Capítulo 56

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Anahí

Dulce havia me deixado na mão, eu estava sozinha nessa e morrendo de medo, mas eu já estava aqui então, era hora de seguir em frente.

Uma coisa que havia me incomodado na ligação era o tom de voz dela, parecia que Dulce estava chorando e inventou a desculpa mais esfarrapada da face da terra e se ela acha que eu vou deixar passar, está muito enganada.

A tal entrevista havia sido marcada no restaurante do hotel, para a minha total felicidade. A única coisa que eu conseguia pedir era que o restaurante estivesse bem movimentado.

Era um hotel cinco estrelas, muito conhecido na cidade vizinha, eu já tinha vindo a algumas reuniões de meu pai por aqui.

Quando entrei no hall do hotel, tentei me concentrar e focar o máximo possível, eu não poderia tentar transparecer nenhum tipo de sentimento, muito menos o pavor que eu sentia.

Me dirigi ao restaurante e o maitre me levou até a mesa de Henrique que já estava me esperando. Levando em consideração o horário, o restaurante estava razoavelmente movimentado, isso me deixava mais confortável.

- Henrique? - O chamei timidamente.

- Você deve ser Anahí? - Disse enquanto se levantava e eu assenti.

Henrique apontou para a cadeira a sua frente e se sentou novamente. Me ajeitei na cadeira e retirei meu celular da bolsa.

- Bom, espero que não se importe que eu grave a entrevista, isso ajuda na hora de redigir o texto.

- Na verdade, me importo, prefiro que seja feita da maneira tradicional, papel e caneta. - Seu tom era serio e desafiador.

- Tudo bem, uma jornalista sempre anda preparada para tudo. - Sorri timidamente.

O garçom se aproximou e eu pedi uma água, qualquer outra bebida seria intragável e Henrique, pediu um café.

- Antes de começar, quero que me explique melhor o motivo dessa tal entrevista. - A voz grossa dele era um tanto assustadora.

- Bem, - Respirei fundo. - estou fazendo um artigo para o meu novo jornal sobre casos de estupro que ainda não foram a julgamento, gostaria de entender o por quê de ainda não terem acontecido. - Henrique assentiu e fez um movimento com a mão para que eu continuasse. - Esse artigo vai demorar um pouco a sair, estou juntando mais alguns casos e irei lançar como um "quadro".

- Perfeito. Podemos começar. - Henrique não estava comentando apenas, estava mandando.

Comecei com trivialidades, perguntando quando tempo ele advogava, se caso penal era realmente sua especialidade e todo um blábláblá de encher linguiça que não serviria para absolutamente nada, mas que era importante para que ele não desconfiasse de nada. Só que uma hora as perguntas triviais acabariam, não é mesmo?

- Bom doutor, como chegou ao caso do Velasco? - Perguntei tentando soar o mais natural possível.

- Favor para um cliente do meu filho e um colega...

- Na sua visão de advogado, que é respeitadíssimo no âmbito penal, por quê um caso tão grave quanto esse ainda não foi julgado? - Sindoni riu.

- Pelo óbvio não é, querida? Velasco trabalha para políticos muito influentes, automaticamente, o caso não vai a diante. Ele recebe uma quantia específica para ficar de boca fechada. E eu, já não faço parte desse caso faz tempo, o cara largou os advogados para proteger algo grande, se quiser saber de algo mais sobre isso, apenas direto na fonte.

Eu travei, não sabia mais o que responder, foi uma chuva de informação que deixou minha cabeça pesada, eu precisei que Sindoni chamasse minha atenção para conseguir abrir a boca e responder qualquer outra coisa.

- Isso é o suficiente. - Me levantei da mesa e sai rápido como uma bala.

A primeira coisa que fiz foi apenas sair de lá, andei sem rumo por um tempo até achar um shopping. Nada daquilo havia feito sentido.

Fiz compras o dia todo e nem aquilo conseguia aliviar minha mente, eu fiquei tão chocada e assustada que esqueci de mandar mensagem para Dul avisando o principal...

Baby Mango: Pegamos eles.

Assim que enviei a mensagem para Dul, fui para minha casa, precisava de um banho e de Poncho, algo me dizia que iríamos viajar para o Mato Grosso do Sul, sem previsão de volta.

Víctor Casillas

Mensagem recebida.

HS: Não sabia que sua garotinha estava começando a se infiltrar nos negócios de família, ainda mais no caso do MS, no seu lugar abriria meus olhos, ela está muito curiosa e não está . A advogada Saviñon está junto.

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Mensagem enviada.

Manuel Arias: Te encontro em 1h no hotel, te aguardo.

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Mensagem enviada.

L.B: Preciso de seus serviços, fique atento aos comandos, preciso de um acidente.

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N/A: Helloooooooooo!

E vamos de pânico hauahauahaua

Quero suas teorias, quero saber o que vocês acham que vem daqui p frente!!!

'Comentem, votem e eu volto!

beijinhosssssss :*

Nada ConvencionalOnde histórias criam vida. Descubra agora