Maximiliano

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Os amigos do Dante lhe trouxeram mais animação, ainda mais em uma situação complicada como aquela. A cabeça de Max estava lotada, e o corpo dele parecia cada vez mais cansado, principalmente porque não estava dormindo corretamente, passando quase a noite toda olhando para o livro e caçando em cada palavra uma forma de acabar com tudo isso.

Houve mais uma descoberta preocupante. As reações dos seus poderes no corpo. Max leu que teria algumas reações fortes, como o aumento da apetite, calor excessivo, dormência em algumas regiões como mãos e pés, força extravagante, aumento da libido, grande apetite sexual, dores fortes no corpo todo e sede constantes.

Max não podia estar mais angustiado.

A arena estava vazia e ali estava ele, sentado no chão duro e olhando para o ser sentado em frente a ele com toda a plenitude do mundo. Ônix lhe encarava assim como Max a encarava, ambos preparados para uma briga.

— Quando pretendia me dizer? — Max indagou com calma — Ou esperaria a ordem de Asmodeus?

— Esperaria a ordem de Asmodeus — a voz dela era séria, feminina e bonita. Max agora entendia o porquê dela ser fêmea e estar no corpo de um homem. Sua essência deveria ser masculina, mas por um erro não era — Eu espero que você não esteja mal comigo, eu ainda sou sua terque, ainda sou sua essência

— A essência que não deveria ser minha.

Ambos ficaram quietos por alguns segundos. Ônix abaixou o olhar delineado que sempre teve e então suspirou fumaça, expressando todo o seu arrependimento por não ter falado nada.

— Asmodeus me disse que você é a representação do meu poder. Você sabe o quanto de poder eu tenho?

— Muito. Você é capaz de muita coisa, Valentim. Capaz de fazer um humano ir a óbito apenas com um sorriso. Você é um príncipe do inferno.

— Você tem consideração por mim? — a pergunta soou aleatória.

— Claro que tenho, estive junta a você durante todos esses anos.

— Então me diga — sussurrou — Me diga como me livrar disso tudo.

Ônix desviou o olhar e então de moveu, rodeando o corpo de Max com o seu próprio. Max conhecia aquilo, desde adolescente Ônix fazia isso quando Max precisava de um abraço, precisava chorar e não queimar nada.

Vencido pelo carinho, Max encostou o corpo contra a barriga rochosa de Ônix, aceitando aquele momento.

— Sua marca não é apenas a minha imagem — ela disse e então fechou os olhos, deixando-os camuflados.

~~~

— Precisando relaxar? — Dante falou assim que o viu cruzar a porta.

— E ficar cansado — Max completou.

Seus passos seguiram para o espelho da academia, a chucha em seu pulso foi parar entre os lábios e as mãos no cabelo, prendendo-o em frente ao próprio reflexo. Dante fazia exercícios para os braços, subindo e descendo o corpo com a ajuda de uma barra alta, exibindo seus músculos sem a camisa.

Max encarava os movimentos de Dante sem ao menos piscar, usando o espelho para que ele não percebesse suas encaradas incessantes.

— Está aqui a quando tempo?

— Duas horas. Como foi a conversa com a Ônix?

— Tranquila. Ela estava um pouco decepcionada, parece que queria me contar o que estava acontecendo, mas não tinha a permissão de Asmodeus.

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