Capítulo 38

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Dulce María

Chegar na casa de Christopher e encontrar Anahí e Alfonso foi como tomar um banho de água fria, eu não sabia onde enfiar minha cara, só habitava em mim a vontade de sair correndo dali. Mas graças ao Uckermann e sua irresistivel insistência, eu fiquei.

Quando Christopher me levou para o corredor, algo me dizia que ele queria me despachar de lá, sei llá eu o motivo... Se ele queria tirar Anahí do apartamento sem que eu estivesse por perto, ou para entender o que de fato estava acontecendo para ela estar ali.

Claro que ao invés de ir e ficar no seu quarto para tomar o tal banho, dei meia volta e fiquei no meio do corredor e foi ali que tudo deu certo.

- Bom, agora me falem, o que vocês querem. - Christopher pareceu incomodado.

- Eu queria saber se era verdade... - Anahí falou em sussurro, ela estava falando de mim. - E bem.. É? Isso aí ta dando certo? 

Eu só conseguia xingar Christopher mentalmente.

- Como você pôde perceber, sim. Estaria dando mais certo ainda se vocês não estivessem aqui. 

Filho. Da. Puta.

Minha cabeça começou a girar.

- A claro! Se eu não abro a porta vocês iam transar lá no corredor mesmo! Inconsequente! - Ouvi um barulho de tapa.

Ótimo, Anahí notou.

- Isso doeu! 

Ainda bem que ela bateu nele.

- Era para doer mesmo! Você só apronta Christopher, essa menina vai se machucar tanto com essa história... Você poderia ter dado um jeito e deixado ela fora disso, não é? - Anahí estava com um tom chateado, Alfonso estava mudo.

Eu senti meus olhos marejarem.

- Eu não tinha escolha, o irmão dela só ia confiar em mim se eu ficasse com ela e eu fiquei, ué.

Isso foi o suficiente, eu queria correr para fora, mas não podia, me enfiei no banheiro dele, liguei o chuveiro, tirei minhas roupas e chorei. Limpei tudo que estava ali, me machucando. 

Meu irmão.

O pior de tudo, era desconfiar com quase toda a certeza do mundo, mas ter a certeza vinda da boca do Christopher, era algo que me baqueou absurdos.

Meu irmão.

O resumo do meu banho foram lágrima. Mas ao mesmo tempo saber disso me fortaleceu, a pessoa que eu mais confiava no mundo me vendeu, seja lá pelo o que, e isso na verdade pouco me importa. Agora as coisas iam mudar e o jogo estava ao meu favor, eu estava com Christopher e ele estava jogando com seu pai e meu irmão, jogando com dois inimigos. 

A primeira coisa que me veio à cabeça foi Maite, mas dessa vez eu precisava jogar sozinha, a chance de dar errado era menor, o motivo? Eu não correria risco de ser pega conversando e planejando com ninguém.

Assim que saí do banho peguei uma cueca de Christopher, coloquei meu shorts e vesti uma de suas camisas floridas, amarrei-a na cintura, porque ali cambiam duas de mim e fui em direção a sala.

Alfonso e Anahí ainda estavam lá, começar tudo isso ia ser mais fácil do que eu imaginei.

- Agora sim, olá! - Falei sorrindo e todos me encararam, Anahí com carinha de dó, Alfonso estava desconfortável e Uckermann... sorrindo. - Desculpe por antes, fui pega de surpresa.

- Imagina, Dulce! Eu sei bem o quão tímida você pode ser. - Ela veio em minha direção sorrindo e me abraçou apertado e eu retribui.

- Bom, o que faremos? Estou com...

- Fome! - Christopher me interrompeu. - Você está sempre com fome. - Sorriu de lado e eu assenti. - Poncho e Any vão jantar com a gente. - Revirou os olhos.

- Ótimo! Depois da bomba que meu irmão me jogou, fiquei sozinha, vai ser bom refazer amizades. - Sorri para Anahí e Alfonso que assentiram.

Refazer a amizade com Anahí ia me fazer bem, por mais que ela estivesse contra meu irmão, ela não estava contra mim e eu lembro que gostava de conviver com ela na escola. Já Alfonso, era aquela coisa, uma noite e passou. Vai ser legal conhecê-lo sem os carros e as drogas.

Anahí e Christopher discutiram por pelo menos meia hora sobre o que comeríamos, Anahí queria cozinhar e ele não queria deixa, porém Poncho pediu comida nesse meio tempo e a discussão só parou quando a comida chegou.

O jantar foi relativamente tranquilo. Alfonso parecia tenso, Anahí fazia de tudo para interagir comigo e relembrou dos tempos de escola e só aí que o Christopher abriu a boca.

- Any... Dulce me levou em um lugar em que vocês iam fazer trabalho. - Anahí arqueou a sobrancelha confusa. - Naquele canto estranho da cidade. - Eu ri e ela ficou nitidamente sem graça.

- Desculpe, Any, eu pensei que ele soubesse, por isso comentei quando jantamos juntos. - Disse enquanto tomava um gole de refrigerante.

- Imagina, Dul, na época eu e Christopher não nos dávamos muito bem e minha família nunca gostou muito que eu fosse para aquele lado da cidade, eu sinto falta. - Any suspirou.

- Não seja por isso, vamos jantar lá essa semana! Martín e Giulia vão amar te ver! Podemos relembrar a época em que podíamos ao menos fazer nossos trabalhos juntas? - O rosto de Anahí se iluminou.

- Claro! Vamos sim!! Eba! - Começou a bater palmas. - Vou amar ter você como cunhada! - Anahí levantou feito um furacão e me agarrou.

- Vou amar ter você na minha vida, maluca! - Os meninos riram e pela primeira vez os dois estavam soltos e tranquilos.

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N/A: Oieeeee!

Dulcinha sofre, mas portiñon vive, eu amo inclusive!

E aí, contem pra mim, o que voces acham que vem aí?

Comentem, votem que eu volto!

beijinhossssssssss :*

Nada ConvencionalOnde histórias criam vida. Descubra agora