Jogos Vorazes: Os mentores

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Finnick Odair, distrito 13

Ainda me é confusa a vida aqui nesse distrito, claro que eu e Katniss ignoramos as tarefas que nos estabelecem, mas ainda sim é estranho viver aqui. A corda que manuseio em minhas mãos está me deixando com os dedos cheios de calos e ralos, não ligo, o dr. Aurelius disse que vai ajudar a me manter de cabeça firme e ando precisando bastante me concentrar. Segurar esta corda me lembra a minha casa, o meu lar.

Katniss saiu com Gale, Plutarch e Haymitch para o distrito 12, Coin não permitiu que eu fosse junto pois não quer dois vitoriosos correndo o risco de vida ao mesmo tempo, se bem que não faço ideia onde anda Johanna, e Beetee passa tempo demais em frente a computadores. Ainda sim, me sinto mal por não estar ao lado de Katniss em um momento como esse, precisamos apoiar um ao outro, sinto que só ela compreende a minha dor, dividimos esse sentimento, mesmo que ela não o deixe explícito com palavras.

- Senhor Odair? - o dr. Aurelius me encontra parado em frente à ala hospitalar.

- Oi - me torno ansioso.

- Veio visitar Mags?

- Sim, por favor.

- Está com sorte, ela acordou a pouco.

Meus olhos se enchem de esperança.

- Você vai me deixar vê-la? - lágrimas se criam.

- Vou sim, você já parece melhor para uma conversa - sorrio bobo - mas tome cuidado, sabe que ela está em um momento sensível.

- Todos estamos.

Fica sem saber o que dizer.

- Me acompanhe.

O sigo até uma parte do hospital e vejo a senhora mais doce e gentil que conheço, sentada em uma maca.

- Mags - sai como um sussurro.

Ela abre um sorriso de orelha a orelha, que saudade eu estava.

- Você está bem?

- Estou querido, mas...qual o seu nome? Me parece tão familiar.

É real então, não mentiram para mim quando me contaram de seu estado.

- Sou do distrito 4 também - me sento ao lado dela na maca.

- Oh, é de casa - segura minhas mãos com força.

- Sou sim. Meu nome é Finnick.

Uma luz parece ascender em sua mente.

- Finnick é o nome do meu filho.

Minhas lágrimas escorrem momentaneamente.

- Não chore, vamos ficar bem, irão cuidar de nós aqui - toca meu rosto e o amacia com suas mãos enrugadas.

- Claro que vão. E eu cuidarei de você.

Os últimos minutos foram como um tiro no peito, mas não tão doloroso.

- Eu já volto - levanto da cama, e vou ao encontro do médico.

- Ela reagiu bem.

- Quando começou a ficar assim? - pergunto preocupado.

- Ela foi diagnosticada com Alzheimer dias depois da entrada de vocês na arena.

- Plutarch me contou que ela esteve presa na Cidadela por um tempo, até ele resgata-la - solto um suspiro - é possível que eles...que Snow...tenha feito isso?

- Olha garoto, implantar uma doença em alguém - coça a cabeça - isso é desafiar a ciência - ajeita os óculos - mas já não duvido de mais nada.