de um momento íntimo dos dois, mas o casal não parecia ter notado nada, pois normalmente Max não fala muito. A única pessoa que Max tinha uma conversa normalmente era com Tiana, os dois conversavam um pouco, depois um tanto mais, como se fossem amigos próximos. Dante realmente estava ficando com raiva.
O soldado chegou ao pico quando Max fazia as missões praticamente sozinho, Dante resolveu que iria reverter isso e então foi até a sala de vigilância quando saiu do seu quarto, iria ver as câmeras para saber onde Max estava, depois iria até ele e o prenderia contra a parede — não literalmente pois Dante acreditava que se fizesse isso levaria um chute nas partes íntimas — e iria tirar a conversa à limpo.
Dante abriu as câmeras pelo computador e analisou todas as imagens, havia muita informação visual, mas Dante reconheceu a silhueta de Max entrando na Sala Azul, e como ele era o que mais a usava, não foi difícil capturá-lo.
Então você quer "esfriar a cabeça"? Dante perguntou em seus próprios pensamentos, prensando os olhos para a imagem. Dante fechou as câmeras com a força do ódio, saindo da sala como um jato.
Max teria que ouvi-lo, sem mais, nem menos.
~~~
Dante fechou porta com a chave e subiu as escadarias pisando forte, o maxilar estava prensado fortemente e suas sobrancelhas estavam franzidas em desgosto. Max estava simplesmente nadando tranquilamente dentro da água como se ele não estivesse causado uma montanha de sentimentos na cabeça de Dante.
O encantador só soube que precisaria se controlar para não deixar seus sentimentos conturbados esvair em forma de palavras grosseiras, ele queria se entender com Max, não causar mais confusão.
Dante subiu no topo das escadas e se sentou no banco feito de azulejo que ficava de frente com a piscina extremamente funda, colocou o calcanhar sobre o joelho em uma forma incompleta de cruzar as pernas, guardou as grandes mãos dentro da jaqueta e esperou que Max voltasse para cima e pudessem conversar. Dante estava com o rosto tão sério que nem seus olhos sorriam como sempre fizeram.
Ele estava mais do que bravo.
A silhueta de Max apareceu na água e Dante encarou por longos segundos a superfície azulada que pintava a grande quantidade de água. O cabelo ruivo de Max apareceu, depois seu rosto e seus ombros. Dante esperou pacientemente que Max tirasse as gotículas de água do rosto para que pudesse abrir os olhos e encará-lo como recentemente evitava fazer. Como esperava, Max, assim que colocou os olhos em seu rosto, desviou o olhar, o mirando na parede.
— O que aconteceu dessa vez? — Dante perguntou seriamente, sua voz soando mais baixa e séria.
— Nada, Dante — Max falou ao que soltava um suspiro — O que poderia ter acontecido?
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ØRIGINAIS
FantasySubmundanos criados para matar anjos, seres que não são o que todos pensam. Cada um tem seu poder, cada um tem sua missão, cada um por si. Onde não há espaço para paz, pode haver um espaço para o amor. Amor de um líder para um soldado. Aparência de...