95 - M3

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Narrações Intercaladas:

Joyce

Pronto, Renato trouxe o Emerson e o Benjamim logo pela manhã pra formar o trio ternura. Isabella abraçava, beijava os irmãos que chega eles se irritavam! Só queria ficar com eles.

Émerson: Ih, cara! Fica aqui, Isabella. - disse colocando ela sentada, mas ela voltou e foi pra perto deles que estavam jogando bola.

Renato tava vendo tudo e rindo, os filhos já estressados querendo jogar e ela lá no meio travando o futebol deles.

Benjamim: Tia, segura a Isabella, cara! - disse putinho. - Ô pai... - reclamou.

Renato: Deixa ela cara, quer brincar com vocês ô.

Joyce: Deixa seus irmãos brincarem, Isabella! - reclamei, pois pelo Renato tava nem aí.

Almoçaram, brincaram... e o Renato só levou eles pra casa a noite. Eu hoje ia deixar a Isa com a minha tia, ia brotar no baile, mas nem tinha falo ao Renato ainda.

Renato: Vou meter o pé já, tenho que resolver umas paradas! - disse serinho.

Joyce: Tranquilo. Olha esse baile, ein.... - dei dois tapinhas no ombro dele.

Renato: Coé? - riu. - Começa não, maluca! Nem curto essas paradas, só vou hoje porquê tenho dever.

Joyce: Coé nada... na hora que tão lá "matemático do dendê..." - cantarolei um trecho da música. - Você fica se achando! - ele riu.

Renato: Ih, tá mandada mesmo né cara? Para de doideira... brota lá po!

Joyce: Quem sabe eu vá! - disse dando um selinho nele.

Ele saiu e eu ainda fiquei com a Isabella até ela dormir, mas antes dei o minguai. Levei ela pra minha tia já apagadona, agora aqui só acorda mais tarde pra comer novamente e tchau.

Peguei minha coisas e fui me arrumar na casa da minha comadre. Se eu saio daqui pronta, antes mesmo de eu chegar lá já tou visada. O erro esse povo!

Chegamos no baile já era uma da manhã, mas nem sinal do Renato. Thales tava no reservado com a Vansssa e os amigos dele que ele insiste em socar lá dentro.

Falo nem mais nada.... tem tempos que não broto por aqui, mas nada mudou... quando o Renato chegar bota todo mundo pra ralar!

Reservado fica só bandido, mulher de bandido e associados. Thales é associado, mas eu acho que ainda não se mancou, não entende... Kkkk

Vanessa: Você não vai pra lugar nenhum! - segurou a mão do Thales.

Thales: Ih, cara! - disse puto. - Na moral, onde fui me meter. - disse olhando pra gente que tava rindo.

Thales sendo travado em uma tentativa de dar perdido era hilário. Ele tá achando que a Vanessa é as meninas que ele enrolava, trazia pro baile e ainda dava perdido pra pegar outras com elas aqui.

Minha prima trava o bonito mesmo, quando ele quer voar ela corta, ou faz igual. Aí rapidinho fica manso, homem só se aquieta assim. Enquanto tem uma tranquila, ele pinta e borda, mas quando acha uma que joga o mesmo jogo deles rapidinho se arrasa, murcha logo.

Deu duas, três e quando foi quase quatro da manhã que o bonito foi chegar. Sempre assim, deixa essa palhaçada nunca.

Atravessou pro reservado e foi aquela palhaçada, tropona tudo de bico pra cima. Antes mandou falar todo mundo que tava mamando aqui a noite toda!

Renato

Antes de brotar no baile fui resolver umas paradas que tava pendente. Depois foi só aquecimento, sentei em um bar com os caras e desceu só água de bandido.

Cheguei no baile já no melhor horário, no propício pra gente. Dia perto de amanhecer é que é o melhor clima, onde tudo acontece!

Renato: Nem me avisou! - falei no ouvido dela assim que cheguei.

Doidona! Botou na cabeça que eu to na falha e quer me pegar a todo custo. Papo reto, deixa só tentar mesmo. Kkk

Joyce: Surpresa! - disse levantando o copo.

Renato: Coé... tá mandadona você né, vacilona? - segurei na cintura dela.

Joyce: Tô nada... só vim curtir, maior tempão que não pegava um bailão. - assenti. - Tava onde?

Renato: Resolvi umas paradas e depois fiquei bebendo com os caras.

Joyce: Hum... com os caras né?

Renato: Ih, papo reto, maluca!

Tá na minha intenção ela, brotou aqui e o povo já deve ter enchido a mente dela de doidices. Puta bagulho mandado, nego adora especular, fofocar sem nem saber de nada.

Fiquei ali curtindo tranquilo com a dona Maria, montei um copo com whisky, gelo e água de coco e fiquei bebendo.

Maior paz! O Dj tempo todo exaltando nosso mandado e a gestão. Modéstia parte é a melhor, estamos fazendo história.

Mdez: Bora ali, mano! Resolver uma parada. - me chamou após o rádio dele apitar.

Se eu fosse sem falar com a outra, era problema, também fui avisar, mas sabia que seria problema igual. To dizendo...

Joyce: Você chegou quase agora e já vai pra onde, Renato? - disse serinha. - Porra... não pode curtir aqui com a gente tranquilo não é cara? Tem que ficar toda hora indo ali fazer não sei o que. - disse puta.

Renato: Já volto! - dei nem confiança.

Joyce: Renato... - segurou minha mão, mas eu soltei saindo. Quer me travar agora, to fudido...

Baile tava lotadão, fizemos uma estrutura do caralho pra comemorar. Comunidade em peso, mas também tinha muita gente da pista, afinal várias caras novas por aí... playboy é Patrícia a todo!

Mas tem nada não, intenção é essa mesmo. Se a gente quer crescer, progredir, ambiente tem que tá propício e agradável pra todo mundo.

Se o playboy não se sentir seguro pra brotar em baile e curtir, vai se sentir depois pra vir aqui comprar? Acho que não... então toda hora a favela tinha que tá em paz pra receber visitas.

Atravessei a multidão com o mano, ele chegou junto de outros caras pra resolver um caô que eu nem tava por dentro, mas nem me envolvi também.

Fiquei marcando da calçada quem entrava e saía na aglomeração, quem chegava e ia embora até que vi um rosto conhecido.

Papo reto, poderia levar anos sem ver... mas eu reconheceria ele até no inferno. Tava gordo, aparentemente pancado, mas era ele mesmo, o Sávio.... Filha da puta que fudeu a minha vida, quem eu considerava como amigo e tava bem aqui... bem na minha frente, na minha área!!!!

FICHA SUJA (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora