Dulce María
O caminho do restaurante até meu apartamento foi silencioso, pelo menos, o lado constrangedor tinha se esvaído... Não tinha nem música pra fazer uma trilha sonora para o momento.
Christopher estacionou aquele monstro que ele chamava de carro na porta do meu prédio, aquilo só ia piorar a situação, mas se alguém o visse ele colocando na garagem seria pior ainda, na realidade não tínhamos muito para onde correr.
Quando passamos pela portaria reparei que o porteiro saiu da guarita com cara de assustado e esperou até que entrássemos no hall.
- Acho que assustamos até seu porteiro. - Christopher riu sem vontade.
- Parece que nossas famílias são inimigas mortais mesmo. - dei de ombros.
Enquanto esperávamos o elevador o silencio voltou a reinar e só foi embora depois de entramos no meu apartamento.
- Quer beber algo? Pedir comida? Não sei... - perguntei por que não jantamos e uma hora ou outra teríamos fome.
- Acho que aceito um vinho, se quiser pedir alguma coisa pra você fique à vontade, a minha fome foi embora, talvez depois eu até coma algo, mas agora não. - Christopher disse tristonho, mas era nítido que estava analisando meu apartamento.
- Você come comida chinesa? Vou pedir pra comer mais tarde, posso pedir a mais, se quiser claro. - Christopher assentiu dando de ombros. - Pode ficar à vontade, senta aí, vou pegar o vinho e pedir a comida. Já venho. - falei enquanto tirava meu salto.
Antes de ir para um barzinho improvisado na sala de estar, fui para meu quarto fazendo o pedido pelo celular, aproveitei para trocar de roupa, coloquei uma calça de moletom cinza e uma regata preta. Em seguida fui pegar o vinho, na sala de estar tinha uma pequena adega portátil, passei a mão por duas taças e me sentei no sofá em frente a um Uckermann descalço, mangas arregaçadas, com dois botões aberto e uma cara de frustração. Eu estava realmente com dó daquele garoto.
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Christopher von Uckermann
Quando chegamos ao prédio de Dulce eu estava estranhamente confortável com a situação mesmo com o porteiro dela chocado com a nossa chegada, isso já estava ficando bizarro, mas ainda estava perdido. Precisaria escrever uma nota e enviar à Anahí, como eu ia fazer isso? Não sei, mas contava com a ajuda de Dulce.
Subimos para seu apartamento e ela decidiu quebrar o silêncio, eu dei graças a Deus por isso, porque eu não sabia o que falar. O apartamento dela era totalmente colorido, muito bem decorado, tudo que estava lá tinha de estar, nada fora do lugar, ela era organizada e tinha muito bom gosto.
Ela decidiu ir para o quarto enquanto pedia comida, com certeza foi trocar de roupa, eu no lugar dela trocaria, enquanto isso eu decidi ficar tão à vontade quanto ela recomendou, tirei meu sapato, dobrei as mangas da camisa e abri uns dois botões na frente, daria tudo por uma bermuda e ficar sem camisa...
Dulce voltou com o vinho e de moletom, ela sentou no sofá da minha frente e ficou me encarando como se estivesse com dó, isso quer dizer que eu estava no caminho certo.
Ela serviu as taças de vinho e me entregou uma.
- Levou a sério sobre ficar a vontade. - Dulce falou sorrindo.
- Sim, precisava disso, obrigada. - disse levantando a taça de vinho. - Você acha que consegue me ajudar a fazer a nota de Anahí? Logo ela me ligará cobrando, prometo que logo em seguida conto tudo que foi conversado no telefone. - foi um tom de frustração com tristeza e ela assentiu sorrindo.
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Nada Convencional
Fanfiction+18 | FINALIZADA | Aos 24 anos, Dulce María estava totalmente desacreditada sobre o amor, tinha sofrido uma desilusão adolescente que a traumatizou totalmente, por mais banal e idiota que seja, ela nunca mais se abriu pra ninguém e desistiu de ter a...