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Renato

Maior festa no meio da rua, bloco fechou o quadrado e a água comeu firme. Aniversário de um mano forte, então foi aquelas coisas, patrocínio brabo.

Não era de beber muito não, mas vez ou outra tomava minha cervejinha. Calorzão do Rio de Janeiro deixa o sujeito desemparado, se não descer uma loira ao menos tu fica fudido!

Dino: Tua música aí ó, mano Matemático. - tava cantando "mulher casada mata mais que revolve".

Renato: Coé, rapá! Brinca mais que a brincadeira. - disse rindo.

Thiaguinho: Vai negar agora filha da puta? - quis apertar minha mente. Nego brinca!

Renato: Vai tomar no cú!

Thiaguinho: Desconsidera trabalhador mermo.

Renato: Rapá, eu não sabia que a mina era mina do cara lá não pô, fui de bucha nessa porra, tava de inocente na parada. Tinha como advinhar nao, validei a palavra dela.

Dino: Botando pra fuder nas costas do trabalhador e ainda largou de barriga pro cara criar. Muito filha da puta esse Renatinho!

Renato: Coé, fdp! Cês brinca mais que a brincadeira, papo retão. Cara cria meu filho porque é um cara maneiro, mas eu dou toda assistência po. -

Esses caras brincam mais que tudo, se eu pegar pilha aí que fudeu. Parada mandadona que rolou, mas de verdade não sabia que essa mina tinha rolo com ninguém não! Pra mim era tranquilo atuar ali.

Não sabia de nada, daí agi lá né... só soube da treta quando ela apareceu grávida, aí foi maior pica, teve que fazer até exame de DNA pra saber de quem era a criança e tudo mais!

Final da história filho foi meu mesmo, o cara depois de uns tempos voltou com ela e ajuda a criar a criança. Dou toda assistência, registrei e tudo mais! Independente das atrapalhações não ia renegar jamais, é meu filho.

Esse é o meu caçula... joguei outro dentro de uma mina que tava me fortalecendo lá na cadeia e tive o Émerson. E agora nessa laranjada nasceu o Benjamim.

...

Tirei a pistola da cintura, suspendi a camiseta e coloquei ela na costas abaixando a blusa logo em seguida. Porta tava aberta, já fui entrando.

Renato: Porta aberta, já brotei logo! - meu pai me encarou e não disse nada.

Minha irmã mais nova, quando ouviu minha voz saiu do quarto e veio falar comigo. Tá grandona já, quase onze anos a magrela. Tá lindona!

Heloísa: E aí, Rê. - disse se jogando no meu colo.

Meu pai sentado com o jornal na mão estava, assim ficou, me negou voz mesmo. Na verdade tem sido assim desde que saí da cadeia a um ano e formei na boca daqui! Desde que eu comecei a fechar lá da cadeia ele soube, mas quando eu sai e formei aqui fora ele ficou nessa.

Fica puto o coroa, não aceita de jeito nenhum e isso me deixa puto do outro lado. Detesto ser tratado com indiferença, me fode, me escaldo logo.

Troquei uma ideia com a magrela e meti o pé também, se não quer minha presença que se foda, posso fazer nada!

FICHA SUJA (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora