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Nota da autora:

Sugestão de música: Sweet Dreams, Tn - The Last Shadow Puppets


Eu achava que estava ficando louca.

Patrícia, seu hálito de vinho barato, tentando se agarrar a mim e Hardin com seus olhos flamejantes na porta, eu estava presa em uma situação no mínimo bem complicada.

- Patrícia, ei, olha pra mim - segurei o rosto dela, que pendia sobre mim como uma gatinha manhosa - para com isso, vem cá, senta aqui.

Hardin permanecia parado a porta, ele estava tão bonito que as vezes me faltava o ar. Não estava diferente de sempre, com seu estilo Alex Turner e seus olhos brilhantes, me olhava quase com pena, e eu logo identifiquei que era com pena de Patrícia.

Ela parecia deplorável, e eu estava com muita pena - e muito preocupada com ela - nós chegamos a ter um pequeno caso de faculdade e desde então ficamos muito amigas, ela sempre demostrava ciúmes e desaprovação com os caras que eu me envolvia e eu sempre me perguntei se isso era por causa de algum sentimento que ela poderia nutrir por mim, mas esperava muito que não fosse isso, porque nunca sentira nada por ela além de amizade, e ela sentir algo por mim era realmente uma coisa triste.

Eu segurei ela pelo braços e sacudi devagarinho até ela recobrar a consciência completamente, e junto com a consciência, seus olhos estavam se tornando odiosos, como se ela estivesse com muita raiva de mim mesmo eu sinceramente não entender o motivo, ela se levantou devagarinho e foi se desvincilhando de mim até estar de pé sozinha e me olhou de cima a baixo, virou as costas e tomou impulso pra correr até bater de frente com Hardin, ainda parado em frente a porta, observando toda a cena com um sorrisinho pretensioso.

- O que você tá fazendo aqui seu babaca? - praticamente berrou em cima dele

Hardin colocou ela de pé sozinha e olhou pra ela com sua cara de pau

- Isso não é nem um pouco da sua conta - murmurou com muita calma na voz

Patrícia virou pra mim com muito ódio e depois virou novamente pra Hardin, esse giro rápido a deixou bem tonta e ela pendeu pra trás, vomitando no corredor, quase em Hardin, que se esquivou dela e observou torcendo o nariz a cena, preocupada, me aproximei dela pra ver o que estava acontecendo, quando a toquei, ela se soltou de mim e tropeçou, deu dois passos desengonçados pra frente e caiu no meio do corredor, uns 5 passos do quarto.

- Merda, garota. - Hardin falou.

Mas ela já estava desmaiada. Entrei no quarto, puxei um moletom do cabide, Hardin me observava. Tirei o short de pijama que estava vestida, ficando de calcinha, e coloquei a calça, quem visse de fora diria que eu fiz aquilo pra provocá-lo, mas, no momento, eu só queria levar ela no hospital, saí do quarto, ainda sem trocar uma palavra com Hardin, que não falara nada comigo desde que chegou, e só me olhava como se estivesse prestes e pular em cima de mim.

Caminhei apressada até patrícia e virei ela de frente, tentando conseguir alguma força e colocar ela em meu colo.

- Espera, eu te ajudo, tô de carro. - Hardin falou.

- Deixa, Scott, eu arrumo um táxi.

- Que droga de táxi, Anna, essa hora da noite, você com essa blusinha de flanela sem sutiã, tá ficando maluca?

- E o que interessa a você?

- Ah, fica quieta, que saco, porra.

Hardin parecia irritado, caminhou até onde eu estava, colocou Patrícia bem desajeitada no ombro e caminhou pelo corredor, se ela acordasse no colo dele, iria pirar. Caminhamos em silêncio até o carro de Hardin, eu abri a porta do banco de trás e ele colocou ela deitada, rapidamente abriu o porta-malas e puxou uma camiseta preta de manga curta - rá - e colocou ao redor do pescoço dela.

After AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora