Dulce María
Não vou negar que a entrada de Christopher na sala me deixou acanhada, mas sua arrogância fez com que toda timidez e incômodo fossem embora.
Cláudio falava enquanto eu ainda tentava entender o real motivo da minha presença ali, não tinha sentido e nem razão para que eu estivesse lá. E então, começaram a falar do casamento de Anahí e Alfonso, se bem a conheço ela jamais permitiria que o seu maior sonho virasse um acontecimento político. Nem se o pai dela implorasse, quem dirá meu irmão. Eu estava rindo por dentro enquanto eles conversavam sobre um plano que eu pouco acredito que possa dar certo, até que Cláudio decidiu sair com Alfonso da sala, deixando uma famosa torta de climão.
Todo incômodo que tinha ido embora voltou com tudo, a presença de Uckermann começou a me irritar, mas depois da fala do meu irmão durante as reunião, aceitei que teria de aguentar esse cara por mais muito tempo. Coloquei o incômodo num cantinho e decidi encarar Christopher. Eu não poderia evitá-lo para sempre, como normalmente tenho tentado fazer, por único motivo: descobrir em que ele estava mentindo.
Depois que eles saíram, ficamos em silêncio por um tempo, era nítido que Christopher estava pensando em alguma coisa e para cortar sua linha de raciocínio, decidi romper esse silêncio.
- Anahí jamais vai deixar Cláudio se aproximar desse casamento, não é? - Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça.
- Não mesmo, nem se Víctor implorasse, mas deixo seu irmão tentar mexer com a cabeça de Alfonso, ele precisa se movimentar um pouco. - Assenti e antes que pudesse abrir minha boca, ele continuou. - Dulce María, sobre ontem... Eu ainda não vou te pedir desculpas. - Disse aproximando de mim.
- Deveria. - Levantei da minha cadeira e me recostei sobre a mesa, virando de costas para ele. - Só que eu retribui, então, estamos na mesma, é só não repetir. - disse com firmeza.
- Como quiser. - deu de ombros e continuou a se aproximar. - Mas faço questão que saiba que eu gostei muito, de verdade. - Cruzei meus braços na altura do meu peito e ele parou na minha frente.
- Não foi ruim Christopher, mas eu não fico com o mesmo cara duas vezes, ainda mais se esse cara tem o sobrenome Cassillas em seus documentos. - Ele riu pelo nariz.
- Foi só um beijo, acho que você deve levar essa regra quando algo mais acontecer, e não estou falando só por estar bem afim de te beijar de novo... - Uckermann dedilhou minha bochecha.
Eu levantei me afastando, não de uma maneira brusca, tentei ser delicada pois realmente me peguei considerando beijá-lo de novo, mas é algo fora de questão e para o bem da minha sanidade mental fiquei de costas para Christopher. A aproximação dele não era algo positivo pra mim, ele era lindo, sexy e cheirava bem, muito bem. Aquele terno cinza cortado perfeitamente para ele era algo que mexe com qualquer mulher, mas eu não poderia ceder.
- Acho melhor falarmos de trabalho. - Mordi meu lábio inferior. - Quando será nossa próxima, apa...
Eu não consegui terminar a frase, em uma fração de segundos eu me perdi. Christopher me puxou pelo braço e avançou em mim. Quando me dei conta sua boca me devorava, eu demorei até perceber e não consegui controlar os meus instintos, entranhei meus dedos em seu cabelo, senti a mão de Uckermann escorregar até minha bunda e a apertar. Caminhamos enroscados até a parede mais próxima e só paramos quando meu corpo bateu com tudo. Rompemos o beijo ofegantes, foi algo surreal.
- Por favor, esquece a regrinha, esquece meu sobrenome, só deixa acontecer. - Christopher falou colando nossas testas. - Eu sei que você quer tanto quanto eu.
Minha respiração estava alterada, meu coração disparado e minha cabeça um borrão, eu já não conseguia mais raciocinar, ele parecia sincero e eu meu corpo dava indícios de querer aquilo. Eu queria aquilo, eu só não queria me machucar e eu sentia que algo ali tinha muito potencial para isso.
Antes que pudesse pensar em responder, Christopher me beijou de novo e foi ali que eu me rendi, o beijo começou sedutor, ele me pressionou contra a parede, sua mão desceu pela minha perna fazendo com que eu a levantasse e a enroscasse na cintura dele. Puxei seu cabelo e Uckermann gemeu contra minha boca, meu ventre começou a se contrair e o calor passou a subir pelo meu corpo, eu não só o queria, eu o queria ali e agora. A mão de Christopher que segurava minha perna deslizou e mais uma vez apertou minha bunda e me pressionou contra ele e eu pude sentir sua ereção contra minha barriga e dessa vez eu quem não contive o gemido.
Minhas mãos desceram pelas costas de Christopher e pararam no cós de sua calça, por debaixo do terno, quando eu ia puxar sua camisa para fora eu ouvi o barulho da porta abrindo e a cara de pânico de Melissa decorava o batente.
- Ér, han... Doutora, me desculpa, eu juro que eu bati na porta, me perdoe. - Eu e Christopher nos separamos com rapidez e tentamos nos arrumar fingindo que nada aconteceu. - Dr. Cláudio e o Sr. Alfonso já estão saindo e me pediram que eu os avisassem. Mais uma vez, me perdoem. - E se retirou fechando a porta.
Minha cara era de desespero misturado com vergonha e muita vontade de gargalhar, já Christopher não teve cerimônia quanto a isso, sua gargalhada cobriu toda a minha sala de reuniões.
- Da pra parar? Minha secretária acabou de pegar a gente basicamente se engolindo, Uckermann. - Bufei e sua gargalhada aumentou.
- Desculpe, mas foi engraçado, você precisava admitir que a cara dela estava incrível. - Revirei os olhos.
- Se arruma e sai daqui, isso não vai acontecer de novo. Você é um idiota. - Ele sorriu e se aproximou limpando a boca, tirando qualquer vestigio de batom, senti sua respiração em minha bochecha.
- Você ainda vai se render, Dulce María, e eu vou te fazer gemer muito meu nome. - Sussurrou em meu ouvido e eu senti minha pele arrepiar. - Até mais Doutora, só arrume seu cabelo antes de sair. - Christopher piscou e jogou um beijinho.
- Vá a merda, Uckermann. - Foi a única coisa que consegui dizer.
Me joguei na cadeira mais próxima, respirei fundo e a única coisa que passava pela minha cabeça era: onde eu fui me meter.
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N/A: Vooooooooltei!
Christopher anda muito confiante, não?
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beijinhosss :*
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Nada Convencional
Fanfiction+18 | FINALIZADA | Aos 24 anos, Dulce María estava totalmente desacreditada sobre o amor, tinha sofrido uma desilusão adolescente que a traumatizou totalmente, por mais banal e idiota que seja, ela nunca mais se abriu pra ninguém e desistiu de ter a...