Nessa história, Katniss Everdeen e Peeta Mellark, os vencedores do 74 jogos vorazes são destinados a serem mentores dos tributos do 75 jogos vorazes e terceiro massacre quaternário. Como será que os vitoriosos irão se sair nesse grande desafio?
São...
O gosto de água salgada invade minha garganta. Coloco meus braços para funcionar e tento acompanhar o ritmo da maré. Subo até a superfície e consigo respirar. Não vejo nenhum sinal de Peeta, ou de Willow. Apenas Finnick e Annie na frente de todos.
Giro meus braços com mais força, Peeta estava na minha frente, então devo alcançá-lo.
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Sinto que estou cada vez mais perto, levo meu rosto à superfície para tentar enxergar algum sinal de seus fios loiros mas a única coisa que vejo é um tronco de árvore caindo, prestes à me atingir. Vejo seu corpo se chocar com a madeira e me jogar para longe.
- Peeta não! - burbulhos são emitidos por minha boca.
Tento nadar contrário e puxa-ló mas a maré está forte e me leva para o fim da arena. Estou exausta, não sinto mais meus braços e pareço estar à beira do precipício. Me engasgo com a água e sinto as pedras e galhos me atingindo com precisão. Consigo me apoiar em uma árvore e seguro firme para captar Peeta.
- O que está fazendo? - Johanna berra.
- Peeta, ele está afogando - Ela cerra o olhar, crava o machado na árvore e me ajuda a procurá-lo. - Ali! - ele está sendo levado pela maré, apoiado no galho o qual tentou me atingir.
Olho em volta e vejo restos dos fios dos galhos emaranhados na árvore onde estou. Pego um deles, amarro em volta de uma flecha, aperto bem e a miro no galho.
- Katniss! - Ouço essas últimas palavras de Johanna e me atiro novamente na avalanche.
Através do fio vou o puxando e me aproximando do tronco. Estou quase lá. O fio está de desmaterializando, vai arrebentar a qualquer momento. Não paro. Não até estar com meus braços em volta dos de Peeta. O fio arrebenta segundos depois da minha mão tocar o enorme galho. Me apoio com força e precisão, farpas de árvore entram embaixo de minhas unhas, meu corpo está sangrando e com cortes meramente profundos.
- Peeta! - Toco sua mão gelada, depois levo meus dedos ao seu pescoço. Sinto as veias ainda pulsando e puxo seu rosto para perto. - Você não pode desistir agora, fique comigo! - tento desafoga-lo, fazendo pressão contra suas costas. - Vamos Peeta... - meu rosto agora é coberto com água saldada e lágrimas.
Meu cérebro trabalha melhor e viro seu rosto, prenso minhas mãos sobre suas bochechas e levo meus lábios aos seus. Não parecem ser os mesmos lábios que já beijei dezenas de vezes. Esses são frios, rachados e roxos, ao contrário do quente, macio e rosado que havia me acostumado. Nesse momento meu desejo é passar todo o oxigênio que existe em meu corpo para ele. A respiração boca a boca não está surtindo efeito e começo a entrar em maior desespero.
- Peeta por favor... - minhas cordas vocais marejam e tento mais uma vez, agora com toda a força que me resta.
Perco o fôlego e vejo que não deu certo, o canhão soa e me debruço por seu corpo, enlaçando nossos dedos. Vamos acabar aqui juntos então.
