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Renato

Coréia: Não entendi esse papo não.

Renato: Coé, cara?

Coréia: Ah, não fode! - disse já puto. - Minha parada né essa não... - se referiu aos cálculos que apresentei. - Eu me garanto é nisso aqui ó. - tirou a pistola do coldre e eu balancei a cabeça em negativo. Cara maluco!

Porra, as vezes é foda ter que dialogar com vagabundo. Papo reto mesmo! Bagulho é bateção de cabeça do caralho, tem que ter paciência.

Ter que ficar explicando as coisas pra quem não entende e principalmente matemática é foda. Parada é básica, mas nego entende não.

Renato: Porra... vou tentar ser mais específico! To falando pra gente montar um "sistema delivery", nego pede as paradas e nos manda entregar po. Entrega de tudo, tá entendendo? É mais seguro pra gente e pros clientes, principalmente agora que tão marcando por aqui! Fora que com isso dá pra lavar o dinheiro pelo sistema de entrega colocando vários moleques fazendo essas rotas, entendeu??? Quem é que para entregador?

Coréia: Porra... pode crer! - me encarou serinho. - Tu é pica, papo reto!

Lekinho: Aí é o meu menino de ouro po. Hahaha! - disse rindo no viva voz. - Investi nesse moleque atoa não, vi visão! Vi visão, porra! Ele é foda.

Nós tava em uma reunião no QG discutindo várias paradas e eu apresentando minhas ideias. Minha função é fazer render, gerar lucro pra favela e facção e isso modéstia parte eu fazia muito bem.

Não me garanto trocando tiro, não é o meu forte, mas esculacho nos cálculos e nas ideias. Só ideia de progresso que eu mando mesmo! Só avanço.

Terminou a reunião mano mandou fortalecer maneiro geral! Filha dele nasceu, foi só água de bandido pra gente comemorar.

Dino: Porra, Leandra aperta a mente. - disse desligando o celular.

Renato: Vacilar ela brota aqui ein, aí cola na tua reta!

Dino: Tá maluco? Só dor de cabeça!

Renato: Cada um com tuas picas né... Desse mal eu não sofro. Carreira solo, papai!

Dino: Claro, tu pega a mulher dos outros, como é que passa por esses sufocos?

Renato: Coé, rapá? É vem tu brincar com essas paradas! - dei risada. - Brinca não, filha da puta! Tu sabe que eu fui de bola nessa história.

Dino: E com a Joyce?

Renato: Tem o que? - me fiz.

Dino: Se faz de pão não, mano. Tu sabe do que eu to falando... - me fiz de maluco o encarando. - Ialá, vai negar?

Renato: Tua mulher é fofoqueira pra caralho, mané. Pqp... Mulher é foda!

Dino: E é como?

Renato: Fala pra ela que falador passador mal, tá ligado? Amanhece com a boca cheia de formiga não sabe o porque po. Adora explanar as situações dos outros! - balancei a cabeça em negativa.

Dino: Tá ameaçando minha mulher na minha cara? - eu dei risada. - Ela só me falou a verdade po, que tu tá pertubando a mina.

Renato: Eu? Perturbo ninguém não... mas também não tenho culpa de tá na mente né? - ri sarcástico . - Agora tua mina, namoral, ela fala de mais... Língua maior que o corpo, vacilona do caralho.- balancei a cabeça em negativa.

FICHA SUJA (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora