O grupo de samba já tinha terminado de tocar e essas horas só tava rolando o nosso bom e velho 150bpm. Dj lançando dos funks mais antigos aos mais novos!
Maior nostalgia que bateu. Aí, cara! Bailes de hoje em dia são ótimos, mas só quem curtiu os bens das antigas sabe como é. Eu lá já com meus 31 anos sabia bem como era. Época boa do caralho.
Joyce: Eu só quero é ser feliz... Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é... E poder me orgulhar, ter a consciência que o pobre tem seu lugar! - cantarolei levando o copo.
Leandra: Minha cara autoridade eu já não sei o que fazer... - completou cantando tudo embolado.
Todo mundo já mega imbra na quadra kkk tinha ninguém mais sentado, só os mais chegados ficaram e todos já em água dançando.
Dj: Essa aqui meu mano Matemático tá ligado, mano Mdez... toda tropa toda que tá presente! Tropa do Dendê porra. - exaltou os caras.
Lançou o set e só pelo toque todo mundo já sabia qual era. Foi uma gritaria, todo mundo em um coro só cantando. Ai caralho!
"Parapapapapapapapapa... Parapapapapapapapapa
Papara-papara-papara-claque num! Morro do Dendê é ruim de invadir, nós com os Alemão, vamos se divertir. Porque no Dendê eu vou dizer como é que é... Lá não tem mole, nem prà DRE..."Renato: Pra subir aqui no morro até o BOPE treme, não tem mole prò Exército Civil nem prà PM... eu dou o maior conceito para os amigos meus, mas o Morro do Dendê também é terra de Deus! - cantou levantando o copo.
Daqui eu vi o outro cantando, bem imbra fazendo até passinho. Mega leve meu marido, dava pra sentir a felicidade dele.
No geral Renato era sempre sério, concentrado e na dele... entao quando rola essas coisas, tem esses momentos que ele se solta e fica a vontade com os amigos, entre família, eu me amarro!
Os amigos do Renato quando começou a falar o nome das armas já estavam querendo levantar os bicos pra cima, mas eu vi ele mandando abaixar.
Joyce: devolva! - já cheguei dando um tapa no Thales. - Que palhaçada é essa, Thales? O que é? - já cheguei cortando minha onda com esse viado.
Palhaço, não sei na mão de quem ele pegou mas tava com fuzil na mão levantando bico pra cima pra se amostrar. Papo reto? Quis nem saber, cheguei no meio de todo mundo já escaldando ele.
Tá maluco? Que ele goste ou não goste, não to nem aí! Falo mesmo. Eu einnn, quadra toda fechada mas nunca se sabe não... povo é maldoso!
Tem gente que fica só de tocaia pra registar os momentos pessoais dos outros e jogar na mídia, ainda mais que sabe que tem vários envolvidos aqui.
Morro de medo disso acontecer. Daqui a pouco tá meu nome no jornal aí dizendo que teve formatura pra mim, que sou advogada do tráfico. Coé, sou escaldada com essas paradas.
Thales: Coé, Joyce! - disse devolvendo pro segurança do Renato. - Tá mandada, cara? - tava putinho e os caras rindo.
Joyce: Tô mandadora! Tu é algum bandido pra tá segurando fuzil? Se manca, filha da puta! Eu, ein. - esculachei ele legal na frente de geral.
Até pro Renato sobrou gastação, os caras ficaram pesando na mente dele falando que eu era braba, que agora entendia o medo dele de mim.
Renato: É po, ela que manda! - disse me abraçando de lado.
Joyce: Eu to vendo você negando, ein?
Puto me abraçou de lado, tava confirmando tudo na minha frente e por trás negando com o dedo. Ridículo, aff! Kkkk
(...)
Festa acabou lá pras 3:30 da madrugada, mas por eu não aguentava mais, pois pelo gosto do povo eles amanheceriam, sério mesmo.
Geral tava bebado, todo mundo tri louco de verdade e ainda queriam ficar por lá, maior maluquice. Acabou que todo mundo dormiu lá em casa! Kkk
Eu e Renato bebados da vida ainda fomos inventar de transar no auge da cachaça, mas tudo que começa errado, termina errado, não tem jeito não!
Joyce: Me pega aqui, Renato! - disse no chão.
Auge da vergonha e fogo no cu! Cai de cara no chão quando fui trocar de posição e fiquei por lá mesmo, não aguentei levantar, nem o Renato foi me pegar, ficou rindo lá.
Joyce: Desgraçado! Me pega aqui, cara. - disse rindo também. - Machuquei minha testa!
Renato: Coé, cara! - me puxou pelo braço me levantando.
Joyce: Filho da puta! - disse puta.
Renato: Agora a culpa é minha é? Coé... fica puta não.
Clima acabou na hora, ficou eu e ele deitados gastando a onda, rindo que nem doidos. Quando o sangue esfriou a testa começar a latejar abeça, já tava até vendo o inchaço amanhã. Maior galo na testa! Kkkkkkk
Joyce: Vou por gelo nisso aqui, amanhã vai amanhecer inchadão!
Renato: Tá vendo!? Foi fazer doideira, mulher aranha! - gastou e eu dei um tapa nele.
Vesti minha roupa e desci pra pegar gelo, tava tudo apagado e eu na pontinha do pé porque meu irmão tava dormindo na sala, minha tia e Vanessa no outro quarto.
Ou era o que eu achava né! Brotei na minha cozinha e levei um maior susto quando eu vi Vanessa e Thales lá se chupando.
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General Fiction+18 | 1/2 | Eles querem um preto com arma pra cima! ✊🏿 +18 | LIVRO COMPLETO DISPONÍVEL PARA ASSINATURA.