Capítulo 47

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Dulce María

- Dulce, Anahí está na minha frente. - A voz de Maite estava aflita e eu praticamente a vi com seus olhos arregalados.

- O que ela quer? - Meu coração disparou. - Maite, já disse que ninguém pode saber.

- Ela... Ela precisa falar com você, é importante. - A voz de Mai estava trêmula.

- Passa o telefone. - Respirei fundo e massageei as têmporas. - Anahí?

- Cunhadinha! Pensou que fosse fugir de mim, não foi? - Gemi frustrada. - Pois bem, juro que não vou te atrapalhar, na verdade, quero te ajudar! - A voz de Anahí ficou séria. - Você sabe do acordo de Christopher com Cláudio e sabe que ele está armando alguma coisa com meu pai.

- Sei? - Eu estava perdida.

- Você gosta do meu irmão, mas independente do sentimento, você não teria ficado com ele uma segunda vez. - Ela respirou fundo. - E Christopher é um péssimo mentiroso. - Anahí fez uma pausa. - Eu quero te ajudar em seja lá o que você está fazendo. Meu irmão está desesperado atrás de você e eu posso ser uma ótima ajuda, sei de coisas que ninguém mais sabe.

- Por que? Não tem como confiar em...

- Uma Casillas. Dulce, eu não aguento mais depender de Christopher ou Víctor pra tudo, eu quero ficar livre deles, não quero mais forjar noticias para encobrir uma cagada, não quero ser mais um ponto positivo e importante em um plano, eu quero mostrar que eu sou mais que a menina Casillas. - Tinha raiva em sua voz.

- Ok, reúna tudo que você tem contra seu pai e contra...

- Eu não tenho nada contra meu irmão, ele sempre andou na linha... Até demais. - Disse me interrompendo.

- Maite sabe onde estou, venha com ela. Antes, preciso terminar com Maite.

- Tudo bem, cunhadinha, vou reunir tudo, só comentarei que vou te encontrar, ele precisa se acalmar, tem certeza que você sabe de tudo, vou enrolar ele, até mais! Beijinhos. - Respirei fundo tentando alinhar meus pensamentos quando Maite falou na linha.

- E aí, como faremos? - A voz de Mai permanecia trêmula.

- Você acha que ela ta sendo sincera? - Era a última esperança.

- Ela está! - A firmeza na voz dela tinha voltado.

- Então traga Anahí com você, teremos muita coisa para fazer, então, venham logo e não tira o olho dela, por favor. - Eu estava aflita, mas era um risco necessário.

- Tudo bem! Se cuida, eu te amo. - Maite desligou.

Demorei alguns segundo para focar no que eu estava fazendo antes desse mundo de informação me pegar desprevenida, respirei fundo e desisti de fazer compras para cozinhar, peguei uma lasanha de micro-ondas, 2 garrafas de vinho e me dirigi ao caixa.

***

Depois que eu comi, abri a primeira garrafa de vinho, coloquei um som alto e comecei a dançar no ritmo da música. 

Eu saí da cidade para trabalhar, o por quê?

No meio da reunião com Cláudio, eu tive uma ideia. Ele tinha me pedido para que esconder seus podres, então, eu decidi estudar cada passo errado dele fora da campanha. Sim, ele era meu irmão, mas eu sabia que ele não era das melhores pessoas, se ele fez aquele acordo com Christopher, tinha algum motivo e algum plano por trás e isso era mais uma prova de que ele não era uma pessoa tão idônea assim. Então, eu usaria tudo ao meu favor, fazendo um pequeno dossiê sobre a vida política de Cláudio, juntando todas as provas conta ele que eu pudesse.

O que eu não estava contando era com o fato de que Anahí desconfiasse de tudo e quisesse me ajudar jogando todas as cartas de seu pai na mesa. Eu realmente entendo seu lado, ficar na sombra dos homens da família, fazendo de tudo para protegê-los a todo custo, não era algo que me agradaria, do mesmo jeito que não a agradou.

Anahí tinha me mostrado que era uma mulher engenhosa, inteligente demais para ficar nas costas de alguém, isso era ótimo e ela poderia ser usada à meu favor, juntando todas as provas contra as maiores potências da cidade o burburinho ia ser grande e os processos altíssimos. E juntas, poderíamos sim, derrubá-los. 

Derrubá-los

Será que eu fazia mesmo questão de usar o plural colocando em xeque-mate meu próprio irmão, só porque eu virei uma moeda de troca seja lá pelo que?

E Christopher... Ele realmente não tinha nenhum podre na vida política? Sabia que ele era cuidadoso, mas não à esse ponto. O que poderia queimá-lo eram todas as vezes que ele bateu o carro drogado ou embriagado, a destruição da loja no centro da cidade no meio de um racha dele e de Alfonso que foi encoberto quando Anahí era apenas uma estagiaria.

Eu queria mesmo queimá-lo? Talvez não valesse tanto a pena assim. Deixaria Christopher para depois.

Na metade da garrafa e de uma dança solitária na sala da casa, eu escutei o barulho de um carro e o portão da garagem abrir. As meninas chegaram.

Coloquei a garrafa em cima da mesa, abaixei o som e fui de encontro a elas. Maite e Anahí estavam levemente animadas, provavelmente estavam se dando bem e isso era ótimo pois precisaríamos de todas as cabeças pensando em sintonia.

- Chegaram rápido. - Falei indo em direção à elas com sorriso no rosto.

- Tudo por você, gatita. - Maite disse abrindo os braços.

- Desculpe, cunhadinha, tudo para ferrar com meu papai. - Anahí disse fazendo uma carinha de criança prestes a aprontar.

- Isso já é o suficiente, Any. -Sorri para ela que me abraçou. - Bom, vamos arrumar as coisas de vocês e espero que tenham trazido vinho, o papo chato e sério só começa amanhã. - Falei  enquanto pegava uma das malas.

- Acho bom estarem preparadas para carregar peso, trouxe todos os processos contra o papai e também tudo que encobri no jornal. - Anahí deu de ombros, Maite riu e eu olhei confusa porque no porta-malas só havia... malas.

- Olha no banco de trás. - Maite apontou rindo.

Quando sai da parte de trás do carro e fui para a lateral quase cai dura no chão, o banco e o chão do carro estavam cheios de pastas, chutando baixo, eram pelo menos 100, só de processos eram mais de 80, com certeza.

- Acho que nossa viagem vai demorar mais do que o esperado. - Eu falei boquiaberta.

- Sim, cunhadinha, mas antes você precisa falar com meu irmão, se não ele vem atrás de você e não queremos isso, não é? - Anahí disse enquanto fechava o porta-malas.

-  Preciso mesmo? - Any assentiu. - Tudo bem, mas pode ser amanhã?

- Deve poder. - Ela deu de ombros. - Só preciso falar com Poncho. Falei para ele que viria te encontrar porque você surtou tentando entender seus sentimentos pelo meu irmão e que se ele abrisse a boca para contar a Christopher o casamento não iria acontecer. - O sorriso vitorioso de Anahí era enorme e engraçado.

- Ok, Any, vamos à festa! Amanhã vamos às formalidades. 

- ARRIBA! - Maite gritou.

- Let's go, babies! - foi a vez de Any.

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N/A: Planeta Tierra! Cómo están? Lo logramos!

Me digam que agora vocês entenderam um pouquinho?

Anahí se bandeou mesmo pro lado das meninas?

O que vocês acham que as 3 vão aprontar?

E o Chris? Onde entra nessa?

Comentem, votem e eu juro que volto!

beijinhosssssssss :*

Nada ConvencionalOnde histórias criam vida. Descubra agora