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É difícil dizer como é voltar a vida.

Essa sensação de queimação quando o ar entra em suas narinas depois de muito tempo, mais tempo do que você se lembra acostumado a falta dele. 

Eu posso dizer que beijá-lo era como voltar a vida.

E muito porque eu me acostumei tanto a essa vida. De fugir das pessoas, de estar caminhando numa corda bamba e não saber quem mais vou precisar deixar pra trás que só de conseguir olhar pra ele, ver seu rosto, seu sorriso, seus lábios junto aos meus eu me sinto viva, viva porque eu não estou mais fugindo, como fugi quando ele me beijou na festa da fraternidade, eu estou aqui e isso no momento é o que mais conta, o que mais importa.

Seus olhos estão brilhando e ele está sorrindo, Joseph tem esse tipo de sorriso que te coloca na obrigação moral de sorrir junto, esse tipo de sorriso que te deixa sem fôlego e te coloca fôlego, sabe? Esses muitos dentes lindos e grandes alinhados e deixando suas bochechas espremidas e seus olhos pequenos.

É como voltar a vida. 

Eu decido deixar pra trás todas as coisas que tem atormentado minha cabeça

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Eu decido deixar pra trás todas as coisas que tem atormentado minha cabeça. Decido deixar pra trás a imagem de Hardin e Molly, decido deixar pra trás a dor da ausência de meu pai, Edgar. Decido deixar pra trás Willie Tompson, na oitava série, quando me prendeu no banheiro e me beijou a força, e eu não disse nada a ninguém. Bem como quando Samuel Jugh, no ultimo ano do colegial, quando me tocou onde eu não queria quando eu não queria.

E por todos os homens, meninos e garotos que eu deixei que entrassem em minha vida e deixei que entrassem em minha mente e me destruíssem. Por todas as vezes que neguei receber o amor porque eu julguei não merecer. Eu decido deixar pra trás todas essas coisas nesse momento, decido nunca mais não me deixar ser inundada e preenchida por um amor tão especial e importante como o amor que Joseph McCurty sempre me deu, esse amor sem medidas e sem barreiras que sempre me compreendeu, sempre me esperou e me aceitou, que enxugou minhas lágrimas e deixou seu orgulho de lado por mim.

Eu não resisto a seus lábios quentes, a suas mãos calorosas e a seu sorriso, não resisto mais e prometo a mim mesma nunca mais resistir. 

Eu mereço esse amor.

E vou me deixar ser totalmente inundada por ele sem medos ou barreiras. 

- Eu amo você. - murmuro entre um beijo e outro com o calor de seus lábios nos meus.

Seu sorriso, aquele sorriso grande e reconfortante aparece de novo.

- Eu sempre amei você.

Sorrio junto. 

Esse é sem duvidas o melhor momento de todos. 

Joe. 

Ela está em meus braços com a cabeça em meu peito e eu sinceramente não sei se mereço uma coisa tão boa quanto tê-la finalmente comigo novamente. 

Nossos beijos calmos e tenros e totalmente apaixonados. Eu senti falta de tudo isso, tanta falta que me sinto como se tivesse acabado de voltar a vida. 

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Duas da manhã. 

Um show emocionante e muitas taças de vinho depois, nós estamos agarrados e aninhados no carro, ela beija meus lábios incontáveis vezes e eu nem sei mais quais mãos e lábios são meus e quais são dela, e essa é a melhor sensação que eu conheço, essa sensação de estar tão inundado e perdido dentro dela a ponto de sermos nós dois como uma coisa só. Essa sensação de estar em casa ninguém no mundo além dela é capaz de me proporcionar. 

A viagem de carro até a casa de Midge é lenta, dirijo devagar por ter bebido menos e ela me rouba beijos quentes no caminho, me tirando um pouco da concentração e me deixando com muito mais desejo. Amo esse desejo e o acolho, deixo que entre em mim e me domine, ele cresce a cada quilômetro mais perto de seu quarto quente e de sua cama grande.

Quando chegamos lá, o carro de Midge não está na garagem e ela me olha com seus grandes olhos claros com um olhar que eu reconheceria em qualquer lugar, um olhar de desejo e paixão. 

Entramos na casa aos beijos, largando chaves, sapatos e casacos pela casa enquanto caminhamos. Quando abro a porta do quarto de Anna com as costas e com ela agarrada em meu corpo eu percebo que esse é o quarto que ela mantivera trancado todo esse tempo. Onde provavelmente passou o natal com Hardin.

Tenho medo, uma pequena centelha dele, de que isso desperte lembranças e sentimentos indesejados dentro dela, mas ela acende a luz com instinto e sequer olha pros lados com receio, me empurra na cama e me olha novamente com aqueles olhos de paixão e adrenalina que nos olhamos tanto tempo atrás e vejo que esse tempo nunca passou, é como se tivesse sido ontem.

Ela sobe no meu colo e me beija, seu corpo é quente e me deixa cheio de uma excitação que eu senti tanta falta. Eu conheço esse corpo mais do que conheço a mim mesmo e traço o caminho perfeito com as mãos para despi-la e ela se abre com meu toque, fica cada vez mais admirada e quentinha quando tiro sua roupa e pressiono meu corpo no dela, ao puxar minha camisa, ela me olha com admiração e beija minha barriga, meu peito, enquanto passa as mãos em meus braços.

Não importa com quem eu esteja, nunca nada vai ser igual a tê-la.

Anna. 

A saudade que senti dele aflora de dentro pra fora em meu corpo até me deixar em brasas. 

Quando entramos no quarto que evitei por dois meses inteiros sinto que meus fantasmas não são mais pário pra nós dois e pra força que temos juntos. 

Não me lembro de me sentir assim com ninguém, quando subo em seu colo, suas mãos traçam o caminho perfeito tirando minhas roupas com prática excelência, estar em seu colo, sentindo sua pressão e seu desejo me deixa totalmente excitada, seu corpo é um monumento, perfeito, quando puxo sua camisa com rapidez o suficiente para rasgar, ele sorri e morde o lábio inferior, me deixando completamente entregue a quem ele é ali, a essas sensações.

Sensações mundanas, carnais, vividas e reais que eu jamais senti antes com ninguém. Sobretudo porque não é só sexo, é amor e conexão, tudo bem medido e misturado.

Me admiro ao observar seu corpo, seu torso e seu abdome perfeito, a barriga definida e os braços duros mas macios, não resisto e beijo seu peito, sua barriga, desço o caminho que meu corpo mais pede até estar com ele na boca, seu gosto, sua sensação, sua pele pulsante e quente conseguem me transportar a lugares que eu não sabia que poderia ser transportada.

Quando sua voz tenra e rouca diz meu nome eu sinto que posso chegar o clímax sem sequer ser tocada. Como se todo esse prazer que vejo que posso dar a ele se fundisse a um prazer que eu mesma sinto.

É uma magia. Só pode ser magia.

Mas quando ele me posiciona deitada e sobe em mim, não como se eu fosse sua presa, mas sabendo que já me domina totalmente, eu vejo o músculo de seus braços tensionados e os de sua barriga se mexendo a seu movimento, isso é mais magico ainda, quando ele beija meu pescoço com uma delicadeza e se coloca dentro de mim, me seguro em seus braços, mesmo sabendo que não há como cair porque é como se meu corpo fosse todo tomado por descargas elétricas, como se eu fosse feita pra isso.

- Senti falta demais disso. - ele sussurra mais como um gemido em meu ouvido e eu, sem ter outra opção que me pareça coerente, me derreto completamente em seus braços. 

After AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora