Já se fazia duas semanas desde a missão, Dante estava satisfeito com o trabalho junto a Max, ele era bastante atilado. Foram muito elogiados quando chegaram a sede, o anjo foi levado ao Gladio para ser julgado e salvo por alguma entidade que lá eles invocariam. Dante tinha uma leve teoria de que ele ficaria algum tempo preso por ter se deixado ser possuído. Isso já não era mais de seu interesse.
Nenhum dos dois chegaram machucados, apenas Max parecia estar bravo com alguma coisa que Dante não conseguiria descobrir por falta de ter conhecimento alheio, também não esperava que Max simplesmente fosse até ele e falasse o que o incomodava. Deixou para lá.
Era quatro horas da tarde quando terminou de fazer o relatório da missão, era algo que todo Instituto pedia com a intensão conferir a frequência dos soldados e conferir o conflito que eles lutaram contra; Dante já estava acostumado com isso. Não havia demorado nada para terminar, tinha todo o tempo livre para fazer o que quiser até ser chamado para mais alguma missão. A última coisa que se lembrava era da caixa de chamados solicitar a presença de uma pessoa chamada Megaan e outra chamada Mathew, era alguma missão para eles.
Dante resolveu esticar as pernas e ir caminhar pelo grande Instituto. Dante foi para o único lugar que ele gosta dentro da sede: a extensa arena onde costumavam treinar os terques. Gostava da diferença desta construção em contraste com as outras que já visitou. A arena da sede de Los Angeles era mais arcaica, algo relacionado a gladiadores, não tinha obstáculos e nada tecnológico, parecia que, surpreendentemente, uma porta seria aberta e dois homens com machados iriam entrar com seus corpos gigantes e se matarem como leões. Lembrava das cartas de seus avós que diziam o quanto o Coliseu de Roma era regado de beleza e história, eram cartas que eles escreviam para que o pequeno Dante se lembrasse de suas origens de avós migrantes.
Aquele lugar lhe lembrava deles.
Dante ao longe ouviu uma voz ditar pequenas ordens enquanto passos soavam tão harmoniosamente que parecia uma orquestra guiada por um maestro exigente, Dante se viu curioso. Caminhou calmamente para dentro da arena e viu uma tropa correndo em círculos enquanto jogavam uma bola de fogo dentro de um arco grande do mesmo material, impressionava Dante o fato de ser tão simples para eles segurarem algo que considera altamente perigoso com tanta facilidade.
— Fred e Erick, já disse, trabalhem como se fossem siameses — disse a mesma voz de antes — Seu dom precisa de sua harmonia para funcionar.
Dante olhou entre os aprendizes e viu em uma fresta de corpos que era Max quem ditava as ordens, ele estava com uma farda muito bem montada enquanto se mantinha de braços cruzados analisando seus aprendizes. Dante sorriu ao se lembrar de Nicolás, ele fazia o mesmo enquanto o via lutando com um pedaço fraco de madeira.
— Olhos em mim — disse Max, os alunos continuaram correndo em círculo mantendo os olhos em seu líder, eles eram bons o bastante para acertar o arco sem ao menos olhar. Max rodeou sua mão uma na outra e criou outra bola, jogado-a logo em seguida para quem conseguir dominar.
Agora o jogo de bolas era constante, eles eram muito eficientes em fazer malabarismo com as esferas, eram quase prodígios em forma de grupo. Dante, que tinha a intenção de treinar, esqueceu tudo e focou sua atenção em Max e seus aprendizes. Achava engraçado o fato de Max ser quase tão menor que seus alunos, mas mesmo assim continuar em sua postura inflexível esbanjando altitude apenas na expressão fechada e olhar denso sobre os rapazes. Era algo a mais para se admirar.
— Certo, muito bem, descanso — os aprendizes pararam no mesmo segundo com sua ordem.
O exercício parou dando lugar a adolescentes ofegantes e soados, eles foram beber água enquanto Max desarmava as esferas e sumia com o arco de fogo. Dante se escorou em uma pilastra observando os movimentos graciosos de Max, enquanto ele não parecia notar sua presença — ou a ignorava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ØRIGINAIS
FantasySubmundanos criados para matar anjos, seres que não são o que todos pensam. Cada um tem seu poder, cada um tem sua missão, cada um por si. Onde não há espaço para paz, pode haver um espaço para o amor. Amor de um líder para um soldado. Aparência de...