Christopher von Uckermann
Durante o trajeto do hotel até o restaurante, eu e Dulce conversamos sobre trabalho, eu estava ridiculamente nervoso desde o momento em que ela entrou naquela sala de reunião, eu estava me sentindo um adolescente, seria cômico se não fosse trágico e para ser sincero, eu estava com medo, porque a partir do momento que descêssemos do carro, não teria mais volta. As pessoas nos veriam e seria a fofoca da noite e antes de chegar em casa eu receberia uma ligação do meu pai, de Alfonso e a pior de todos: Anahí.
Minha irmã é uma baixinha maluca, um pouco mimada e não só por nossos pais, por ser a mais nova eu tenho culpa também, mas é uma mulher incrível. Any é jornalista, dona de um jornal, na realidade é o jornal da família; as noticias que são publicadas lá, passam pela analise do nosso pai, se ele negar a noticia não sai e por sorte nossa, o jornal tem a maior circulação da cidade. Any não é a favor disso, porém, não tem muita opção, quase nenhuma, na verdade. Ela vai ter um surto quando receber a noticia, mas graças aos cosmos, o noivo dela é meu melhor amigo e assessor, então a dor de cabeça será toda dele, até eu encontrar com Any.
O noivado dos dois foi algo um tanto quanto bizarro, Poncho era um solteiro convicto, me acompanhava em todas as baixarias antes da vida política, mas quando decidi que sairia na disputa pelo pleito, me deu total apoio, como ele também é advogado, achei essencial colocá-lo na minha assessoria. Com o tempo e convivência ele foi se aproximando de Any e em um ano e meio eles namoraram e noivaram, o casamento esta marcado para o meio do ano. Minha irmã deu um jeito no meu melhor amigo e eu sou padrinho de casamento.
Quando chegamos ao restaurante eu respirei fundo umas 4 vezes, Dulce riu da minha cara porque estava nítido o meu desespero.
- Ei, Uckermann? – Olhei para ela – Você ta bem?
- Só nervoso Saviñon, bem nervoso. – ela riu pelo nariz.
- Eu também, mas quem vai se dar mal de verdade aqui é você, então... – ela riu e deu de ombros.
- Obrigada pelo apoio, ajudou bastante. – revirei os olhos.
- Falando bem sério agora. – Assenti. – Você realmente tem certeza disso? Porque quando sairmos do carro, não tem mais volta Christopher... Será definitivo e você sabe. Minha família já lida com o seu pai faz uns anos então é algo natural para nós, mas você não precisa disso. - Dulce María disse enquanto eu encarava minhas mãos no volante.
- Tenho certeza Dulce María, preciso disso, independência. – Respirei fundo e ela assentiu.
- Então vamos rapaz! E agora que vamos conviver pode me chamar só de Dulce. - Ela disse tentando parecer animada.
- Gosto de falar seu nome inteiro. Vamos! - Disse enquanto pegava minha carteira e celular no console do carro.
Assim que abri a porta do carro, entreguei a chave ao manobrista, cruzei o carro e me dirigi à porta de Dulce, abri e estiquei minha mão para ajudá-la a descer.
- Um cavalheiro vive dentro do corpo Cassillas von Uckermann, uau, obrigada. – Dulce disse pegando minha mão.
- Eu sou um cavalheiro Saviñon. – revirei os olhos.
Coloquei minhas mãos na base das costas de Dulce e pude perceber que ela se assustou, como das outras vezes em que isso aconteceu... Não parecia que ela tinha achado ruim, na realidade parecia até que ela tinha gostado, então, creio que estou ganhando pontos com ela.
O restaurante era o mais conhecido da cidade, era sábado à noite e como esperado, estava quase lotado, um desespero absurdo me invadiu, minhas mãos começaram a suar e minha respiração ficou acelerada, reparei que Dulce estava aparentemente tranquila mas algo me dizia que ela estava tão desesperada quanto eu.
O garçom nos levou até uma mesa próxima a janela, ótimo! Eu só queria abrir um buraco no chão e me esconder, todos do restaurante estavam nos olhando, a maioria ali sabia quem eram os dois, então, logo o burburinho se instaurou no recinto. Assim que nos sentamos eu pedi um vinho e Dulce decidiu me acompanhar.
- Agora já pode se acalmar Uckermann, já nos sentamos e está tudo bem, chegamos vivos até aqui. – Dulce disse debochada.
- Como você consegue? Estou quebrando todos os vínculos possíveis com a minha família, natural que eu esteja nervoso Dulce María. – disse de uma vez quase atropelando as palavras.
- Christopher, se acalma, por favor. Eu também estou nervosa, mas é pior se eu aparentar, até porque né, já basta você, quase tendo um infarto. As pessoas não podem notar nervosismo, vão perceber que isso aqui – disse apontando para nós dois. – pode ser no mínimo falso. – Assenti forçando um sorriso, aquilo realmente fazia sentido.
O garçom trouxe o vinho e nós fizemos nossos pedidos. Assim, que ele se retirou, dei um longo gole na bebida e respirei fundo, problema resolvido, eu comecei a me acalmar.
- Então Dulce María, isso aqui – imitei o gesto que ela fez – é no mínimo falso? Vai falar que não sairia comigo? – sorri presunçoso.
- Uckermann, eu só estou aqui pelo meu irmão, você, melhor do que ninguém deveria saber que não faz meu estilo não é mesmo? Já que saí com Alfonso que é bem diferente de você. – ela deu um sorriso debochado que foi a coisa mais linda que já vi.
- Uma pena Dulce María, vai ter de me aturar do mesmo jeito, já que vamos conviver bastante. – eu sorri e ela revirou os olhos.
Nossa entrada chegou, estávamos comendo e tudo estava muito tranquilo, na realidade... Tranquilo até demais, até que meu celular começou a vibrar no meu bolso, no mesmo segundo meu coração disparou, eu já sabia quem estava ligando e quando peguei o celular traguei a saliva, o nome na tela era de Víctor.
- Com licença Dulce María, mas Víctor está chamando, preciso atender. – Ela assentiu com um olhar nervoso, ela estava preocupada.
Me retirei da mesa e fui até a um bar na recepção, lá estava calmo, perfeito para eu ter uma conversa rápida com meu pai.
N/B: Beta reader dela aqui!!!
Espero que no próximo jantar a Dulce seja a janta.
xoxo
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Nada Convencional
Fanfiction+18 | FINALIZADA | Aos 24 anos, Dulce María estava totalmente desacreditada sobre o amor, tinha sofrido uma desilusão adolescente que a traumatizou totalmente, por mais banal e idiota que seja, ela nunca mais se abriu pra ninguém e desistiu de ter a...