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Molly me olha com os olhos vibrantes e com um sorriso irritante no canto dos lábios.

- Sou toda ouvidos. 

- É sobre a gracinha que você aprontou no hotel, semana passada. - digo, ríspida.

- Ah, me desculpa, Anna, mas não tenho culpa de seu namoradinho não conseguir manter as mãos longe de mim. - ela fala, com sorrisos entre as palavras. 

Eu me aproximo um passo dela e ela amolece, olhando pra mim, olho dentro de seus olhos e ela abaixa a cabeça. 

- Olha, Molly. Eu sei o que você fez, e você também sabe. 

- Eu só fui no banheiro e ele estava lá, e ele se aproximou de mim e...

- Para de mentir, você não cansa? - interrompi, falando com um tom mais sério. 

Ela pendeu os ombros, que antes estavam erguidos. 

- Mas, eu, eu...

- Você está mentindo, e, sinceramente, você não ganha nada com isso, você não ama o Hardin, faz isso por diversão? 

- Você não quer acreditar que ele te trairia mas ele faria isso, Hardin não presta, você só se ilude achando que ele é seu príncipe encantado.

Dou uma risada sarcástica e passo a ponta dos dedos de leve em seu ombro. 

- Eu não sou a Theresa, Molly. Você não vai me enrolar com sua mentirinha de merda, eu não acredito em você por um segundo, e eu vim aqui pra te falar que é melhor você parar de se meter na minha vida, ou você vai se arrepender. 

Olho em seus olhos, ela desmontou, sua máscara caiu e eu viro de costas, caminhando. Com três ou quatro passos ela grita pra mim. ''Hardin não tem alma ou coração, você tá fodida''

Me viro pra ela, caminhando, quando chego próximo a seu rosto ela se encolhe ainda mais.

- Você não sabe nada sobre a alma ou o coração dele. - falo entre dentes. 

Me afasto de Molly e sua energia negativa o mais rápido que posso e corro pra última aula antes de encontrar Hardin pro almoço. Sala 45b de filosofia medieval e a aula passa correndo, a professora baixinha, morena, com um vestido preto e colar de pérolas brancas dá a aula o tempo todo sentada e eu gravo no gravador, pra ouvir enquanto ando de bicicleta depois. 

Quando a aula acaba passo 5min a mais terminando de copiar o último slide que tirei fotos no celular e sinto a pressão de lábios quentes e um cheiro inconfundível em meu pescoço, reconheço na hora que é Hardin atrás de mim, me viro e coloco a mão em seu rosto, beijando seus lábios. Ele sorri e posso parar e olhar pra ele, que está, claro, lindo. Com jeans pretos, uma camiseta branca e jaqueta, um colar dourado fino que eu nunca vi, mas gostei bastante. 

- Oi, você tá tão linda, que se eu soubesse eu teria assistido todas as aulas com você só pra te olhar. 

- Você não tem jeito, não é? 

Sugestão de música para o resto do capítulo: Visions of Gideon - Sufjan Stevens.

Ele colocou minha mochila no ombro e segurou minha mão enquanto andávamos, ele estava visivelmente feliz e com um sorrisinho no canto da boca, que, com minha experiência de Hardin, eu sabia que estava aprontando alguma coisa. 

- Então, onde vamos almoçar?

- Isso é surpresa, loira. 

Eu sorri e sim, ele estava aprontando algo. Quando entramos no carro, tinha uma caixa grande atrás, ele seguiu pela rodovia até o bosque e eu coloquei os pés no painel e uma música no som do carro, quando ele parou em meio a árvores com algum musgo e folhagem forte em verde escuro eu perdi a cabeça pro lado e me permiti sentir o cheiro de terra molhada que entrava junto ao vento na janela, fechando os olhos e sentindo a música, Hardin colocou a mão em minha coxa e apertou devagar, eu senti ainda mais forte a sua presença e sorri com os cantos da boca, ainda com os olhos fechados, o vento e o ar eram frios na medida certa e aquele seria um dia incrível. 

After AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora