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Katniss Everdeen, distrito 12

As palavras da família Mellark ainda rondam a minha cabeça. A chegada na vila dos vitoriosos traz muitas memórias a tona, a casa de Haymitch está com a porta aberta e o aerodeslizador está aterrizado no meio das árvores que ficam aqui perto.

- Então, como foi? - Plutarch pergunta animado.

- As gravações estão ótimas.

- Ótimo Cressida.

- E agora? - Gale pergunta - tenho que reunir as pessoas que voltarão conosco.

- Se acalme garoto - Haymitch resmunga.

- Snow nem se preocupou em ir atrás da família dele pois sabia que eles não se preocupavam com Peeta - sussurro para o meu antigo mentor.

- Eu sei.

Umedeço meus lábios e ando em direção à porta.

- Vou pegar algumas coisas em casa.

Ninguém me impede.

Ao abrir a porta uma onda de sentimentos me atingem, ainda não consigo acreditar que minha família não está aqui. Avanço para a cozinha, pego alguns remédios que estão no balcão, encontro a foto de meu pai e sua jaqueta pendurada. Guardo tudo em uma bolsa para levar comigo. Passo pelo escritório, onde um cheiro contamina o cômodo, é a rosa branca que se encontra em um vaso cheio de rosas mortas, claro essa é diferente, essa é do presidente Snow. A agarro lentamente e observo o brilho e o cheiro que exala. Um terror me atinge e a solto imediatamente quando vejo Buttercup pular na mesa.

- Claro que você ainda está aqui - reviro os olhos - venha, Prim vai querer ver você - o agarro e coloco dentro da bolsa.

Saio de casa e me deparo com a porta da de Peeta aberta. Plutarch aparece e acena para que me junte à eles.

- Katniss, agora queremos que você entre e enquanto caminha pela casa fale sobre o Peeta e a relação que tinham.

Querem mesmo isso?

- Deixe que eu seguro sua sacola - pega a mesma e vê Buttercup se remexendo nela - nossa, que susto. Você não pretende levá-lo, não é?

- Ele vai ou eu fico - Plutarch não ousa me desafiar.

- Certo Katniss, vamos começar a gravar. Vou ir lhe fazendo algumas perguntas e você responde, tudo bem? - concordo com a cabeça - ótimo.

Castor e Pollux se posicionam, Messala também.

- Pode entrar - suspiro fundo e entro na casa.

Já estive aqui antes, não é muito diferente da minha, porém exala totalmente a essência de Peeta. Há vários quadros que ele mesmo pintou pregados na parede, a cozinha é incrivelmente organizada e há diversos potes que separam as farinhas, temperos e açúcares selecionados por tamanho. No pé da lareira, há um retrato da família Mellark em frente à padaria, todos sorridentes.

- Katniss me diga, como você e Peeta se conheceram? - Cressida inicia com as perguntas.

- Foi no jardim de infância. Sempre estudamos juntos, mas a primeira vez que passei a nota-lo, foi em um dia chuvoso que o encontrei em frente a padaria.

- Como se sentiu quando ouviu o nome dele ser chamado na colheita?

Será que devo mentir ou contar a verdade?
Parando para pensar melhor, qual é a verdade? Não sei o que senti.

- Lembrei dele, de quando éramos crianças. Torci para que aquilo não estivesse acontecendo de verdade.

- O que achou do seu casamento?

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