Capítulo 24

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Dulce María

O jantar com Christopher foi tranquilo, apesar dele ter ficado nitidamente incomodado por eu ter levado-o ao restaurante de Martín, mas teve jogo de cintura, isso era bom. Eu o levei lá por dois motivos, o principal era que eu precisava ficar melhor e lá era o lugar ideal para isso, o outro motivo era saber como ele lida com situações desconfortáveis. Christopher deixa claro que não gosta no começo, mas depois, sabe jogar. Em nenhum momento ele agiu assim comigo, apenas com Cláudio, então tinha sinceridade em como agia comigo, era vontade dele.

Durante o jantar a minha cabeça martelava em o que Maite dizia, eu precisaria descobrir o que Christopher e Cláudio haviam combinado, mas também precisava saber o porque ele estava mentindo, aquilo já tinha dado um nó sem fim na minha cabeça, decidi por fim, jogar de um jeito que ou daria muito certo, ou muito errado. 

Sem regras e muita atenção. Valeria tudo.

O caminho do restaurante até o mercado foi dominado apenas por minhas músicas, minha voz e Christopher rindo de mim, não o julgo, no lugar dele eu também daria risada e muita. No mercado entramos numa pequena discussão sobre o sabor do sorvete, que ao final de tudo levamos um de Oreo pra ele e um Sonho de Valsa pra mim.

O prédio de Christopher ficava no meu bairro, um ótimo bairro por sinal, era um prédio bonito e bem chique, muito mais que o meu. Tinha seguranças na entrada da garagem e pelo que pude notar, andando por todo o condomínio. Subimos para o seu apartamento e quando chegamos eu não pude deixar de notar a decoração. Era totalmente monótono, arrisco a dizer que era impessoal e ele percebeu a minha análise mental.

- Coisas de Víctor. - Deu de ombros.

- Você não escolheu a decoração do seu próprio apartamento? - Ele negou com a cabeça.

- Fique a vontade. Pode tirar o sapato e tudo mais. - Disse rindo.

- Claro que eu vou ficar a vontade. - Revirei os olhos.

- Tira o salto, senta aí... No chão, no sofá... Se quiser sentar lá na varanda também, ta tudo certo. Vou pegar água, quer? - Assenti rindo.

Ele foi para a cozinha e eu fiquei na sala, tirei os sapatos e fiquei observando, tinha apenas uma foto dele com Anahí quando eram crianças, o resto eram móveis que variavam entre cinza, preto e branco.

Christopher chegou com duas colheres em mãos, uma garrafa de água e um sorriso de orelha a orelha, ele parecia uma criança.

- Já decidiu onde ficaremos? - Perguntou tirando o sapato todo desengonçado.

- No chão da sala, que é basicamente meu lugar favorito na casa de todo mundo. - Sorri sentando no chão de frente para a mesinha de centro.

- É isso então! - Ele respondeu me acompanhando e abaixando para sentar. 

Ele se sentou de frente para mim e o assunto começou com trabalho, Christopher me contou a sua diversão de ir e voltar de Brasília, mas que estava cansado disso, apesar de não sentia falta nenhuma de advogar. 

A coisa toda estava indo bem, muito tranquilo por sinal. 

Em um dado momento os dois já estavam jogados no sofá dividindo experiências de encontros ruins. Eu na realidade tenho uma coleção deles já o Uckermann, nem tanto...

- Eu realmente não tenho experiências tão horríveis, até porque, já faz quase três anos que eu não posso nem sair direito, sem contar que eu namorava até um mês antes de sair candidato. - Disse olhando pro teto com as mãos na barriga.

Nada ConvencionalOnde histórias criam vida. Descubra agora