FICHA SUJA (DEGUSTAÇÃO)

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Joyce: Do que é que tu me chamou, garota? - a encarei. - Repete o que tu falou! - disse me afastando do Yuri e me aproximando mais dela.

Xxx: Escurinha, ué. - disse seríssima, cinica mesmo, como não tivesse dito nada dms. - É, sua pele é mais escurinha, não é? Por isso te chamei assim! - desdenhou.

Se já fui calma e paciente algum dia, não me lembro mais. A raiva e o ódio dessa garota me consumiram de uma forma tão intensa que eu parti pra cima dela, perdi a cabeça no exato momento.

Não cheguei a bater como eu queria porque o Yuri me agarrou pela cintura me tirando de perto dela, mas um soco com gosto na cara dela eu dei e se não fosse ele, daria muito mais!

Joyce: Me solta, Yuri! Me solta! - disse nervosa, chega tava tremendo de ódio.

Nessa altura já tínhamos virado a principal atração da festa, geral já olhava. Yuri me segurou me arrastando pra longe dela enquanto Débora e Vanessa já estavam lá perto delas discutindo com a racista e a tropinha dela!

Yuri: Tá maluca, Joyce? Como é que tu bate na garota assim? Pqp!- disse me segurando pelo braço e eu tentei me soltar. - Para!

Joyce; Me solta, me solta... eu bati e bati pouco! Ela merece mais! Esse... esse... Lixo! - gritei apontando pra ela. - Você é um lixo! Racista! Escrota! Nojenta... - tentei me soltar, esbarrei na mesa e acabei derrubando o balde que estava em cima da mesa bistrô.

Yuri: Para de escândalo, cara. Deixa de gritar, tá todo mundo olhando ja! Olha o que tu tá fazendo, tá passando vergonha.

Joyce: To nem aí, podem olhar... É bom que todo mundo sabe o que ela me fez po. Isso é injúria racial, eu sei meus direitos! - bati nos peitos. Não é porque eu sou preta e favela que eu não sei meus direitos não, que ela vai falar o que falou e não vai ter nada... ela tá muito enganada. Se ela tá pensando que tá falando com alguma leiga, se enganou, isso não vai ficar assim não. - disse nervosa. - Eu vou chamar a polícia! - peguei meu celular pra ligar mas o Yuri tomou da minha mão.

Yuri: Joyce porra, para com isso! - me segurou pelo braço e saiu me levando pra longe de onde nós estávamos.- Você sabe quem é essa garota? Tu quer me prejudicar? Caralho, mano! - soltou meu braço mas ficou na minha frente me encurralando em uma parede.

Joyce: E daí? Não me interessa quem ela é, nem deixa de ser. Ela não pode sair destratando os outros e sendo preconceituosa por ter dinheiro, ser branca ou o caralho que for não, foda-se. Foda-se quem ela é! Não vou me calar por isso não Yuri, nem deitar pra branco nenhum pisar!!! - disse puta. - Desde que eu cheguei aqui ela e as amigas dela estavam encarando a gente, desdenhando.

Yuri: Sim, cara! E tu pega pilha por isso??? Quer fazer escândalo, armar barraco, envolver polícia pra chamar mídia por ela ter te falo isso? Aí tu me fode po, eu to aqui trabalhando, isso aqui é o meu trabalho. Desse jeito tu quer me fuder! - disse e eu fiquei incrédula.

Joyce: Olha Yuri, não to te entendendo não! - balancei a cabeça em negativa.

Yuri: Cara... - eu cortei ele.

Joyce: Eu to errada???? - gritei. - Você acha que eu to errada???? - apontei o dedo no peito dele.

Yuri: Tu não tá errada não amor, não é isso, mas...

Joyce; Tem mais nenhum, tem mais nenhum! Eu já entendi tudo, relaxe.

Débora: Joyce? - Débora me chamou e eu empurrei ele fazendo com que o mesmo saísse da minha frente.

Joyce: Bora embora! - falei puta da vida nem deixando ela completar a frase.

Yuri: Coé, cara. - segurou meu braço me travando.

Joyce: Coé um caralho! Precisa se preocupar não que eu não vou atrapalhar a porra da sua festa, nem fazer nada contra os seus amigos. Pode ficar tranquilo, pode ficar aí com esse bando de racista. Mas fica e não me procura mais não, tá entendendo?

Yuri: Sério isso? Vai terminar comigo por isso??? Tu tá de palhaçada!

Joyce: Vou terminar nao, já terminei. E me solta! - disse puxando o braço.

Sai de lá puta e bolada! Minha raiva era tão grande que eu voltei pra casa o caminho todo chorando de raiva. Minha raiva pelo Yuri era grande, mas a do que ela me disse era imensa...

Racismo é uma coisa tão foda que te machuca tão mais quanto palavras ou atitudes de outras pessoas, sério. Mesmo você sabendo que não é inferior, se sente... mesmo você sabendo o quão aquilo é ridículo, ainda assim se magoa.