Hardin.
Abro os olhos com dificuldade, como se meu corpo tivesse sido esmagado e eu finalmente tivesse descansado um pouco. Anna está abraçada em mim, dormindo. Com a cabeça em meu peito e as pernas enroscadas nas minhas.
Sua mãe parecia mesmo um assunto delicado pra ela. Ela ficou tão abalada quando a viu que eu fiquei com medo de ter sido um erro virmos aqui.
Mas sua mãe era receptiva, mais alta que ela, cabelos pretos lisos e longos, era bonita, tinha um rosto jovem, parecia ter no máximo 40 anos, era gata, Anna parecia um pouco com ela.
Pelo pânico de Anna, achei que sua mãe fosse ser uma coroa conservadora que me odiaria, como outra mãe que conheci. Mas Midge fora receptiva, gentil, não nos forçou a ir a mesa, mas estava sorrindo e tranquila.
Claro que eu não poderia tirar conclusões precipitadas, ela poderia muito bem ser a porra de uma bruxa, não é?
Estendo o braço com cuidado pra alcançar meu celular na mesinha ao lado, ligo a tela, mas está desligada. Chegamos na fazenda por volta das 18h, ainda é madrugada, vejo que não há luz. Não quero acordar Anna me levantando, mas preciso ir ao banheiro.
Tiro meu braço com cuidado debaixo de sua cabeça e ela nem se move, seu sono pesado me ajuda. Caminho tateando as coisas, perdido. Pego minha mochila em uma poltrona de couro marrom ao lado da mesa de estudos e procuro o celular.
Saio do quarto e pelo visto todos dormem, porque não tem ninguém. Passo pelo corredor de madeira até a sala, coloco o celular numa tomada ao lado do sofá e procuro a cozinha.
Abro a geladeira e pego uma garrafa de água, minha boca está seca demais. Devo beber 1 litro de água em segundos, caminho de volta ao celular e o ligo.
5 da manhã.
Por isso o sol ainda não saiu, nesse inverno, só deve amanhecer às 8 da manhã, com sorte. Me aninho no sofá confortável e penso em tudo que têm acontecido.
Ouço o som de passos leves e penso se Anna acordou, mas quando aperto os olhos, Midge está na minha frente, de calças moletom rosa bebê, uma camisa preta simples, pantufas escuras e os cabelos lisos pra frente, liga a luz da cozinha e eu aperto os olhos.
- Já acordou, Hardin? - ela pergunta, com um tom calmo.
Não, porra, tô dormindo.
Seria a resposta que eu daria a qualquer um, mas lembro que preciso ser calmo e pacífico.
"É a mãe dela, porra", me forço a pensar.
- Pois é, não durmo muito normalmente, Sra Todd.
- Nada de senhora, já falei.
"E eu deveria te chamar como, porra? Namoradinha?", penso.
- Sinto muito.
Ela sorri sem dentes e liga o fogão, colocando café.
- Anna está dormindo ainda?
- Sim, está.
- E você, tá com fome? - ela parece tranquila.
Me levanto e sento a mesa perto do fogão, se ela continuar falando alto, vai acordar Anna.
- Um pouco sim.
- Bom, vamos ver - ela abre a geladeira - tenho frutas aqui, um bolo bem bom de leite, cereal, torta de framboesa, ovos e bacon, bife, qual vai ser?
- Hm, acho que café só.
- E como você vai se encher de café? - ela coloca as mãos na cintura.

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After Anna
FanficAnna Todd é uma diretora e escritora que vê sua vida virar do avesso quando acorda no mundo de livros que ela mesma escreveu, onde ''conhece'' o bad boy Hardin Scott e convive com o misterioso, mas familiar Joseph. Contada pela perspectiva de inúmer...