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1 ano depois...

Renato

Um ano de atividade pura pra não virar saudades, só na gestão inteligente lutando contra o estado. Papo reto, continuava no meu posto, na luta e intocável, pois meu papel aqui faço com maestria.

Nessa vida é um olho aberto e outro fechado, no meu caso eu vivia com os dois abertos. Eu mais do que ninguém sei que não devo confiar em ninguém, afinal eu senti na pele o que dá quando tu acredita nos outros.

Minha pureza permanece a mesma, mas hoje em dia eu sei quando e com quem devo usar. Vagabundo considera ninguém não!

Mdez: Já mandei ralar, Aô... quer ficar tonteando! - mandou o papo só.

Com a parada de retomada do dendê vários manos que vieram de missão ficaram por aqui mesmo. Papo reto, só maluco brabo, tudo cheio de disposição.

Tropa avanço, só moleque afim de dar o sangue pela bandeira, pela comunidade e contra as mancadas que o Estado faz conosco, as desigualdades.

Desigualdade essa que nós vê dia a pos dias, muda não não! Outro dia tava assistindo na tv uma mina que foi presa injustamente só pelo cabelo dela ser parecido com o da mina que de fato cometeu o ato.

Porra, aquilo ali me fudei! Essas paradas me revolta de uma forma, só me dá mais raiva. Estado filha da puta do caralho, sistema opressor que só se volta contra preto, pobre e favelado! Nós é gente também, cara. Merecemos isso não!

Pior mancada é tu ser acusado por uma parada que não fez e mais ainda é saber que isso só rolou porque tu é preto/pobre. Eu sei bem como funciona!

Renato: Tu é foda, maluco! Sustenta ninguém. - disse virando meu copo de whsisky. - Ja já o dendê tá pequeno pra tú.

Falando no dendê estamos por aqui firme e forte, bandeira tá de pé e só deita quando o último homem cair. Deus é por nós e pra nós, exquece.

Mdez: Ih, gosto de tonteação não. Quero paz, guerra eu travo todo dia com eles lá. - assenti.

Pprt, só com uma que tu já conhece pela vida toda tu bate cabeça, vira e mexe tá de cara quente, imagina aí tá toda hora com uma mulher nova? Maluco pra caralho, só se mete em pica toda hora piando com uma doida!

Pagodinho tava maroto comendo no centro, eu aqui só marolando e curtindo de canto. Na moral, se o cara brotar numa porra dessas com a imunidade baixa se fode... Eu já imbra, só mancada.

Só sofrencia esses caras lança, bagulho pra machucar mesmo. Tu não tá nem na merda, tá passando longe da situação mas quando joga um pagode na letra tu viaja... bate altos pensamentos!

Teagá: Tua mina tá aí, Matemático! - disse serinho.

Renato: Que? Que mina? - falei sem entender.

Teagá: Tua dona tá aí po, tua mulher!

Renato: Ah, coé... Papo reto? - perguntei já olhando pros lados. Minha onda foi de ralo na mesma hora.

Teagá: Sim, po. Tá com aquela prima dela lá, avistei elas agorinha. - um dos meus seguranças me avisou.

Renatinho: Puta que pariu... - falei puto. - Ela te viu?

Teagá: Não, mas acho que tá procurando tú, tá cismadona.

Peguei meu celular na mesma hora e abri o WhatsApp, lá tinha uma mensagem da Joyce avisando que viria pra cá. Mancada, nem tinha visto. Mas agora já era!

Passei a mão pelo rosto já pensativo, vendo a melhor forma de desfazer minha merda... Não que eu esteja fazendo nada de errado aqui, to tranquilo com os meus apesar das tentações. So lazer!

Só que vai eu explicar isso pra doida? Conheço bem minha peça, isso é só uma brecha pra ela querer enquadrar, criar caso e falar até umas horas, pesar na minha mente, papo retão mesmo.

Renato: Traz ela lá... Fala que eu tava procurando ela, tá ligado? - fui ágil e mandei logo o papo reto.

Mandei ele brotar lá e quando voltou foi maior cota depois sem a dona Maria, já fiquei logo escaldado, é foda demais. Joyce é foda!

Renato: Colfoi? Cadê minha mulher? Não mandei tu buscar po?

Teagá: Ela disse que não vinha não, que ficaria onde estava. - falou serinho.

Nós é tranquilo até certo ponto. Nem respondi mais nada, já fiquei puto e bolado só pelo afronte. Vacila mais que respira, adora cassar confusão. Mandadona, mané!

FICHA SUJA (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora