Dulce María
Eu fugi.
Eu fugi e não me arrependo.
Minha válvula de escape sempre foi escrever cartas. Cartas para mim, que ficam guardadas com todos os meus sentimentos, talvez eu tenha centena delas. Só que dessa vez, eu percebi, escrevendo, como o ser humano pode ser ruim.
Meu irmão.
Se ele queria me entregar a Christopher, ele estava indo bem, mas por que? Como?
Agora seria a hora de pensar com clareza antes de agir e dessa vez, seria sozinha.
Fui até minha cozinha, fiz um café e me dirigi até a sacada, sentei e acendi um cigarro.
- Dulce María, esse é o seu momento, como vamos agir? - Falei comigo mesmo.
Eu estava chateada, muito, mas isso não ia mudar o meu foco, se eles queriam jogar comigo, eles iriam jogar, mas eu quem ditaria as regras.
***
O dia se arrastou e eu tomei algumas decisões, dentre elas, decidi ficar em casa sozinha e cozinhar, isso era realmente uma terapia para mim.
Fui para a cozinha e decidi fazer chili, era uma receita que eu tinha com a Maite sempre que a gente fazia noite das meninas ou algo assim, era literalmente a melhor coisa do mundo, mas tinha um único probleminha, eu não tinha doritos e meu chili sem doritos, não é chili.
Quando eu sai do prédio para ir ao mercadinho que tinha na rua de casa, vi uma bmw conhecida parada do outro lado da rua. Era o carro do Christopher. Pelo jeito o jogo ia começar um pouco mais cedo do que eu imaginei. Continuei meu caminho e ele ligou o carro dele, não me aguentei e dei risada, ele é ridículo.
Acabei comprando coisa a mais, ele ia acabar subindo e com toda certeza do mundo o dragão ia comer. Assim que saí do mercadinho, a bmw não estava mais lá, mas quando eu cheguei na frente do meu prédio, ele estava encostado na porta do carro, me esperando.
- Está me perseguindo? - Disse indo em sua direção.
- Não, vim te ver, só estava tomando coragem pra tocar aí. - Deu de ombros e apontou pro prédio. - Aí te vi saindo e decidi te esperar fora do carro.
- Então você não me seguiu até o mercadinho e depois veio me esperar aqui como se nada tivesse acontecido, inventando uma desculpazinha esfarrapada? - Semi cerrei os olhos para falar.
- Ér... - Ele coçou a cabeça. - Digamos que pode ser que eu tenha falado meia verdade. - Assenti rindo.
- Ok Christopher, vai subir ou não? - Ele assentiu sorrindo. - Então vamos, porque hoje eu vou cozinhar.
- Olha só! Essa eu quero ver. - Revirei os olhos.
Assim que entramos no prédio vi meu porteiro sentado na cadeira dele, encarando a TV das câmeras atentamente, depois arrastou a cadeira até a porta da guarita e ficou nos olhando subir.
- Acho que temos um fã de carteirinha. - Christopher falou.
- Eu tenho certeza, ainda não acostumou? - Falei indiferente.
- Não, isso é estranho. - Deu de ombros e eu revirei os olhos.
Quando chegamos no apartamento, Christopher já foi arrancando os sapatos, eu gostava de vê-lo se sentindo tão a vontade.
- Eu ia falar para ficar a vontade, só que né... - Apontei para ele.
- Já me sinto em casa. - Sorriu como uma criança.
- Compreendo. - Fui para a cozinha e ele me acompanhou. - A que devo essa ilustre visita? - Disse enquanto ajeitava as compras.
- Queria te ver.
- Você já me viu hoje... Nós dormimos juntos. - Falei com a maior tranquilidade já vista, nem eu sabia de onde ela vinha.
- Mais do que dormimos. - Encarei ele como se eu fosse fuzila-lo. - Só quis te ver, não posso? - Christopher abaixou a cabeça e colocou as mãos no bolso da bermuda.
- Pode, mas veio conferir se eu ia ou não te mandar embora, não foi? - Ele colocou uma das mãos no peito enquanto fazia uma cara de ofensa.
- Eu? Jamais! - Disse ironicamente.
- Te falei que ia deixar rolar, precisa confiar mais na minha palavra. - Comecei a separar o que eu ia usar para cozinhar. - Toma. - Entreguei uma cebola e uma faca. - Função sua.
- Vai me fazer cortar cebola só porque eu vim aqui pra ter certeza que você não ia fugir de mim? Sacanagem. - Ele falou fazendo beicinho.
- Não, na verdade eu só te dei essa função pra você não ficar me observando cozinhar, mas já que você assumiu o motivo real dessa visita, sim, é castigo. - Disse com um sorriso vitorioso.
- Isso não vale, você foi sacana.
- Cala a boca Uckermann, eu tô com fome, acelera aí.
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N/A: CHEGUEI!
Um capitulo aleatório, juro que vocês vão entender ele melhor com o decorrer da história.
Principalmente o lado da menina Dulce, o próximo é uma narração dele!
Comentem e votem!!
beijinhosssssss :*
N/B: Beta reader dela aqui!!!
Se eu tivesse que escolher um personagem dessa história para ser, com certeza seria o porteiro. Sério, esse cara me representa muito.
xoxo
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Nada Convencional
Fanfiction+18 | FINALIZADA | Aos 24 anos, Dulce María estava totalmente desacreditada sobre o amor, tinha sofrido uma desilusão adolescente que a traumatizou totalmente, por mais banal e idiota que seja, ela nunca mais se abriu pra ninguém e desistiu de ter a...