🖤|Capítulo 29

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P.O.V Luana

- Será que ela já acordou?_Minha esposa perguntou sentada a mesa de jantar.

- Acho que sim, ela deve estar se trocando_Eu disse, tomei um pouco do café preto.

- Estou nervosa, você viu com ela reagiu ontem?_Minha esposa disse, eu peguei na mão por cima da mesa.

- Vai ficar tudo bem, ela só está.._não completei minha frase já que minha filha entrou na cozinha_Bom dia_desejei, ela se sentou na cadeira e pegou a torrada.

- Não escutou sua mãe Caroline_Roberta disse.

- Bom dia_Carol disse seca, passando a Nutella na torrada.

- Filha será que...

- Será que eu posso comer quieta em paz_Carol falou.

- Carol olha o jei..._Minha esposa tentou repreender.

- Meu deus!_Carol gritou levantando a voz,seu tom deixou nós duas surpresas, ela nunca falou assim com a gente. Ela bufou e largou a torrada, se levantando da mesa.

- Aonde vai?_Pergunto.

- Pra escola_Carol disse_Não precisa me levar vou de skate pro colégio_disse e saiu da cozinha, eu levantei da mesa e fui atrás dela. A tempo de ver ela saindo de casa, com o skate na mão. Suspirei pesadamente triste, já vejo que vai ser tenso, e o pior é que seu aniversário estava perto.

Minha esposa foi trabalhar,e eu fui pra empresa. Tentei ao máximo não demostra que estava mal, mas a Day me conhecia muito bem. Eu contei tudo a ela, desde a noite que começou tudo até hoje de manhã. Ela me confortou com as suas palavras como sempre, seus conselhos eram ótimos.

O decorrer do dia foi normal, fui buscar minha filha na escola, na saída ela estava com os amigos, que me viram, ela logo veio na minha direção e entrou no carro batendo a porta do carro. O caminho inteiro foi um silêncio desconfortável. Assim que chegamos em casa, estacionei o carro na garagem. Carol foi logo saindo do carro e entrando pra dentro de casa.

Saí só carro, e entrei dentro de casa. Joguei a chave no sofá, e subi as escadas rapidamente. Caminhei em direção ao seu quarto, e abri a porta do seu quarto com tudo. Vendo ela somente de samba canção dos Simpsons e top cinza.

- Pode me dar licença?_Perguntou Carol.

- Não_Eu neguei fechando a porta atrás de mim_Você tem todo o direito de ficar brava, mas a partir do momento que você me desrespeitar e desrespeitar a sua mãe, aí já é demais

- Em que momento eu desrespeitei vocês?_Perguntou Carol cruzando os braços.

- Levantando a voz da hora da café da manhã, nunca te vimos daquele jeito_Eu disse.

- Talvez porque não tinha motivos, agora eu tenho, já que vocês mentiram pra mim_Carol disse_Mentiram sobre eu ter um irmão, uma pessoa da minha família de sangue

- Carol, eu e sua mãe tínhamos medo de te contar que seu irmão estava na cidade_Eu disse_Medo dele pegar você de mim, e te levar para outro país, eu não quero isso aconteça_minha voz embargou_Eu não posso ter filhos, e você foi o presente maravilhoso que sua mãe me deu, a sua adoção foi o melhor presente que eu recebi na minha vida, quando eu te vi pela primeira vez ali percebi que não iria ter olhos pra outra criança, você é minha filha, e eu tenho medo de você escolher ficar com ele

- Eu nunca faria isso, foram vocês que me criaram, foram vocês que me viram crescer, foram vocês que me ensinaram a ser quem eu sou, me confortaram nos meus momentos de insegurança, meu irmão não vai chegar e me tirar de vocês_Carol disse_mas ele é o meu irmão de sangue, é claro que eu quero conhecer ele mãe, eu amo vocês, só estou chateada por não me contarem uma coisa dessa pra mim

- Desculpa filha, é que ficamos realmente com receio de contar_Eu disse_Me dá um abraço?_perguntei fazendo bico. Ela se aproximou e me abraçou apertado, a abracei na mesma intensidade_Te amo

- Também te amo mãe_Carol disse ainda no abraço. Escutamos um fungo, nos separamos e olhamos pra porta vendo a minha esposa na porta com os olhos vermelhos, ela chorava_Vem cá mamã_chamou, ela veio até nós e abraçou a nossa filha, e eu abracei também, fazendo um abraço de família, somos uma família.

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