Severo On
Assim que a Lady Morte me liberou, vim direto para casa. A noite teria uma reunião com a Ordem e Dumbledore exigirá minha presença.
Assim que cheguei em casa, retirei a capa e caminhei até o único sofá que tinha no cômodo. Estava cansado, Lady Morte estava certa quando disse que o voto perpétuo requer muito do bruxo que o faz, porém, não me arrependo em nada de tê-lo feito.
No começo me senti meio desconfortável e apenas não quis estragar meu disfarce. Porém depois de ouvir abertamente da Lady Morte que ela confia em mim e eu não precisava de algo tão extremo para demostrar, tive certeza. Não me arrependo em nada do voto que fiz.
Sei que devia ser fiel a Ordem e ao Dumbledore, ele me acolheu mesmo eu tendo causado a morte da minha adorável Lily e seu desprezível marido.
Ele me acolheu e me deixou ficar no castelo, claro que tive que prometer ajudá-lo, mais ainda sim ele se arriscou me acolhendo.
Porém, o motivo de querer seguir cegamente a Lady Morte e não a Ordem se dá a um simples fato, talvez até um tanto mesquinho da minha parte.
Mas, mesmo me acolhendo, Dumbledore nunca confiou cem por cento em mim, sei que ele sempre diz confiar, mais sei que está sempre com um pé atrás. Os outros membros da Ordem não são diferentes, talvez sejam até piores...
Só me aturam, dizem confiar em mim por confiar na palavra do Dumbledore, mas mesmo assim sei que falam de mim pelas minhas costas, sei que no fundo nunca vão confiar em mim.
A grande vontade que tenho é de contar a Lady Morte tudo que sei sobre a Ordem, dizer que não é apenas a confiança do Dumbledore que eu tenho, mais que também faço parte do grupinho anti lorde das trevas dele. Se não fosse meu medo, medo de ser odiado e morto por ela por ter guardado esse segredo, eu já teria contado.
Ela sempre me faz sentir bem, me encoraja. Sempre dizendo coisas como "Conto com você" ou "confio em você", sempre com aquele belo sorriso no rosto, olhar afiado e postura magistral.
Peguei minha varinha e conjurrei uma garrafa de whisky de fogo e abri a mesma tomando pelo gargalo da garrafa.
Minha mente estava um turbilhão, as coisas estão ficando cada vez mais difíceis e se depender da minha opinião interior, tô muito ferrado.
Passei mais tempo do que tinha imaginado sentado no sofá bebendo, e quando olhei para o relógio ele já marcava cinco da tarde. Iria me encontrar com a Ordem as sete, horário do jantar.
Me levantei sentindo a cabeça rodar. Não devia ter bebido tão rápido... Coloquei a garrafa sobre a mesa e subi a escada de madeira que dava para meu quarto.
Minha casa não é grande, tinha uma pequena sala com um sofá e uma mesinha, uma porta a direita que dava para a cozinha, também pequena, e uma escada de madeira velha e descascada que dava para o segundo andar, lá tinha apenas dois quartos e ambos com banheiro próprio.
Era simples, mais de qualquer forma não passava tanto tempo assim ali.
Suspirei e caminhei até a escada tentando não cair, me apoiando no corrimão que a qualquer momento poderia quebrar e me causar um acidente, eu subi até o andar de cima e fui para meu quarto.
Chegando lá, peguei no meu guarda roupa uma das várias roupas de cor preta que tinha e uma toalha, fui para o banheiro e joguei tudo em um canto.
Tirei a roupa e abri o chuveiro, me jogando em baixo da água gelada.
O choque de temperaturas foi imediato, porém senti meu corpo relaxar e até mesmo pude me sentir menos tonto.
Depois de um longo tempo em baixo do chuveiro, encerrei o banho e fui me vestir.
Depois de pronto, olhei para o relógio velho que tinha no meu quarto e vi que já passava das sete e meia, estava bem atrasado.
Dei de ombros e caminhei para fora do quarto sem pressa, não faria muita diferença chegar na hora ou não. Nunca conversariam sobre tudo comigo lá.
Assim que sai de casa e me afastei da comunidade onde morava, aparatei em frente ao Lago Grimmauld e fui até a porta.
Apertei a campainha e esperei.
Passaram-se alguns minutos até ouvir o barulho da porta sendo destrancada e a cabeleira vermelha de Moli aparecer na porta.- Atrasado! - reclamou ela assim que entrei no lugar.
- Não tenho a intenção de ficar muito tempo - falei de forma seria para a mulher. A bruxa me olhou com olhos afiados e saiu em direção a cozinha de forma rápida. Segui atrás dela sem pressa.
- Quem era? - ouvi a voz do Black perguntar do outro lado. Pensar que esse saco de pulgas irritante ficou com a Lady Morte na enfermaria até ela acordar depois do confronto no ministério ainda me deixa irritado. Fechei as mãos em punhos e continuei andando até a cozinha.
- Snape chegou... - anunciou a bruxa. Ouvi o Black resmungar e sem dar importância, entrei no cômodo. Todos olharam para mim, a vontade que eu tinha era de perguntar se tinham perdido algo na minha cara, mais me controlei.
- Que bom que chegou, severo - disse Dumbledore que se encontrava sentado na cabeceira da mesa.
- Que seja... - respondi seco. Caminhei até um lugar vago na mesa e me sentei, acabei ficando do lado de Tonks e Arthur e de frente para o saco de pulgas e Remus.
- Bem, agora que estão todos aqui, daremos início e começaremos a discutir sobre o motivo de estarmos aqui... - começou Dumbledore em seu tom de voz bonachão de sempre. - aqueles que compareceram ao ataque ao esconderijo dos Párias em Holyhead estão cientes do fiasco que isso foi... - falou Dumbledore me fazendo prestar mais atenção a ele. Não me contaram que atacaram o esconderijo dos Párias recentemente, isso me deixou com raiva, como sempre deixado de lado. Soube pelo Lorde que Lady Morte estava em Holyhead no momento do ataque, me pergunto o que ela teria feito dessa vez. Lady Morte sempre tem algo a mostrar e deixar todos surpresos.
- Conseguiu descobrir o que eram aqueles coisas, Dumbledore? - perguntou Arthur de forma seria e visivelmente preocupado.
- Ainda não meu caro Arthur... - respondeu o diretor de forma triste. - Seja lá o que aqueles seres eram, eram fortes, transmitiam uma aura de poder difícil de deixar passa...
- E eram fiéis aquele bastardo miserável do Rihan... - vociferou o cabeça de fogo Weasley, quero dizer, "Rony". Apertei as mãos fechadas sobre o colo para controlar a vontade de lhe mandar uma resposta afiada, continuei focando minha atenção do diretor.
- Rony! - reclamou Moli com o pirralho.
- Bem, bem... Voltando ao que discutia-mos... Meu plano inicial como sabem é trazer Rihan para nosso lado... - continuou o diretor. - eu ainda não deixei essa ideia totalmente de lado...
- Mais ele se recusa que nos ouvir! - falou o Potter interrompendo o diretor.
- Ele vai ouvir... Estive pensando em um jeito... - falou o diretor com um sorriso que eu sabia bem o que significava, principalmente o que significava para mim. - Severo...
- Sim... - falei de forma seria.
- Quero que faça tudo que estiver ao seu alcance para se aproximar do Rihan, quero que o faça confiar em você... Use essa confiança para trazê-lo para nosso lado - falou o professor me fazendo olha-lo com incredulidade.
- Não sei se sou apto o suficiente para fazer isso diretor Dumbledore... - respondi mantendo a voz firme. Porém meu coração estava disparado. Me manter perto do Rihan significava que teria que passar detalhes sobre o mesmo para a Ordem...
- O que foi Ranhoso... Mudou de lado, decidiu virar a cadelinha do novo Lorde - falou Black com deboche. Trinquei os dentes e olhei para o mesmo pronto para pegar a varinha e acabar com ele aqui mesmo.
- Sírios... - falou Dumbledore chamando a atenção do vira lata.
- Olhe a boca, Black! - vociferei entrei dentes.
- Ou o que? - falou o mesmo de forma irritada, o que me deixou mais irritado ainda. Me coloquei de pé de forma rápida, a cabeça dando uma leve girada devido ao álcool ainda presente. Peguei minha varinha e apontei para o mesmo.
- Chega vocês dois! - falou Dumbledore de forma altiva para que parasse-mos. Ignorei e continuei apontando a varinha para o cachorro.
- Não é hora para brigas, Sírios, seja sensato, abaixe isso... - falou Lupin que tinha se levantando também e segurava o outro para que abaixasse a varinha.
- Quer me atacar?! Vá em frente, Black! Só não ache que ficarei parado... - vociferei para ele com ódio.
- Já chega! - gritou o diretor irritado fazendo todos olharem para ele. Black foi o primeiro a baixar a varinha, mesmo a contra gosto e querendo soltar maldições aos quatro ventos, também baixei a minha e me sentei. - Severo, você é o único que pode fazer isso... - falou o diretor agora de forma mais branda. - precisa se aproximar dele e o convencer...
- E se eu não conseguir convencê-lo? - perguntei na tentativa de faze-lo desistir.
- Então caberá a você mata-lo. - falou o velho na maior serenidade do mundo. Olhei para ele como se ele fosse maluco e por Merlin, já estava começando a crer veementemente que sim.
- Impossível! - falei, um pouco mais alto do que pretendia.
- É nescessário... - concluiu ele. - Vamos torcer para que não chegue a tanto.
- Dumbledore, isso é suicídio, se o lorde Rihan não me matar, o lorde das trevas fará... - apelei para que o mesmo caísse em sua razão novamente.
- Faremos o possível para impedir que isso aconteça, severo... - disse o diretor de forma calma. Fará? Um cacete que fará!
- Farei o que puder... - falei me colocando de pé. Não aguentava mais ficar ali. Iria enlouquecer, correr o risco de ser descoberto apenas por passar informações já me deixa nervoso, se aproximar da Lady Morte, trai-la e possívelmente, muito possívelmente, devido ao gênio da Lady Morte, Mata-la... Não quero compactuar com isso. - Se me dêem licença, eu preciso ir agora... - falei saindo do meu lugar a mesa e indo para a porta da cozinha.
- Severo... - ouvi Dumbledore me chamar. Olhei para o mesmo e esperei para ouvir o que ele queria dizer. - Posso mesmo confiar em você para isso não é? - perguntou ele, senti uma leve pontada no peito. Sempre perguntando se pode confiar, como se a qualquer momento eu fosse virar as costas... Pensei sem parar de olha-lo. Bem, talvez eu vire...
- Sim... - falei sério - pode confiar... - completei e sai do lugar.Não aparatei imediatamente, decidi andar um pouco pelo parque que tinha quase em frente antes de voltar para casa.
Estava caminhando por entre as árvores sem ânimo ou qualquer outro sentimento que eu pudesse ter nesse momento, até ouvi um barulho por entre as árvores, o som de uma flauta. A melodia que saia da mesma era doce e ao mesmo tempo triste, parecia de origem oriental e era calma e em um tom agudo muito agradável aos ouvidos.
Caminhei em linha reta procurando ter melhor visibilidade do músico que tocava aquela melodia, o lugar estava escuro, tinha muitos vagalumes mais ainda sim estava muito escuro, quando finalmente pude ver aquele que tocava a flauta paralisei.
Era uma garota, tinha cabelos longos e negros que estavam soltos e algumas mechas voavam com a brisa, vestia-se com uma calça preta e uma blusa também preta, um casaco longo que parecia de lã também preto cobria seu corpo, tinha a pele pálida e a flauta pousava a baixo dos lábios, a visão dela em contrate com o ambiente deixava tudo mais belo. Mais só pude perceber de quem se tratava quando a mesma parou de tocar e olhou em minha direção, eu tinha pisado em um galho por distração.- Olá Sev - falou a Lady Morte com seu sempre belo sorriso adornando seus lábios. Fiquei momentaneamente surpreso, o que me fez não conseguir responder de imediato.
Ela riu, parecia que eu tinha feito algo engraçado. Das árvores mais a diante surgiu um pequeno gatinho branco e uma raposa de um tom alaranjado muito belo. As duas criaturas mágicas de origem que eu não conhecia se colocaram ao lado da Lady Morte e eu comecei a me aproximar. Assim que cheguei a sua frente fiz uma reverência.
- Lady Morte, o que faz em um lugar como esse tão tarde? - perguntei de forma cordial.
- Queria um lugar tranquilo para tocar, e Valufur e Barbatos queriam conhecer um lugar que eu gostasse... - falou a mesma de forma seria porém doce.
- Claro... - falei olhando ao redor. O lugar estava vazio, bem, já se passavam das oito da noite, e com os comensais por todo lado ninguém está ficando nas ruas tão tarde. - se importa se eu lhe fizer companhia? - perguntei de forma nervosa, já esperando um enorme não como resposta.
- Se não se importar em me ouvir tocar... E não atrapalhar... - falou a mesma fazendo pausas como se pensasse. - não vejo problema. - fiquei surpreso por ela ter concordado, mais logo deixei um sorriso mínimo adornar meus lábios. Estou fazendo a coisa certa em seguir você... Lady Morte me olhou como se tivesse visto um fantasma e logo em seguida começou a rir. Uma risada fofa se certa forma.
- O que? - perguntei olhando ao redor em busca de perigo.
- Devia sorrir mais, fica bem em você... - falou ela voltando a se concentrar na flauta.Fiquei ouvindo ela tocar sentado sobre um dos troços de árvore, sempre atento aos arredores e a ela. Fiquei pensando no que estava sentindo por ela, Um mistério a mim até então.
Bem, não que importe, o que importa é que escolhi ficar do lado dela da guerra, e irei protegê-la, com ou sem voto perpétuo.Severo Off
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A Filha De Voldemort
FanfictionFilha do lorde das trevas e de Serafin Slytherin, sua mãe morreu em seu parto e apesar de nunca ter conhecido seu pai sua avó sempre a agraciou com histórias sobre ele. Mesmo depois do lorde virar algo mais insignificante que um fantasma ele nunca d...