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Willow Vench, Arena

O sol ainda não tinha nascido, desci da árvore e resolvi dar uma olhada em volta do local onde aparentemente dois tributos morreram. Tomei cuidado para não fazer barulho ao andar e depois de alguns metros encontrei sangue, parece ter sido uma briga feia. Olhando em volta, no canto de um arbusto encontro uma mochila grande, a abri e nem acreditei no que estava vendo, uma garrafa da água pela metade. Abri rapidamente e a medida que as gotas invadiram minha garganta me senti renovada. Guardei um pouco para Phoenix e fui analisar o resto das coisas, há uma faca grande e arco jogado próximo da mochila. Não sou boa com arco mas a faca vai ajudar bastante. Além disso também há um pacote de biscoitos de trigo que guardo em minha mochila, ajeito tudo e ando com a faca na mão.

Meus ouvidos apreciam o canto dos pássaros até que eles ficam quietos. Fico parada pensando no que os levou a entrarem em silêncio e ouço gritos. Subo correndo em cima de uma árvore e observo a garota do 4 correndo desesperada, fugindo do garoto do 3. Ela está desarmada e ele com um machado enorme. Sem pensar duas vezes pulo da árvore em cima dele e corto sua garganta com a faca que está em minha mão. Saio de cima dele e o corpo do garoto cai à medida que ouço o canhão soar. Fico paralisada analisando a cena, olho minhas mãos cheias de sangue e começo a tremer. A garota olha para os lados e me encara.

- Vamos! Temos que fugir! Eles estavam atrás dele

- Eles quem?

- Os tributos do 1 e 2, vamos! - pego o machado da mão do garoto morto e decido correr atrás dela, pois não tenho muita escolha.

- ONDE ELE TÁ? - grita uma voz que reconheço como Marçal.

- Será que mataram ele? o canhão soou a pouco- pergunta Aife.

- Claro que não, ele matou alguém - diz Grannus.

- Vamos acha-lo, rápido! - diz Shauna.

- Corre! Eles vão achar o corpo logo, logo e começarão a nos caçar - diz a garota do 4.

Nós corremos entretanto aos poucos minhas pernas ficam trêmulas e ela aparenta ficar sem fôlego.

- Não consigo mais - diz a garota.

- Tudo bem, vamos parar - encontramos um tronco velho de uma árvore grande e entramos, pois está oco.

- Você tem água? - ela pergunta arfando. Penso por alguns segundos se devo confiar algum gole de água a ela mas me rendo.

- Tenho, posso lhe dar uns goles, estou guardando para o Phoenix

- Achei estranho vê-la sozinha, pensei que estariam juntos

- Quem me dera, procuro por ele há dois dias - entrego a garrafa de água para ela, que fecha os olhos realizada pelos pequenos goles - tudo bem, pode tomar mais um pouco - ela assente e bebe um pouco mais.

- Obrigada, de verdade - ela me entrega a garrafa - Eu cheguei a escutar uns gritos ontem, achei que eram dele, mas acho que foram dos mortos de ontem  

- Onde você escutou?

- Perto da Cornucópia

- Eu vi os corpos sendo retirados, estavam em relação ao Norte da cornucópia, muito longe

- Então eram dele - baixei a cabeça, não estou o protegendo, falhando na minha missão de mantê-lo vivo - não seja pessimista, nenhum canhão soou até agora, ele deve estar a salvo

- E o garoto do seu distrito?

- Cosme deve estar bem, nos perdemos durante uma briga que nos metemos no banho de sangue e nunca mais o vi

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