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Anna.

O carro desliza tranquilo pela estrada enquanto estamos cada vez mais próximos do nosso destino. Joseph está dormindo tranquilo ao meu lado, com a cabeça encostada no travesseiro azul no banco do carro, dividir a estrada em metade metade foi a nossa melhor escolha porque ele estava tão exausto quando me deu a direção do carro, coçando os olhos e com os óculos caindo até a ponta do nariz.

Estamos a poucos minutos de casa e isso me deixa tão apavorada. Apavorada mas esperançosa, porque vejo agora que tenho a coragem necessária pra ir onde eu quiser e onde eu precisar pra ser livre e viver minha vida com alegria, depois de correr tanto de tudo, do mundo, do amor, da culpa, eu decidi e tomo a decisão diária de sempre buscar o que comemorar e o que me sentir feliz, esse rapaz de 1.80 de altura deitado ao meu lado é uma boa razão pra comemorar. 

Passo pela placa que indica que estamos dentro da cidade e sinto um arrepio na espinha, o sol está se pondo e vamos diretamente pra faculdade acabar minha matrícula. 

Passei dias pensando sobre o próximo passo, e agora o próximo passo é decidir se vou reaver meu dormitório ou se vou alugar um pequeno apartamento. Minha mãe me disse que vai me apoiar financeiramente independente da minha decisão, quanto mais agora que meu livro está saindo e em pouco tempo o retorno financeiro virá.

Pensando nisso, penso que tudo entre mim e Hardin acabou justamente assim, ele me chamando pra morar com ele em um apartamento, eu dizendo não e ele não aceitando bem esse não. E agora o que mais quero é ir pra um pequeno apartamento com banheira branca e cama grande ao lado de Joseph, que ainda dorme ao meu lado. 

É impressionante como as coisas podem mudar tão rápido. Hardin forçou e Joseph apenas conquistou. 

Enquanto vou pelo caminho conhecido até o campus Joseph abre os olhos devagar, se espreguiçando como pode dentro do carro, quando olha pela janela se impressiona que já estejamos em casa.

- Nós... uh, nós já estamos aqui? - ele murmura preguiçoso.

- Sim, você hibernou como um urso. 

Ele ri e dá um tapinha em meu ombro e se inclina pra me dar um beijinho na bochecha.

- Deus, até com bafo ele está. - falo rindo, fingindo estar sentindo um cheiro ruim.

Ele coloca a mão no peito e faz uma falsa cara de ofendido.

- Estou faminto. E acabamos com os sanduíches da sua mãe já. 

- Com ''acabamos'' você quer dizer ''acabei'', já que eu comi um e você uns quinze. 

- Que horror, Anna Renee Todd. - ele diz sorrindo.

Estamos cada vez mais perto do campus, isso me dá um frio na espinha e eu aperto o volante com força.

- Vai pegar o dormitório de volta? - Joe me pergunta, enquanto tira o casaco e uma das camisas, aqui não está tão frio como la.

Chega a hora que eu temi, de perguntar. Confesso ainda estar com medo de sua resposta, de sua possível rejeição. Aliás, voltamos a ficar juntos não tem nem um mês direito, decido que ao invés de contornar com uma história bonita, devo dizer o que estou sentindo sem nenhum medo da resposta, porque...

Porque eu ouviria até as piores palavras de seus lindos lábios.

- Não vou ter que pegar o dormitório de volta se você quiser morar comigo em outro lugar. - falo tranquilamente, uma palavra por vez e devagar, pra que ele entenda a seriedade com que falo e saiba que o que estou dizendo é de verdade.

Suas bochechas ficam vermelhas e ele sorri, passando a mão no rosto.

- Eu vou com você pra qualquer lugar. - ele diz, tão tranquilamente e uma palavra por vez quanto eu.

After AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora