31 - M2

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Sabe o ranço? Abuso? Foi isso que eu peguei da cara do Renato, ou melhor, matemático. Tomei um nojo tão grande que eu nem conseguia mais olhar na reta deles!

Me tá com uma marra, uma bronca, um ar de superioridade surreal! Quando eu o vi pela primeira vez aqui depois de que saiu da cadeia eu quase não reconheci.

Cheio de tatuagens, tá mais fortinho e gostoso. Tá mesmo, não vou mentir, isso não posso negar. Até na pior fase dele eu fiquei com o traste, quando era só osso. E agora que tá gato tá aí pras piranhas mamar...

Mas só pelas merdas que eu fiquei sabendo dele a beleza não compensa! Minha comadre me conta tudo mesmo a contragosto, afinal o marido dela é amigo dele. Como já não bastasse ter feito filho em uma piranha qualquer fez outro na mulher dos outros... ridículo demais!

De verdade, não o conheço mais. Todos os valores, todos pensamentos que ele me contava e eu achava que prevaleceriam pra sempre, hoje eu vejo que não existem mais...

Mas o que esperar de valores, quando nem o amor que tanto me jurou existiu? Porquê depois de toda aquela sacanagem eu demorei a entender, mas entendi.

Aquilo que ele dizia sentir por mim não era amor, nunca foi, não vejo como o mesmo. Pra mim o amor tudo suporta e eu suportei... ele nao, me descartou, saiu da minha vida sem nem ao menos se importar se eu sentiria isso!

Nossa história, todos os anos que vivi pra ele e por ele não valeram de nada. Tudo não passou de uma doce ilusão, mas é isso mesmo.

Assim como foi ilusão, me serviu de aprendizado e escada pro futuro. Graças ao meu passado hoje eu vivo o meu presente e vivo muito bem!

Tenho meu noivo que me ama, me respeita e valoriza... meu trabalho, meus estudos e coisas que sempre sonhei. Venci!

Meu irmão que puxa saco dele porque bota em reservado, faz regalias em baile logo foi conversar com ele que tava descolado já que meu compadre desceu pra conversar com minha comadre!

Vanessa: Joyce? - me chamou e eu despertei dos meu pensamentos.

Joyce: Oi!

Vanessa: Baile esse final de semana, vamo? Vai ter Tiêê.

Joyce: Se Yuri for eu vou. Me amarro no Tiêê!

Engatamos em um papo de bailes passados, de quanta gente boa já tinha pisado aqui.

FICHA SUJA (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora