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Katniss Everdeen, Arena

Sigo com as mãos nos ouvidos. Mesmo após as vozes terem sumido, elas ainda parecem ecoar na minha cabeça.

- Ja acabou, tudo bem - sinto algo me tocar e levanto a cabeça rápido. São as mãos de Peeta - Eles já foram

- Prim - É a única coisa que consigo dizer - Primrose - agarro os braços dele fortemente.

- Prim está bem, não vão machuca-la, está bem - suas mãos tocam meu rosto e ele beija o topo de minha cabeça, logo me envolvendo em um abraço. Algumas lágrimas escorrem e agradeço por seu corpo estar as escondendo.

- Ela está bem Finnick. É falso, não machucaram Mags.

- Mãezinha... - Limpo as lágrimas no ombro de Peeta e levanto para ve-lo.

Annie está de joelhos ao lado do loiro, que ainda está em choque. Ela acaricia os cabelos dele e envolve seus ombros com um meio abraço.

- Temos que continuar e chegar no final dessa coisa - Johanna aponta com seu machado para o fim da arena.
- Está feliz Snow? - ri debochada - Se está precisando de um bom show venha você aqui para essa arena imunda e me enfrente! - todos ficamos chocados e apenas a observamos, acho que nunca vi alguém insulta-lo tão diretamente e sem medo. Para acabar com sua raiva ela crava o machado na árvore onde ainda está a cavilha.

Wiress da um pulo e parece sufocar de susto.

- Você, você, vem para a árvore - ela volta a repetir a frase.

- Eu não acredito! - Johanna se irrita - não volte com essa bobagem, pancada!

Paro para analisar suas palavras. Essa frase vem da música "a árvore forca" a qual costumava cantar com meu pai na costura até minha mãe nos proibir.
Acredito que o significado seja alguém pedindo para o seu amor encontra-lo na árvore de enforcamento para morrerem juntos, o que não faz sentido nenhum para Wiress canta-lá aqui.

Ela canta olhando para a grande árvore, sem expressões.

- Wiress o que tem a árvore? - pergunto me levantando e tocando o ombro dela.

- você, você, vem para a árvore - ela continua.

Começo a relembrar as minhas passagens por árvores como essas. São grandes, maiores que todas as outras e estão em lugares específicos. Vi a primeira quando os esquilos bestantes apareceram, depois na chuva ácida e por fim agora quando vim pegar água com Finnick e os gaios tagarelas apareceram.

- São armadilhas - penso alto - cada árvore avisa que uma armadilha se aproxima - ela sorri e toca meus ombros concordando.

- Armadilhas? Como assim? - pergunta Annie.

- Toda vez que passamos por uma dessas grandes árvores alguma coisa acontece. Os bestantes, a chuva, os gaios

- A próxima não deve estar muito longe - diz Johanna - temos que ir

- Vou buscar as nozes que preparei para comermos antes de ir - Peeta anda no sentindo contrário da árvore e acaba sendo lançado de volta.

O cheiro de cabelo queimado diz tudo, ele bateu em um campo de força.

- Peeta! - corro até ele e vejo se há ferimentos.

- Meu braço - resmunga.

- Queimou só um pouco - observo - vamos passar o creme - minhas mãos tremem.

- Aqui - Beetee me entrega o pote.

O abro rapidamente e passo no loiro. Ele grunge entre dentes mas logo parece aliviar.

Jogos Vorazes: Os mentores  Onde histórias criam vida. Descubra agora