Descobrindo Planos P.2

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    O grupo inteiro pareceu ter prendido a respiração enquanto o Potter falava.
- Só o que Dumbledore nos contou no ano passado foi que Cedrico Diggory foi morto por você-sabe-quem, e que você trouxe o cadáver de volta a Hogwarts. Ele não deu detalhes, não nós contou exatamente como Cedrico foi morto, acho que todos gostariam de ouvir... - falou o tal Zacarias agora um pouco mais calmamente.
- Se você veio ouvir, exatamente, como é que Voldemort mata alguém, eu não vou poder ajudá-lo. - falou Harry visivelmente irritado. - não quero falar sobre Cedrico Diggory, está bem? Portanto, se é para isso que você veio, é melhor ir embora.
Aaaah, por favor vão logo para uma coisa útil. Já estava ficando cansada dessa enrolação.
- Então - recomeçou a castanha, com a voz novamente muito esganiçada - então, como eu ia dizendo... Se vocês quiserem aprender alguma defesa, então precisamos resolver como vamos fazer isso, com que frequência vamos nos encontrar e aonde vamos nos...
- É verdade - interrompeu uma garota com uma longa trança nas costas olhando diretamente para o Potter - que você é capaz de produzir um patrono?
Ah não né, agora que iam começar a falar algo que valha minha atenção... Eu mereço. Pensei de cara emburrada, cruzei os braços e me ajeitei onde estava. Respirei fundo silenciosamente e pus um polegar e o indicador sobre a testa como se estivesse doendo. Não que estivesse, fiz isso apenas para evitar azarar esse ser humano.
   Todos na mesa começaram a murmurar com interesse pelo que ela disse. Grande coisa, meu patrono é muito mais legal.
- Sou - confirmou o Potter.
- Um patrono corpóreo?
- Hum... Você conhece Madame Bones? - perguntou Harry a garota.
- É minha tia. Sou Susana Bones. Ela me contou como foi a sua audiência. Então... É verdade mesmo? Você conjura um patrono em forma de veado?
- Conjuro - confessou Harry. Mais é claro que conjura... Um veado só poderia conjurar outro. Pensei divertidamente.
- Caramba, Harry! - Exclamou um garoto impressionado. - Eu não sabia disso!
- Mamãe disse a Rony para não espalhar - comentou um outro garoto ruivo, Fred se não me engano. - Disse que Harry já chamava muita atenção sem isso.
- Ela não está errada - murmurou Harry, não muito baixo já que até eu que não estava perto ouvi. Muitos na mesa deram risada.
Pelo canto do olho vi uma velha senhora totalmente vestida de preto se mexer de forma desconfortável na cadeira. Ela usava um véu então não pude indentifica-la, porém, tenho certeza de que estava ouvindo a conversa.
- E você matou um basilisco com aquela espada que fica na sala de Dumbledore? - perguntou outro garoto - foi o que um dos quadros na parede me contou quando estive lá no ano passado...
- Hum... É, matei, sim.
Um dos garotos deu um assobio, outros se entreolharam, assombrados, e uma garota loira exclamou baixinho: Uau!
- E no nosso primeiro ano - contou um garoto gordinho - ele salvou a pedra teosofal...
- Filosofal - sibilou a castanha
- isso... Das mãos de você-sabe-quem - concluído o gordinho.
- E isso para não mencionar - disse uma chinesinha - todas as tarefas que ele precisou realizar no torneio tribruxo no ano passado: passar por dragões, sereianos e acromântulas e outros seres... Grande coisa, faço isso com as mãos nas costas. Bem, talvez não as duas... Mais mesmo assim!
Houve um murmúrio de concordância favorável em torno da mesa.
- Escutem - Disse o Potter e todos silenciaram na mesma hora - não quero parecer que estou tentando ser modesto nem nada, mas... Tive muita ajuda em tudo que fiz...
- Não, com o dragão você não teve - falou um garoto que estava no canto da mesa - aquilo foi um voo superirado.
- É... Bom - falou Harry. Que mentira, se não fosse pelo Crouch ele provavelmente teria sido engolido pelo dragão.
- E ninguém ajudou você a se livrar dos Dementadores, agora no verão - disse a tal Susana.
- Não - concordou Harry - não, o.k, eu sei que fiz algumas coisas sem ajuda, mas o que estou tentando dizer é que...
- Você está tentando fugir do compromisso de nós mostrar tudo isso? - perguntou o Zacarias. É sério... Esse aí quer arranjar briga só pode, até eu que nem tô participando da conversa entendi. De qualquer forma, eles deveriam adiantar logo isso.
- Tenho uma ideia - disse o ruivo em voz alta. - por que você não cala a boca? Uia!...
- Ora, todos viemos para aprender com Harry, e agora ele está dizendo que, no duro, não sabe fazer nada disso.
- Não foi o que ele disse - reagiu o outro Wesley
- Quer que a gente limpe seus ouvidos para você? - perguntou o outro Wesley, gemio do que falou primeiro. Ele retirou um enorme instrumento metálico de aspecto letal de dentro de uma sacola da zonko's.
- Ou enfie isso em qualquer outra parte do seu corpo, para falar a verdade, não somos muito luxentos - acrescentou o primeiro gemio weslay a falar.
- Bom - disse Hermione depressa - continuando... A questão é: estamos de acordo que queremos tomar aulas com o Harry?
Houve um murmurou de aprovação geral. O tal Zacarias cruzou os braços e se manteve calado, talvez porque estivesse ocupado demais em prestar atenção ao instrumento nas mãos do weslay.
- Certo - disse Hermione, parecendo visivelmente aliviada - bom, então, a próxima questão é: com que frequência vamos ter essas aulas? Na verdade, eu acho que não adianta nada nos encontrarmos menos de uma vez por semana... - interessante...
- Calma aí - disse a capitã do time da Grifinoria - precisamos ter certeza de que não vão se chocar com o nosso treino de quadribol.
- Não - disse a chinesinha - nem com o nosso
- Nem com o nosso - Acrescentou o Zacarias
- Tenho certeza de que vamos encontrar uma noite que sirva para todos - disse a castanha, com leve impaciência - mas, sabem, as aulas são muito importantes, estamos falando de aprender a nós defender dos comensais da morte de V-Voldemort...
- Muito bem! - bradou um dos garotos - pessoalmente, eu acho que as aulas são realmente importantes, possivelmente mais importantes do que qualquer outra coisa que vamos fazer esse ano, até mesmo os N.O.M.s que vêm ai! Pessoalmente, não consigo entender por que o ministério nós mandou uma professora inútil como essa, em um período tão crítico. É óbvio que se recusam a admitir o retorno de você-sabe-quem, mas daí a nós mandar uma professora que está tentando nos impedir por todos os meios de usar feitiços defensivos...
- Nos achamos que a razão por que Umbridge não quer que treinarmos defesa contra as artes das trevas - disse a castanha - é que ela tem uma ideia alucinada de que Dumbledore pode usar os alunos da escola como um exército particular. Acha que ele poderia fazer uma mobilização contra o Ministério. - quase todos pareceram perplexos com a notícia: todos, exceto uma garota de cabelos loiros quase brancos com um olhar distante.
- Bom, isso faz sentido. Afinal de contas, Cornélio Fudge tem um exército particular. - falou a garota.
- Que?! - Exclamou o Potter completamente perturbado com a inesperada informação.
- É, ele tem um exército de heliopatas - confirmou ela, solenemente. Essa deve ser a maluca da Corvinal de que ouvi falar.
- Não, não tem - retorquiu Hermione com rispidez
- Tem sim
- E o que são heliopatas? - perguntou o gordinho.
- São espíritos do fogo - explicou a maluca - figuras altas, grandes e flamejantes que galopam pela terra queimando tudo que encontram...
- Isso não existe, Neville - disse a castanha com azedume.
- Ah, existe, existe, sim! - repetiu a louca.
- Me desculpe, mas onde está a prova de que existe? - retorquiu novamente a castanha.
- Há muitos depoimentos de testemunhas oculares. Só porque você tem a mentalidade tão tacanha que precisa que se enfie as coisas embaixo do seu nariz... Treta...
- Hem,Hem - fez uma garota de longos cabelos ruivos e sardas que estava do lado do Zacarias. Se me lembro bem ela também é uma weslay. Várias pessoas na mesa olharam assustados para a garota pensando que era a professora Umbridge possivelmente, mais logo caíram na gargalhada. - nós não estávamos decidindo quantas vezes vamos nos encontrar para tomar aulas de defesa?
- Estávamos - disse a castanha na mesma hora - sim, estávamos, você tem razão, Gina.
- Bom, uma vez por semana parece legal - sugeriu um dos garotos
- Desde que... - começou a capitã da Grifinoria
- Tá, tá, o treino de quadribol - disse a castanha em tom tenso - bom, a outra coisa é decidir onde vamos nos encontrar... - isso pelo visto era a parte difícil, todos na mesa ficaram calados e pensativos. Eu me mantive mais atenta para poder escutar bem. Afinal isso poderia vir a calhar depois.
- Na biblioteca? - sugeriu uma garota após alguns instantes.
- Não consigo imaginar Madame pince muito satisfeita vendo a gente fazer azarações na biblioteca - disse o Potter
- Talvez uma sala fora de uso? - sugeriu outra pessoa
- É - concordou o ruivo amigo do Potter - talvez a McGonagall nos ceda a sala dela, já fez isso quando Harry estava praticando para o tribruxo.
- Acho que não Ron - falou Harry
- Certo, vamos tentar encontrar um lugar - disse Hermione - mandaremos um recado para todos quando tivermos acertado a hora e o local do primeiro encontro. - merda pensei trincando os dentes. Pelo visto vou ter que pensar numa maneira de ficar de olho neles sem que saibam.
     Ela vasculhou a bolsa e tirou um pergaminho e uma pena, então hesitou, como se estivesse criando coragem para dizer alguma coisa.
- Acho... Acho que todos deveriam escrever seus nomes para sabermos quem está presente. Mas acho também - e inspirou profundamente - que todos devemos concordar em não sair por aí anunciando o que estamos fazendo. Então, se vocês assinarem estarão concordando em não contar a Umbridge nem a mais ninguém o que pretendemos fazer.
    Um dos gemios weslay estendeu a mão para o pergaminho e o assinou com animação, porém pude reparar na mesma hora que muitas das pessoas na mesa estavam relutantes em assinar.
- Hum... - disse Zacarias lentamente, sem receber o pergaminho que o outro gemio weslay estendia para ele - bom... Tenho certeza de que Ernesto vai me avisar quando souber da reunião. - falou ele olhando para um garoto que estava do seu lado, porém o garoto também parecia relutante em assinar.
Hermione ergueu as sobrancelhas para ele.
- Eu... Bom, nós somos monitores - desabafou - e se descobrirem essa lista... Bom, quero dizer... Você mesma disse, se a Umbridge descobrir...
- Você acabou de dizer ao grupo que era a coisa mais importante que você ia fazer este ano - lembrou-lhe Harry
- Eu... Certo - disse Ernesto - acredito realmente nisso, só que...
- Ernesto, você realmente acha que eu deixaria essa lista largada por aí? - perguntou Hermione, irritada.
- Não. Não, claro que não - disse Ernesto rapidamente - eu... É claro, vou assinar.

    Ninguém mais fez objeções depois de Ernesto, eu sinceramente tive que conter a vontade de rir do coitado do garoto. Assim que todos assinaram, a castanha recolheu o pergaminho e voltou a colocá-lo na bolsa. Havia um clima estranho no grupo agora. Era como se tivessem acabado de assinar uma espécie de contrato. Eu imaginei a reação dos comensais quando meu pai os olhar com sua raiva mais que evidente. Sorri com meus pensamentos.

- Bom, o tempo está correndo - disse um dos gemios weslay com vivacidade, ficando em pé - Jorge, Lino e eu temos uns artigos de natureza delicada para comprar, vemos vocês depois.

Logo, em trios e pares, o restante do grupo também se despediu. Logo todos deixaram o local, menos o trio preferido de Hogwarts.

- Bom, acho que tudo correu bastante bem - comentou Hermione feliz, logo ela, o Potter e o ruivo saíram do pub, aguardei alguns minutos e me certifiquei de que não iriam notar a porta abrindo, caminhei pelo pub silenciosamente e sai do local.

    Já do lado de fora, olhei para o céu e logo percebi o tempo que passara dentro do pub, caminhei até uma rua estreita perto dali e retirei o efeito do feitiço onde ninguém notaria, depois olhei bem para os cantos na rua e sai. Caminhei pelas ruas cobertas de neve como qualquer outro aluno visitando o vilarejo. Pelo caminho fiquei pensando sobre como iria descobrir onde os ratinhos de Hogwarts iriam se esconder para praticar. Acabei nem percebendo onde já estava, quando olhei para frente dei de cara com o morro que dava visão para a casa dos gritos.

- Está pensativa minha mestra - ouvi um sibilar sair da floresta ao meu lado. Virei meu rosto para observar e logo vi uma pequena cobra branca, quase imperceptível sobre a neve, rastejar até mim. -  o que a aflige?
- Só estava pensando no meu próximo passo - falei em ofidio.
- E aonde esse próximo passo a levará, minha mestra?
- Preciso descobrir onde o Potter e seus amigos iram se encontrar, eles planejam treinar escondidos para enfrentar meu pai no futuro... - falei ainda em ofidio, peguei white nos braços e a coloquei ao redor do meu pescoço.
- Eu posso vigia-los para você mestra - disse white
- Eu também - ouvi outro sibilar próximo e logo pude ver Noir se aproximar rastejando. Me abaixei e deixei que ela se enrolasse em um dos meus braços enquanto sustentava a calda de White com o outro.
- Então façam isso, Vigiem eles e me contem o que descobrirem, mais não sejam vistos. O Potter é ofidioglota e pode ouvi-las. Tomem cuidado.
- Sim, mestra. - falam as duas ao mesmo tempo. Fiz carinho nelas e as pus no chão, são pequenas mais são pesadas.
- Voltem para o castelo, deixo tudo com vocês - falei e logo as vi sumir. Fiquei uns segundos olhando para a orla da floresta por onde elas se foram.
- Então você é ofidioglota - ouvi uma voz grave atrás de mim. Pulei e me virei para o dono da mesma já com minha mão pronta para sacar a varinha. - Desculpe, não quis assusta-la.

A Filha De VoldemortOnde histórias criam vida. Descubra agora