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Hardin.

O sol saira mais forte hoje, o que não significava, de forma alguma, calor. Ainda estava muito frio, porém, era suportável ficar só com uma camisa e um moletom. Deve estar fazendo uns 12° graus.

A paisagem abriu mais um pouco desde ontem e dá pra enxergar pelos cantos algumas folhagens, Anna está linda, vendo cuidadosamente o mapa e me passando as coordenadas, ela quer me levar a uma cachoeira que ela sempre vinha quando mais nova, fazer piquenique com a mãe.

Passamos por uma estrada rodeada por pinheiros, árvores sinuosas e cheias de orvalho ainda pela garoa fina e gelada que entra pela janela. Depois de uns 15 minutos de estrada comecei a sentir a garoa aumentar e ouvi sons de água, a água da cachoeira, Anna ficou feliz e me deu um beijo demorado no pescoço, alegre por termos conseguido chegar a nosso destino apenas auxiliados por um mapa e por suas memórias.

Encostamos a picape no local mais próximo que conseguimos e seguimos a trilha a pé até a cachoeira, levamos uma mochila com roupas limpas e alguma comida, eu estava mesmo com fome. Anna ia na frente, animada, sorridente e tagarelando sobre como estava feliz em me trazer aqui, ela estava novamente com jeans preto e sua bunda estava linda vista de costas por mim

Continuamos a caminhada pela trilha por mais poucos minutos, a areia estava úmida, as árvores verde escuras e cheias de líquen e musgo, como o esperado para a época do ano, o cheiro era de terra molhada e estava mesmo muito bom.

A trilha média foi se abrindo e alargando até dar espaço pra uma luz mais forte, a cachoeira. Era grande, cataratas fortes de água que, em contato com a luz do sol, davam pra arco-íris particulares, Anna saltitava alegre na frente, entre as pedras que pouco a pouco ficavam mais lisas e sem líquen, lavadas.

- Coloca a mochila aí, se trouxer pro pé da cachoeira vai molhar tudo. - ela falou

Eu assenti, sei muito pouco sobre cachoeiras e afins, e maravilhado com a vista linda.

Deixei a grande mochila preta encostada numa pedra ainda cheia de musgo e fui me equilibrando entre as pedras, ficando cada vez mais molhado.

Anna.

O sol trazia um pouco de luminosidade e tudo faz sentido agora. A cachoeira e seu som ávido em meus ouvidos me tira o norte e a direção, meu rosto molhado pelo orvalho e a sensação de me sentir em casa como poucas vezes nos últimos tempos me senti. Tudo faz sentido.

Hardin está em pé a alguns passos de mim, observando a cachoeira e parecendo maravilhado.

As probabilidades de tomar banho nesse frio são muito poucas, acho que fazem no máximo 12° graus, mas, não está tudo coberto por neve, o que é um começo ótimo. Analiso minhas opções por alguns segundos e penso que se eu pular e ficar só alguns minutos, posso sair com vida e não ficar gripada pelas próximas encarnações.

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After AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora