Hardin.
Quanto mais o tempo passava, mais Anna ficava nervosa, era visível em seu rosto sua ansiedade. Eu me perguntei o porquê. Se ela não via a mãe a muito tempo, se achava que a mãe não iria gostar de mim.
As tatuagens, pensei.
Me via perdido em pensamentos idiotas, com medo de bobagens, mas feliz por estar lá com ela, ela tentava fingir tranquilidade, mais eu a conhecia bem e sabia como ela agia quando estava calma e aquilo era o oposto de calma.
Tentei me acalmar. Por nós dois.
A estrada estava difícil e escorregadia e eu diria devagar, conversando amenidades com Anna. Eu sabia que, independente da reação de sua mãe, eu precisaria dormir muito aquela noite. Estava exausto.
- Anna?
- Sim? - ela parecia distante, voltando a realidade ao me responder.
- Você está nervosa com o quê?
- Não estou nervosa.
- Não minta pra mim, por favor. Eu te conheço, sei que está. Quero sabe o porquê.
- Hm, é complicado, Hardin.
Complicado? Tinha 90% de certeza que era mesmo o medo de sua mãe me odiar.
Merda.
Eu não era mesmo uma pessoa sociável, nunca fora. O modo gentil e carinhoso que eu a tratava era diferente de como costumava tratar o resto das pessoas. E ela sabia disso.
Mas eu me esforçaria pra ser o melhor de mim, não é?
Meus pensamentos foram interrompidos pela chegada, ela respirou fundo e eu parei o carro em frente a casa. Era uma fazenda grande, com paredes de madeira escura, coberta pela neve.
Deixei o carro em ponto morto e me virei pra Anna.
- Você está com medo de sua mãe me odiar, não é?
Ela me olhou, confusa. Segurou meu rosto com suas pequenas mãos e deu um pequeno sorriso de conforto.
- Não, Hardin. Eu sei que ela vai gostar de você, sei que você vai se esforçar pra ser sociável e que minha mãe vai amar quem eu amar.
Um peso foi tirado das minhas costas e eu respirei fundo, pendendo a cabeça pra baixo.
- Ei - ela pegou meu queixo, me forçando a olhar pra ela - o problema não é você, Hardin. Eu que não vejo minha mãe a muito tempo, muito tempo. Não quero parecer idiota e desmoronar em lágrimas.
- Não, Anna. Ela é sua mãe, não é?
- Sim.
- E ela não é problema, como meu pai. Ela é boa pra você, não é?
- Bom, sim. Ela é boa.
- Então se acalme. Sei que se sairá bem.
Ela assentiu e eu abri a porta do carro, afundando meus pés na neve fofa e pesada, caminhei até ela e ela saiu do carro. A fazenda era grande, imaginei quantas pessoas moravam lá.
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After Anna
FanfictionAnna Todd é uma diretora e escritora que vê sua vida virar do avesso quando acorda no mundo de livros que ela mesma escreveu, onde ''conhece'' o bad boy Hardin Scott e convive com o misterioso, mas familiar Joseph. Contada pela perspectiva de inúmer...