FICHA SUJA (DEGUSTAÇÃO)

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Renato

Palavra pra mim é sagrada e do momento que eu dou a minha palavra pra alguém, eu vou com ela até o final. Meu papo de homem é sério e se eu fecho com alguém, fecho pra caralho... é no claro e no escuro mesmo!

Hoje em dia eu agradeço muito a Deus por ainda estar vivão e tá na atividade...  Em segundo lugar agradeço ao meu mano Lekinho, pois foi ele quem me apadrinhou lá na dentro e aqui fora!

Na primeira cadeia que eu puxei era muito novinho, inocente, não tinha nada a ver com aquilo lá. Nego me esculachava pra caralho, eu não tinha ninguém ali dentro por mim, nem era fechado com nada, então era eu pra todo.

Se tinha que limpar as paradas era eu, se tinha que dormir no chão, no pior lugar era eu também po. Não tinha paz não, fazia papel de bobo.

Passei por várias sufocos naquela jaula, comi o pão que o diabo amassou, mas quando conheci esse cara minha estadia lá melhorou pra caralho.

Mano me colocou na firma na minha segunda cadeia sem eu ter conhecimento nenhum, sabia porra nenhuma, mas desde sempre acreditou no meu potencial e me fortaleceu!

Me destaquei e fui aprendendo ao poucos os fundamentos por mérito meu, mas quem demonstrou  meu potencial na contabilidade, abraçou minhas ideias e me apresentou aos caras da firma foi ele, tá entendendo?

Quando  ele me comunicou que tava pra pular o muro porque tinha brigado com os caras e eles tinha mandado sequestrar a mulher dele, eu pensei muito se iria com ele.

Pensei pra caralho, aceitei, até pensei em recuar depois, mas não fiz. Se ele foi por mim quando eu tava no ruim, seria por ele agora também!

Pulei o muro levando algumas armas que estavam no meu porte e todo o dinheiro que tava na minha mão pra fazer a contabilidade. Trouxe minha tropa quase toda, mano Dino pulou também, foram pouquíssimas que ficaram.

Dino: Teu pai não quis ajuda não, disse que se viraria.

Assim como a casa que eu ofereci na pista, meu pai nao aceitou a meta que eu mandei entregar e nada que tenha vindo de mim desde que foi posto pra fora lá do morro. Tá puto e eu entendo!

Renato: Coroa tá puto, mas eu faria o que?

Dino: Porra, nem fala... Leandra tá boladona comigo, até terminou, mano.

Porra, nego é foda! Acha que a gente quando toma essas decisões não pensa em nada não, mas nós pensa sim. O único problema que rola é que não dá pra avisar!

Tava em uma base aqui em senador camará no complexo da Coreia. Os caras da autarquia me jogou aqui e to aqui de asilo.

Cara que é frente daqui abraçou nós. Mano que tá na frente dessa favela de novo é famosão, temido e respeitado pra caralho por todo mundo e dava pra perceber o motivo... Mano é brabo, não é cabeça cara atoa não!

Coréia: Se tu quiser entrar lá naquela porra e tirar teus filhos, nós entra. Se o teu medo é eles terem deixado seus filhos lá pra agir de maldade nós trama e invade aquela porra logo! Disposição aqui não falta, nem muito menos munição. Tenho filho e filha nessa porra, não ia querer tb que ninguém fizesse nenhuma covardia com eles não, tá maluco? - falou serinho.