Capítulo 60

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Dulce María

Depois de todo o falatório de Anahí e Maite, me tranquei no banheiro por uns quinze minutos e chorei, só chorei.

A casa do tal cara era de Christopher, a casa era do pai do meu bebê. Era impossível aquele homem, o homem que eu amava ter algo tão suspeito envolvendo seu nome.

Precisei me recompor, por mais que Anahí tivesse contado para Maite o que estava acontecendo, eu não estava nem um pouco a vontade de falar sobre isso e o mais importante de tudo, ela me respeitaria.

- Bom, Maite já explicou a mensagem dela. - As meninas assentiram juntas. - Agora é a vez da sua mensagem, Any.

- Ah, nossa! Verdade! Então, a reunião ocorreu bem e tranquila. O tal do Henrique é um grande fofoqueiro. - Eu a encarei arqueando a sobrancelha e Any ficou sem graça. - Ele disse que pegou o caso como um favor à um cliente de seu filho e um colega, que nos leva...

- A Víctor e Cláudio. - Falei e ela assentiu. - Ótimo, precisamos comprar as passagens para o Mato Grosso do Sul, ver direitinho como chegaremos à Ponta Porã e aí sim, poderemos ir.

- Tudo bem, eu compro as passagens! - Maite se dispôs. - Se pudermos viajar de madrugada, seria melhor ainda, podemos descansar quando chegarmos lá. - Maite falou diretamente à mim.

- Tudo bem, você quem manda. - Sorri em forma de dizer que estava tudo bem.

- E eu vou fechar um hotel ou qualquer coisa do tipo e alugar um carro, tudo bem? - Assenti.

O clima entre Maite e Anahí estava pesado, muito provavelmente elas brigaram enquanto eu chorava no banheiro, já que o pai do meu filho era dono de uma casa onde um estuprador morava antes de ser preso. Mas sobre a provável briga das meninas... Fazia muito sentido. Christopher era irmão de Anahí, ela iria defende-lo até onde fosse possível e Maite não tinha nada a perder com essa discussão.

***

Maite e Anahí tinham agilizado tudo, nossas passagens eram para as quatro da manhã, então eu só tomei um banho, me arrumei e fomos ao aeroporto. 

Eu estava exausta, cansada, mas precisávamos seguir, quanto mais rápido resolvermos tudo, mais rápido voltamos e mais rápido ainda decido minha vida com Christopher, porque dessa vez eu não meteria os pés pelas mãos. 

Tirando o clima pesado entre as meninas, a viagem foi bem tranquila, senti um pouco de enjoo mas não o suficiente para que eu vomitasse o que não tinha em meu estômago, e isso era uma vitória.

Quando nós pousamos em Ponta Porã, o dia já tinha amanhecido e eu só pensava na cama do hotel que ficaríamos.

Anahí pegou o carro que reservamos para alugar e colocou o endereço do hotel no gps e fomos ao tal hotel.

- Não é dos melhores, mas é bem longe da casa do tal Velasco. O que garante nossa segurança! - Anahí falou enquanto estacionava o carro.

O lugar era super simples, mas não era feio, a recepção tinha o chão de madeira, mas era bem gasto, as paredes foram pintadas de branco recentemente, o balcão era também de madeira e tinha uma senhora atrás dele, Anahí quem foi conversar com ela e fiquei com Maite.

- Como está? - Maite perguntou sem jeito.

- Tudo bem, só enjoada e com muito sono. - Sorri.

- Ótimo, enquanto você dorme vou pensando em o que fazer aqui, tudo bem? - Assenti.

- Bom, consegui um quarto para as três, porque assim, conseguimos pesquisar e conversar, tudo bem? - Assentimos.

- Vamos que eu quero dormir. - Resmunguei.

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