55. Laura

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DIA DOS CRIMES

21/02/2017 - terça-feira, 22h00

Laura e Cris acreditavam que teriam respostas elucidativas quando confrontassem Nicolas. Entretanto, deram com os burros n'água. Quando chegaram ao endereço onde ele morava, depararam-se com viaturas de polícia interditando o prédio. Cris e Laura se juntaram ao montinho de curiosos, os Zé-povinhos, e tentaram saber o que estava acontecendo ali.

— Um caso de polícia.

Isso estou vendo, mas...

— Que caso? — perguntou ela para um casal de velhinhos. A velha estava assustada, quase sem conseguir proferir as palavras, soltou:

— O menino que morava em frente ao nosso apartamento...

— O que tem ele? — Laura precipitou-se, quase falando: "O que houve com o Nicolas?"

— Mataram o veadinho — adiantou-se o velho ranzinza ao lado da senhora. — E esses inúteis estão há horas sem deixar a gente entrar na nossa própria casa até que façam o maldito trabalho deles.

Há horas?

Aí sim, uma confusão total se formou na cabeça dela. Mais perguntas haviam surgido, e nada do que eles haviam conjecturado antes fazia o menor sentido.

— Cris, será que fizeram alguma coisa com Nicolas? E se foi "há horas", então... Não era ele!

— Acabei de pensar a mesma coisa! Mas vamos torcer para que não tenha acontecido nada com ele... Senhor, era Nicolas o nome do seu vizinho?

— Nem me lembro, mas acho que era esse mesmo — disse o velho.

— Só pode ser um pesadelo! — Laura caiu em prantos.

— Quem faria isso, meu Deus?

Escorreu uma lágrima pela bochecha de Cris, indo parar nos lábios carnudos que estavam sendo mordiscados.

Depois de vários segundos calados, Laura perguntou:

— Por que fizeram isso com ele, Cris?

Abraçaram-se automaticamente.

— Não sei. Não sei de nada. Só consigo ter a certeza de que aconteceu uma grande merda...

— Tudo isso não faz o menor sentido, Cris.

— Estamos ferrados — Ele sussurrou ao ouvido dela.

Como escrever, matar e publicar [Vencedor do Wattys2020]Onde histórias criam vida. Descubra agora