Capítulo 13

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Dulce María

Maite foi embora lá pelas 16h30, tinha álcool o suficiente no meu sangue para afetar meu cérebro, então fiz um café e fui tomar um banho bem demorado, coloquei meu robe e fiquei deitada no sofá da sala pensando em o que fazer caso Christopher estivesse mesmo mentindo... Esse era um medo que estava gigante dentro de mim.

Quando começou a escurecer, fui me arrumar. Coloquei um vestido branco ombro a ombro que ia até metade da coxa, passei um rímel, blush e gloss. Deixei meu cabelo solto com algumas ondas leves e fui arrumar a sala de estar, não queria deixar a sensação de um encontro e sim de uma conversa de amigos, então, só coloquei os pratos, talheres e as taças na mesa, decidi ficar descalça, peguei um copo de água e tomei quase em um único gole, eu estava nervosa.

Fiquei deitada no sofá vendo TV e tomando água enquanto esperava o porteiro anunciar a chegada de Christopher von Uckermann, o nervosismo aumentava conforme o ponteiro do relógio chegava mais próximo das 20h.

19h45

Advogado Bonitão: Já estou a caminho, tem certeza mesmo?

Advogada Gata: Estou te esperando.

Christopher estava vindo e eu precisava agir como se estivesse com pena, não seria difícil levando em conta o tamanho do meu coração que não pode ouvir uma história triste que já quer adotar a pessoa pra sempre, porém, com ele deveria ser diferente, se estivesse mesmo tentando me dobrar e enganar minha família a coisa ia ficar séria.

20h.

A pontualidade britânica me assustou, meu porteiro avisou que Christopher tinha chegado com uma voz bizarramente estranha, quando pedi para ele subir, o "ok" dele ficou pior ainda. Alguns poucos minutos se passaram e a campainha tocou.

- Respira Dul, respira, ele não vai te engolir, ele não vai te enganar. – falei para mim mesma, respirei fundo e fui abrir a porta para Christopher.

Uckermann estava absurdamente cheiroso, o Abercrombie&Fitch dominou o ambiente, ele usava uma camiseta preta, uma bermuda jeans e estava com um adidas branco, seus cachinhos estavam bagunçados na medida certa. Ele estava lindo, desleixado, mas lindo. Despertei dos pensamentos com ele me cumprimentando.

- Oi, Dulce María. – Christopher disse de um jeito tímido.

- Olá, Christopher Alexander. – Sorri debochada e ele riu pelo nariz. – Pode entrar, fique à vontade, de novo.

- Pode ter certeza. – Christopher riu. – O que vamos jantar? Tô com fome. – Fez beicinho. – Fiquei tão nervoso com a conversa com Víctor que não comi o dia todo. – Disse enquanto tirava o tênis e sentava no sofá.

- A intimidade que você tem na minha casa é maior que a do meu próprio irmão, que eu conheço literalmente desde sempre... E você eu conheço há menos de 48 horas, como você consegue? – Coloquei as mãos na cintura como se eu estivesse muito brava.

- Acontece que você disse para eu ficar à vontade, eu estou à vontade, ué. – Deu de ombros. – Mas o que vamos comer, em? – fez beicinho, de novo.

- Vamos pedir comida, de qual lugar do mundo será dessa vez? Eu escolhi a última, essa é sua. – Sorri vitoriosa.

- Vemos alguém que não sabe cozinhar. – Christopher riu. – Bom, vejamos... – Colocou a mão no queixo como se estivesse pensando e logo estalou os dedos. – Claro! Americana! Vamos de hambúrguer. – Sorriu como uma criança.

 Pra sua informação eu cozinho muito bem, só não vou cozinhar pra você. – Sorri debochada. – Mas gostei da escolha! Surpreendente, menino Uckermann. – Christopher gargalhou.

- Sou uma caixinha de surpresas, gatinha! – Piscou para mim e eu revirei os olhos. - Eu vou fazer os pedidos, aí sim você me diz se foi surpreendente, ou não. – Assenti.

Enquanto Christopher fazia o pedido, coloquei uma música e fui arrumar tudo de novo, sem taças, sem pratos na sala de estar, isso foi realmente surpreendente, enquanto eu ajeitava tudo, fui dançando ao ritmo de Stoked do Forfun, eu estava concentrada demais pra reparar que eu tinha companhia na cozinha.

Uckermann estava encostado no batente da porta da cozinha observando meu show particular, com um sorriso de orelha a orelha, isso era estranho para quem tinha tido uma conversa muito séria com o papai.

- Puta que pariu, Uckermann!! Quer me matar do coração? – disse quando pulei de susto, colocando a mão no peito.

- Na verdade, não. Ia te perguntar se tem refrigerante, mas aí te ver dançar ficou mais interessante. – Deu de ombros.

- Vou te colocar um sininho, odeio sustos! E sim, tem refrigerante. Quer cerveja? – disse indo em direção a geladeira.

- Por favor! Já fiz o pedido, chega em 1 hora, isso é triste, eu vou morrer de fome desse jeito, eu estou em fase de crescimento. – disse colocando a mão na barriga com um sorriso levemente infantil.

- Pros lados né? Por Deus, Uckermann! – Entreguei uma cerveja pra ele e fui em direção a varanda. – Bom, me conta como foi com Anahí e Víctor, não me parece tão mal assim.

- É, com Anahí foi bem, na verdade muito bem, bem até demais. Ela passou pro meu lado, sem nem pensar duas vezes, disse que ama nosso pai, mas são muitos processos e tem o peso do Alfonso trabalhar comigo. – Deu de ombros. – Então com ela foi tudo positivo, depois da gritaria, dos tapas e dos xingamentos, é claro. – Riu pelo nariz.

- Anahí sempre foi esperta, escolheu o lado certo. – Assentiu. – E Víctor? – Respirou fundo e abaixou a cabeça, drama extremo repentino, Uckermann.

- Com ele foi mais difícil, bem mais difícil na verdade. – Fez uma pausa e tomou um gole de cerveja. – Víctor começou de uma maneira bem civilizada até, disse que deveria escolher minha família sempre e que isso era o mais importante, mas quando eu neguei e disse que já tinha definido o meu lado, ele surtou, disse que ele ajudou a me dar a vida e que ele ia ajudar a tirar, que traição jamais teria perdão. – Engoliu seco. – Me proibiu de visitar minha mãe e disse que se Anahí escolhesse de vez o meu lado, ele entenderia porque seria por amor, mas agora, o que esse homem entende de amor, eu juro que eu realmente não sei, sério! – Christopher acendeu um cigarro. – Víctor é maluco, na realidade, ele sempre preferiu Anahí, em tudo, a filha perfeita, a garotinha do papai, que sempre fez as escolhas certas, por mais erradas ou parecidas com as minhas, eu sempre fiz as erradas. Até mesmo quando eu... – Ele deu um trago longo no cigarro, parecia mais que ele queria se calar porque estava falando demais. – Até quando eu escolhi me candidatar e mostrei pra ele que amava a política, assim como ele. Só que nem assim eu fui o bom filho, isso fica com a protegida. – Ele fez uma pausa longa, revezou entre o cigarro e a cerveja algumas vezes antes de falar de novo. – Eu amo a minha irmã mais do que tudo, ainda mais agora que ela me escolheu, mas o problema é que eu sou sempre o errado, mesmo ela vindo pro meu lado, eu nunca vou entender isso.

Eu estava extremamente perdida, tomei minha cerveja quase em um gole, Uckermann bagunçou minha cabeça, quando ele falou da relação de Víctor com Anahí, ele me pareceu extremamente sincero, até quando enrolou pra continuar a falar.

Peguei as cervejas que tinha deixado no frigobar quando Maite ainda estava aqui, entreguei uma a Christopher e peguei a outra. Acendi um cigarro, respirei fundo e decidi falar.

- Eu sei o quanto é difícil, o favorito é o Cláudio. – Ri sem vontade. – O mais velho, homem e político. Orgulho da família. – Christopher me olhou com um brilho diferente nos olhos.

- Aos desprezados?. – Ofereceu sua cerveja à um brinde.

- Aos desprezados! 

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N/A: Cheguei!

Esse foi difícil, mas saiu!

Comentem, votem e venham com suas teorias, porque eu estou AMANDO.

beijinhos e até ja já.

Nada ConvencionalOnde histórias criam vida. Descubra agora