ØRIGINAIS

Maximiliano

¤ O Caçador de Vingança.

Max acordou naquele dia um pouco mais calmo com a ideia de dividir missões com alguém, concordava que isso poderia ser consequência da sua preguiça matinal de todos os dias, não tinha muita paciência para criar mais motivos para odiar a presença de Dante. Estando ou não estando com Dante, ficaria bem.

Max se arrastou pela cama até sentir seus pés sobre o chão frio de seu quarto, aquele contato o despertou rapidamente, o dando coragem para se levantar e se arrumar para começar o dia. Seu pijama de seda estava confortável em seu corpo, tinha pena de si mesmo por ter que tirar o tecido liso de seu corpo para mergulhar nas tarefas de guardião. Queria apenas se virar e derramar seu corpo sobre a grande cama.

Max foi em direção ao banheiro enquanto bocejava e coçava os olhos recém despertos. Empurrou a porta de madeira com seu corpo pachorrento e entrou no cômodo menor, a primeira coisa que viu foi seu reflexo caótico no espelho em resultado a longa noite de sono pesado e tranquilo. Se frustrou profundamente quando viu seu cabelo embaralhado e cheio de nós pequenos que machucariam a raiz de seu cabelo ao longo do dia caso usasse da agressividade para penteá-lo. A manhã não começou ao seu favor.

Decidiu começar pelo básico para não se estressar com o resto. Escovou os dentes e tomou um banho calmo; sem pressa. Passou longos e tranquilos minutos penteando o cabelo comprido em frente ao espelho preso firmemente contra a parede, esse ato serviu apenas para o Max ficar desiludido ao imaginar que o cabelo ficaria liso como normalmente. Ele bufou murchando os ombros vendo a grande juba que seu cabelo armou contra ele. No final Max apenas fez um coque rápido por ser a única solução que encontrou, já que uma de suas belas tranças não funcionariam pelo simples fato de estar regado de preguiça.

Colocou roupas casuais por saber que haveria mais uma missão para ele e Dante, só usaria sua farda quando voltasse e fosse dar as instruções para seus aprendizes. Do seu quarto só saiu com sua distintiva calça de couro regada de diversos armamentos, incluindo seu telum favorito dado de presente por seu terque, usava uma camisa social de cetim que era bastante confortável e, principalmente, sua favorita por ser da cor preta. Desceu as escadas para o refeitório e foi até sua costumeira mesa ao canto da janela. Ao longe viu o cabelo luminoso de David, sorriu minimamente e foi em direção onde o amigo estava, era o costume de toda manhã encontrar David e conversar com ele sobre assuntos banais e sem grande significância.

— Bom dia, Max — disse David — Como foi sua noite?

— Longa e proveitosa, e a sua?

David riu para depois dizer:

— Receio que não irá querer saber, você é muito puro para essas coisas.

— Muito puro e sem paciência para detalhes de noites quentes.

David riu mais, Max suspeitou que provavelmente era algo que vinha de sua expressão desgostosa. Aceitou a xícara que o amigo pegou especialmente para ele; com pouco açúcar e muito quente. David dizia que café é a maior representação de quem o toma.

— Você talvez não seja tão puro — David disse — Eu nunca afirmei que foi uma noite quente.

— Nunca afirmou, mas deixou explicito e não negou.

Max tomou um gole de sua bebida, não sentia seu calor por ser bem menor que o abrasamento de seu próprio interior, porém apreciava o sabor forte e se satisfazia com o relaxamento que o café banhava em seu corpo, só por isso não o abandonava todas as manhãs. Max sentiu a fumaça leve contra seus olhos quando respirou próximo a borda da xícara de porcelana, seus olhos claros estavam em David, que tinha os seus escuros mirando algo sobre o ombro de Max. O líder virou o tronco para trás procurando entender o que chamava a atenção do amigo. O que encontrou foi apenas Dante conversando com o Capitão Nicolás.