Formei, mas não quis solenidade nem nada. Não por não gostar, mas sim por não poder ter as pessoas mais importantes comigo.
Minha mãe tá lá em São Paulo, Renato não poderia ir pra pista, então só peguei meu diploma na faculdade e pronto.
Thales, Vanessa e minha tia vieram. Leandra não veio, disse que não ia dar, inventou mil e umas desculpas e eu até me chateei. Mas deixa pra lá!
Thales: Minha irmã agora é doutora, cara!
Joyce: Futuramente quem sabe! - dei risada.
Tenho nem doutorado, cara! Kkkk só sou bacharel mesmo, advogada quando conseguir pegar minha carteira. Ai só vai ser carteirada nacara! Preta ousada, muito nojenta. Kkkkk
Vanessa: Que orgulho dessa prima! - me puxou. - Vem tirar uma foto comigo pra eu postar!
Tiramos mil fotos, final Thales se meteu no meio e depois tiramos com a minha tia também. Mandei uma selfie pro meu boy, mandou áudio todo bobo, até me emocionei.
Fico muito boba quando ele me pega pra falar as coisas... parece que passa todo um filme na minha mente! Ele esculacha demais nas palavras, muito inteligente esse meu marido.
Na volta Thales pediu pra dirigir e eu deixei mesmo receosa. Já arranhou meu carro altas vezes esse vigarista, é muito barbeirinho.
Com meus tempos quando sai do meu trabalho dei entrada em um carro. Atanásio não queria que eu gastasse meu dinheiro com isso, queria me dar, mas eu quis e assim fiz.
Minha tia no banco da frente, eu e Vanessa atrás conversando pra caramba o caminho todo. Thales subiu o dendê que eu nem vi, só fui notar que a gente já tinha chegado quando ele parou!
Ele parou o carro em frente a quadra e quando eu vi tudo fechado já maldei logo o que seria. Não acredito, sério! Ahhhhh... que raiva!
Joyce: Não acredito! Renato que fez isso né cara? - dei risada. - Puta que pariu!
Todo mundo rindo e eu feito boba. Thales desceu do carro, minha tia, Vanessa e eu desci por último já nervosa, mega abóbada.
Thales: Fez o que? - se fez de doido. - Tu nem sabe o que é vacilona, entra aí pra ver po.
Entrada da quadra tava toda arrumada com balões e quando eu fui entrando teve até folgos. Muito palhaço meu Deus, mas eu amo esse homem.
Em uma parte da quadra tinha um mini palco com uma banda tocando samba, assim que eu entrei eles pararam e anunciaram minha chegada!
Leandra e Débora estavam lá, meus primos, minha primas, algumas vizinhas que eu tinha amizade e outras tantas pessoas.
Leandra: Minha doutora! - gritou, o povo tudo batendo palma e eu morta de vergonha!
Avistei o Renato, fui abraçar ele já querendo chorar e quando o filho dele mais velho veio até a mim me entregando um buquê de flores não me segurei! Não dá.
Joyce: Você não existe, cara! Meu Deus... obrigada, amor! - o abracei.
Renato: Tu merece, minha preta! - disse em meu ouvido. - Tu foi guerreira e ainda é. Você é o meu maior orgulho po, te ver conquistando tudo que a gente sempre sonhou pra mim é tudo, independente mesmo. Posso tá fudido, pra mim tudo ter dado errado como deu, mas só por você, só por um de nós ter realizado seus sonhos pra mim já vale. Então eu fico feliz de verdade, tá ligado? Sua vitória é a minha e o que eu puder fazer por tú eu farei sempre. Tú é minha po, meu orgulho, minha mulher! - disse serinho.
Chorar foi pouco, eu tava me afogando nas lágrimas enquanto abraçava ele bem forte. Ele limpava meu rosto mas era inevitável...
Naquele momento parece que toda a nossa história, nosso passado e luta estavam passando na minha mente. Era um choro de alegria vindas de um passado pesado, todo um processo.
O destino foi cruel conosco e mais ainda com ele.
Então nesses momentos era meio que inevitável não passar um flashback e não se emocionar. Só quem já sentiu na pele a dor de uma injustiça, sabe que são mágoas que jamais serão esquecidas e as consequências que eles trazem podem ser irreversíveis.Joyce: Eu te amo muito! Quero estar contigo pra sempre, sério. Tudo que eu já conquistei foi pela gente... - disse entre lágrimas. - Eu sei o quando isso significa pra você! - ele assentiu sério limpando uma lágrima solitária que desceu por seu rosto, mas desviou seu olhar rápido.
Renato: Ih, cara! - disse disfarçando. - Vamos parar! Tu tem uma festa pra curtir, vamos curtir o momento. - deu risada me abraçando de lado. - Aí o, tem tudo que você se amarra! Tuas amigas fortalecem como sempre na ajuda.
Joyce: Muito vaca! - disse limpando meu rosto e olhando pro povo. - Tava puta da vida por ela não ter ido! - dei risada.
Renato: Bora que hoje o águia cai, festa na favela!
Churrasco, cerveja, whisky, energético, caipirinha, caipiroska, gin...tinha de tudo! Mesa de frios, doces, bolo, nada pra por defeito. Fora a decoração né? Tudo no vermelho fazendo jus ao meu curso.
Joyce: Uh! Uh! Uhuhhh! - cantei com a minha turma. - Turma do pagode!
Cantor lançou as antigas do turma do pagode e foi aquele couro. Eu já tava descalça em frente ao palco já naquele pique. Noite chegou e tava todo mundo aritmado, 🦅 já caiu faz tempos kkkk
Joyce: Eu vejo que não tem saída... esse teu jeito meio louca me faz feliz...
Leandra: Amor que vai durar pra toda vida.
Débora: Eu não me separo de você mulher!
Renato: Nem se a globeleza um dia me quiser, se na mega sena eu vencer, fico com você! Se no Barcelona eu for camisa dez, me cobrir de ouro da cabeça, mesmo assim se isso acontecer... fico com você, fico com você! - passou o braço pelo meu pescoço me abraçando por trás e até derramando um pouco do whisky que tava em seu copo no chão. Já tava imbra, aguenta beber nada.
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Narrativa generale+18 | 1/2 | Eles querem um preto com arma pra cima! ✊🏿 +18 | LIVRO COMPLETO DISPONÍVEL PARA ASSINATURA.