Capítulo 34

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Christopher von Uckermann

Quando cheguei para buscar Dulce, eu estava quase tremendo, e ela com o seu jeitinho delicado de tudo, não me deu nem tempo para eu descer e abrir a porta para ela.

O trajeto da casa dela até o meu lugar foi agitado, no meu carro só se ouvia a voz dela e os instrumentos musicais de todos os ritmos musicais. Eu gostava daquilo. E quando ela não estava cantando animada, ela estava me perguntando da maneira mais entediada possível se estávamos chegando.

Assim que chegamos eu percebi seu olhar perdido, eu sabia que ela já tinha vindo aqui, era o point principal dos políticos em época de campanha para deputado e tudo mais, como também era o lugar que todos vinham sempre que não tinham o que fazer. Menos eu. 

Eu estava levando Dulce para o meu lugar, o lugar que me acolhe sempre que o trabalho me engole, sempre que meu pai coloca pressão exagerada em mim, quando Alfonso insiste em se meter na minha vida ou quando Anahí surta comigo. O meu lugar.

Ver  o rosto de Dulce, chocada com a vista e com o lugar, me deixou satisfeito, era isso que eu queria. Queria que ela me conhecesse de verdade. Por mais que ao lado dela eu literalmente cagasse pra tudo e qualquer coisa, eu ainda tinha o peso do político que precisa conquistar a irmã do maior inimigo do meu pai, mas não hoje e não agora.

Os olhos de Dulce brilhavam enquanto eu arrumava as coisas do nosso piquenique. O dia estava lindo e relativamente quente, mas estávamos em um lugar alto e logo a neblina iria descer, então o cobertor e as blusas eram estritamente necessários.

- Ei! - Tirei Dulce de seus pensamentos. - Vem comer, esfomeada. - Ela revirou os olhos.

- O dragão aqui é você. - Disse se sentando ao meu lado e eu gargalhei.

- Você já se notou comendo? - Ela me encarou séria. - Pois bem, você é uma draga. Não para de comer, mas é absurdamente fofa, se sujando toda. - Dulce fez uma careta.

- Pode ser, então, a criança aqui vai se sujar muito! 

Dulce começou a abrir tudo que eu tinha levado, pães, pão doce, geleia, mas o sorriso dela só aumentou com uma coisa que eu tinha a plena certeza que ela reclamaria. Ela pegou o toddynho na mão e seus olhos sorriram por ela.

- Gostou? - Ela assentiu rapidamente igual uma criança. 

- É meu favorito, de verdade. - Dulce colocou o canudo.

Eu esqueci de comer. Vê-la comer era muito mais interessante, ver o quanto estava se divertindo era tudo o que precisava, de verdade. Eu realmente estava apaixonado e ela ter cedido em me ver de novo, mostrava que eu pelo menos alguma coisa caminhava bem. Apesar da sensação incrível de estar perto dela, subitamente sou tomado pelo medo de que ela descubra o lado obscuro de tudo isso... Preciso me desprender disso e focar no agora. 

Quando Dulce terminou de comer, eu levantei e estiquei minhas mãos à ela.

- Vem!

- Christopher, eu acabei de comer, me deixa em paz só um pouquinho. - Ela fez beicinho.

- Por favor. - Eu fiz beicinho e ela pegou minhas mãos fazendo careta.

Eu levei Dulce até o balanço, lá tinha uma das melhores vistas do lugar. Eu me sentei e puxei ela para meu colo, que relutou um pouco, mas se sentou. Enrosquei meus braços ao redor dela e encostei meu rosto em seu braço, senti seu corpo rígido, com um pouco de incomodo, ficamos assim, em silencio por um tempo e o corpo dela relaxou.

- Quantas garotas você trouxe aqui? - Ela não se moveu.

- Você quer a verdade? - Dulce assentiu calmamente. - Uma. - Respirei fundo. - Você. - Ela me encarou. - Nunca trouxe ninguém aqui. - Dei de ombros. - É o meu lugar. Quando tudo aperta e me sufoca, eu corro para cá.

- E você quer que eu acredite nisso? - Arqueou a sobrancelha.

- Não precisa, mas saiba que é a primeira. - Sorri. - Eu te trouxe aqui, Dulce María, por um único motivo. - Ela passou a me estudar. - Acho que eu nunca fui tão sincero na minha vida com alguém, então eu preciso aproveitar toda a coragem que ta aqui, ok? - Ela assentiu. - Eu gosto de você, eu gosto muito de você e... - Respirei fundo. - Isso ainda não é um pedido de namoro, nem de casamento, eu juro. - Ela sorriu. - Só quero que você dê essa chance. - Apontei para nós dois. - Seja lá o que for, ou o que pode ser. Se permita... Nos permita. Fica só comigo. - Dei um beijo no seu braço. - Depois a gente decide o que vai acontecer, mas fica comigo. 

Dulce voltou a fitar o horizonte e ali eu tive certeza que tudo tinha ido para o espaço. Eu comecei a suar e eu já estava desesperado, a única coisa boa era que ela estava pensando. Isso era ótimo.

- Eu não quero te enganar Christopher. Eu sou uma bomba de sentimentos ambulante. - Eu assenti, ela não ficaria comigo. - Não estou acostumada a ter alguém em minha vida, é um tipo de rotina que não faz parte de mim. - Ela respirou fundo. - Só que, seja lá o que a gente tem, é legal... A gente tem uma sintonia gostosa, gosto de estar com você. - Sorriu maliciosa e eu ri pelo nariz. - Mas não se joga de cabeça, não comigo. - Ela abaixou a cabeça e me encarou. - Vamos tentar.

Eu não esperei mais nada, tomei a boca dela com um beijo e logo ela me deu passagem, minha língua invadiu sua boca e nosso beijo virou uma dança sincronizada, o que começou rápido e sedento, se transformando em algo carinhoso, levei uma mão em sua cabeça e enrosquei em seus cabelos e a outra apertou de leve sua cintura. Quando nos faltou ar, coloquei nossas testas ofegantes.

- Você não vai se arrepender. - Rocei nossos narizes.

- Eu duvido muito, Christopher. - Dulce sussurrou repetindo o movimento.

Eu não sabia o que ela queria dizer, mas a única coisa que eu tinha certeza naquele momento era que se o mundo parasse ali, eu estaria completo.

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N/A: Demorei mas eu voltei!

O dia vondy merecia um capitulo desses, não merecia?

Façam suas apostas!

Comentem e votem, amanhã estou de volta.

beijinhossssss :*


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