Christopher von Uckermann
O caminho da casa de Dulce María até o restaurante foi silencioso e desconfortável. Eu desisti de puxar assunto nos 2 primeiros minutos e só falei que caso ela quisesse escolher uma música, ela poderia ficar a vontade, mas ela não se mexeu, então, fomos ouvindo o que tocava na rádio.
Comecei a prestar atenção no caminho e vi que estávamos indo em direção ao um canto mais afastado da cidade, um bairro que para ser sincero eu nunca tinha ido fora de campanha e que também nunca tinha passado das duas ruas principais.
Dulce pediu para que eu parasse próximo de um boteco desses de esquina, desci do carro e ela já tinha saltado antes que eu pudesse abrir sua porta, ela me olhou e deu um sorriso tímido e apontou com a cabeça a direção em que iríamos.
Caminhamos pouco até chegarmos em um restaurante simples, bem simples na realidade. Cadeiras e mesas eram de madeira bem gasta, o pano que cobria a mesa era de uma cor azul, já desbotada, o piso era branco, mas de tão encardido já estava cinza, mas era tudo absurdamente limpo.
Ela me levou até uma mesa e se sentou apontando para que eu sentasse a sua frente. Eu estava relativamente assustado por ela conhecer um lugar como esse e talvez incomodado.
- Você não gostou, não foi? - Ela disse querendo rir.
- Na verdade, eu ainda não cheguei a uma conclusão. Por quê aqui? Por que desse lado da cidade? - Tentei não transparecer incomodo.
- Sabe Christopher, você nasceu e cresceu aqui como eu, certo? - Assenti. - Você como politico deveria conhecer mais sobre sua cidade e o que tem nela. - Fez uma pausa. - Quando eu disse que você não surpreendia suas namoradinhas no primeiro encontro, era disso aqui que eu estava falando. - Eu fiquei encarando Dulce sem tentar esconder a confusão na minha expressão. - Esse é um dos melhores restaurantes que eu já fui, é simples, mas é delicioso e o atendimento é impecável.
No mesmo momento um senhor encostou na mesa com um sorriso no rosto.
- Menina, Dulce! Que bom te ver! Estava com saudade de você! - O sorriso em Dulce tomou o rosto todo.
- Seu Martín! Como está? E dona Giulia? - Ela tinha um carinho na voz.
- Estamos bem, menina! Como você está? Pintou os cabelos, está ainda mais bonita. Ficou sumida. Pensei que tivesse nos esquecido. - Disse fazendo uma carinha triste em tom de brincadeira.
- Estou bem! Trabalhando muito... Inclusive, esse é Christopher, um...
- Filho de Víctor Cassillas. - Sua expressão de felicidade mudou para um semblante mais sério e eu acenei com a cabeça tentando parecer simpático. - Não sabia que estava andando desse lado... - Disse o senhor.
- Jamais! Estou trazendo Christopher para o lado certo, começando pelo melhor restaurante da cidade, claro! - Dulce tinha um tom estranho na voz, talvez vergonha. Com isso decidi permanecer em silêncio.
- Que bom, querida... Bom, sejam bem vindos. - Ele estava desconfiado. - Vai querer o de sempre?
- Macarrão à bolonhesa é sempre bem vindo! Pra ele também. - Apontou para mim. - E também..
- Coca-Cola! - O senhor disse sorrindo, Dulce concordou com a cabeça. - Já volto, menina!
Eu encarei Dulce por alguns segundos, ela já parecia mais feliz e se sentia em casa, mesmo que num lugar um tanto quanto peculiar para alguém de uma das melhores famílias da cidade.
- Como você descobriu isso aqui? - Eu realmente queria saber.
- Isso aqui eu conheci na época da escola, vim algumas vezes com sua irmã inclusive, fazíamos os trabalhos aqui.
- Anahí? - Assentiu. - Por que...
- Ela sabia que vocês iam reclamar. - Me interrompeu. - Meu irmão e minha família podem ter um milhão de defeitos, mas eles sempre me ensinaram a agir com simplicidade, quem me apresentou à Martín e Giulia, foi Cláudio... Vou te ensinar a fazer um pouco de política Uckermann. - Eu arqueei a sobrancelha. - Você precisa conhecer todos os bairros da cidade e dos mais simples, você precisa saber o nome de todos os comerciantes da área. Por isso você e seu pai são mal vistos por esses lados. - Disse como se fosse óbvio.
- Faz sentido. - Eu disse e ela revirou os olhos. - Me trouxe aqui para me ensinar a trabalhar?
- Não, mas vou te apresentar alguns lugares nesse tempo em que vamos conviver. - Assenti com um sorriso enorme. - Viemos aqui, porque eu precisava... - Fez uma pausa. - Estava com saudades e pensei, por que não?
- Justo! Quando chegamos aqui você ficou mais feliz. - Dulce assentiu. - Por que não estava feliz antes?
Antes que ela pudesse me responder, Martín voltou com nossos pratos e Dulce desconversou, ela estava mais feliz, mais contente e isso era bom, qualquer coisa que tivesse acontecido, naquele momento já não estava mais lá, ela estava leve, falando besteira como sempre e eu mais uma vez a observando comer.
Dulce quis sobremesa, comemos um pedaço de torta de limão, aquilo era realmente a diversão para ela, parecia uma criança, de verdade.
- Christopher, eu quero sorvete. - Fez beicinho.
- Tá bom, mas já são 20h, creio que nenhuma sorveteria esteja aberta. - Ela virou olhos.
- Não quero sorvete de sorveteria. - Eu a olhei confuso. - Vamos no mercado, você me da sorvete e vamos comer no seu apartamento, é isso. - Gargalhei.
- Sim senhora, já preparou nossa noite, então. Vamos!
Paguei a conta enquanto Dulce se dirigiu à cozinha para falar com Giulia, ela voltou rápido e fomos em direção ao carro, ela continuou feliz e sorridente. Quando entramos no carro ela pegou o celular e logo o conectou ao rádio do carro, a música que ecoava no carro era alguma do Armandinho que ela cantarolava animadamente.
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N/A: Chegueeeei!
Esse foi tranquilo, leve, mas o próximo eu já não garanto nada!
Comentem, votem e tragam suas teorias.
beijinhosssss :*
N/B: Beta reader dela aqui!
SORVETINHO NO APARTAMENTO DO DEPUTADO, UHUM.
xoxo
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Nada Convencional
Fanfiction+18 | FINALIZADA | Aos 24 anos, Dulce María estava totalmente desacreditada sobre o amor, tinha sofrido uma desilusão adolescente que a traumatizou totalmente, por mais banal e idiota que seja, ela nunca mais se abriu pra ninguém e desistiu de ter a...