Christopher von Uckermann
- Víctor? - O olhei confuso.
- Oi, Christopher, sua agenda está livre pela manhã? - O ar autoritário de Víctor estava presente.
- Estou ótimo, pai, Anahí está bem e ansiosa para o casamento! - Disse debochado e ele arqueou as sobrancelhas. - Está livre, mas nossa reunião não seria apenas no final de semana?
- Sim, mas o jogo está mudando, preciso conversar com você logo, talvez até você precise voltar antes. - O semblante dele parecia quase desesperado.
- Ok, posso pelo menos tomar meu café da manhã em paz? - Víctor bufou e assentiu. - Me envie o endereço de onde vamos nos encontrar por mensagem, apareço lá em 1 hora.
- Seja rápido, a conversa é urgente. - Antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa, Víctor partiu.
Não consegui tomar meu café da manhã em paz, minha cabeça martelava tentando entender o que estava se passando. Sabia que Víctor estava ferrado, os processos dele iam a julgamento em breve e ele tinha chances até de ser preso.
Assim que terminei minha tentativa de café da manhã, pedi um uber para o hotel que Víctor me mandou o endereço, eu estava suando frio. Minha ficha na carreira era limpa, até porque, eu nunca quis entrar nisso, nunca aprontei nada absurdo, acho que meus maiores podres eleitorais eram sobre as minhas votações dentro da câmara, às vezes eu era um pouco incoerente, mas isso também era sobre Víctor.
Quando desci do carro, encarei o hotel ainda por alguns minutos, passei as mãos na roupa, tentando tirar um pouco do suor, mas eu só estava me enganando. Respirei fundo pelo menos 3 vezes antes de entrar. Me direcionei até a recepção e pedi a chave do quarto 406.
Ao entrar no quarto, Víctor estava sentado em frente a uma mesa de reuniões. Pude perceber que esse quarto era usado apenas para isso, ótimo, minha cabeça começou a pesar e meu coração descompassou, não sairia nada bom daqui.
- Christopher, sente-se. - Ele mandou, apontando para a cadeira da frente.
- Sem enrolações, o que te faz lembrar do seu querido filho? - Sorri debochado.
- Sem piadinhas, Christopher, acho que você já está bem crescidinho para essas coisas, não? - Assenti quase revirando os olhos. - O assunto é rápido e importante. Estou precisando de dinheiro. - Não me aguentei e gargalhei.
- Por favor, Víctor, você? - Ri mais uma vez. - Você limpou a cidade e desviou uma boa grana sendo deputado.
- Vão bloquear meus bens com esses processos, preciso que você crie alguns cargos fantasmas para que eu possa... digamos, viver ao menos. - Disse se levantando e indo ao bar improvisado em uma mesinha lateral.
- E o resort na Espanha que você colocou no nome de uma daquelas coitadas senhoras que você usa como laranja? - Ele serviu uma boa dose de uísque.
- Entrou no último processo que sua namoradinha advogada protocolou contra mim. - Ele tomou um gole generoso e serviu mais. - Parece que você não está fazendo seu trabalho direito, garoto. - Disse enquanto se sentava novamente e eu ri pelo nariz.
- Dulce é mais esperta do que imaginei. - Víctor maneou a cabeça. - Ainda não tive nenhuma reunião no minimo decente com Cláudio, não tenho nada contra ele. - Fiz uma pausa e suspirei. - A única coisa que ele me pediu além do relacionamento com sua irmã, foram alguns cargos, todos dentro da lei.
- E você não os fez fora! - Víctor aumentou o tom de voz. - Precisamos derrubar Cláudio, se eu cair, ele cai junto! - Ele estava quase gritando. - Como você quer assumir a prefeitura, moleque? - Deu um tapa forte na mesa.
- Víctor, você sabe que eu ainda não tenho idade para isso! Sou um jovem deputado, ninguém vai me levar a sério graças à você e suas falcatruas! - Dessa vez quem estava quase gritando era eu. - Não vou desviar dinheiro, não vou criar cargos fantasmas! É a minha reputação que está em jogo! Se você me quer no futuro comandando qualquer coisa, eu não posso fazer isso! - Víctor riu pelo nariz.
- Você vai fazer, Christopher, caso contrário... Sua namoradinha e sua irmã vão se machucar bastante, talvez os podres sobre seu amiguinho também possam vir à tona! E aí sim, você perde essa tal credibilidade que você acha que tem! - A ordem e a maldade no tom dele me assustaram.
- Você não seria capaz de fazer nada contra eles, principalmente a Anahí! - Disse enquanto me levantava. - Ela é sua filha!
- Pague para ver! Faça o teste! - Víctor tinha um semblante maldoso. - Volte para casa e faça o que eu mandei, você tem uma semana para me entregar o primeiro cargo. Agora pode se retirar, a conversa acabou, moleque. - Ele apontou para a porta.
Eu não tive forças para abrir a boca novamente, apenas respirei fundo e sai daquele inferno com passos largos e batendo a porta. Víctor era capaz de fazer mal a Dulce, mas Anahí seria impossível e falar de Alfonso, ah, ele sabia que compraria uma briga com Anahí.
Não eram nem 10 horas da manhã e minha cabeça latejava e eu ainda teria muitas reuniões durante o dia, com isso, não poderia pegar algum voo antes das 22 horas da noite.
Chris: Poncho, marque um voo de volta para mim para 1h depois da última reunião, Manuel passou dos limites.
Poncho: Você tem compromisso até o final da semana, cara.
Chris: Foda-se, eu preciso voltar o mais rápido possível.
Poncho: Depois arque com as consequências.
Chris: Vá a merda!
Fui direto para meu flat, a primeira coisa que eu fiz quando cheguei foi acender um cigarro, a segunda?
Uckermann: Preciso te ver, preciso de você, chego meia noite! Volte para a cidade e me encontre no meu apartamento.
A resposta dela veio mais rápido do que o esperado.
Gatinha: Por que eu faria isso?
Uckermann: Você me quer o quanto eu te quero.
Uckermann: Esteja lá.
--
N/A: olha quem voltei!
Lhes apresento, Víctor Manuel Casillas Arias. O que acharam do sogrão da Dulce?
E aí o Chris vai topar ou não?
Teoriasssssssss
comentem, votem e eu volto!
beijinhosssss :*
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Nada Convencional
Fanfiction+18 | FINALIZADA | Aos 24 anos, Dulce María estava totalmente desacreditada sobre o amor, tinha sofrido uma desilusão adolescente que a traumatizou totalmente, por mais banal e idiota que seja, ela nunca mais se abriu pra ninguém e desistiu de ter a...