16 - não era só ela

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Point On Viw Tavin

Ela parecia muito nervosa. Dei três passos para trás para ela se sentir mais confortável mas não sutil muito efeito pelo visto.

- Eu não tô bravo não, foi mal se tô transparecendo isso pra você... - falei.

- É que tô me sentindo meio culpada pelo o que aconteceu sabe? Não queria causar mais confusão, percebi que ela é muito importante pra você... - disse sem graça.

Fiquei em silêncio, a mina de fato nao existia, parecia até miragem da minha cabeça, além de linda dava pra ver o coração bonito. Gabrielly falou um monte, fiquei com uma marra e ela ainda assim está sendo compreensiva.

- Não po, não faz isso com você não sério mesmo, eu e ela não temos mais nada, respeito ela e o que a gente viveu mas pra mim acabou. Gabrielly agiu com falta de respeito comigo e com o que a gente viveu, quero longe. - passei a mão nos meus cabelos que estavam grandes.

A menção do assunto fez com que eu lembrasse de algo que tá tirando minha paz desde do dia da pizzaria. Minha mente é armadilha.

- Compreendo. - respondeu sem tirar os olhos de mim.

- Você ficou afastada e estranha por desconfiança né? - perguntei direto.

- Não quero te acusar de nada, só fiquei confusa...

- Se ficou confusa é porque tá interessada em mim. - gastei com ela que riu pela primeira vez com a gente sozinho.

- Você acha, é?

- Tenho certeza. - arrisquei um passo para frente, se ela desse qualquer sinal de incômodo, me afastaria.

Pesquisei um pouco sobre o assunto. Relatos de mulheres que passaram por isso e como vivem hoje em dia diante desse trauma, é doloroso e faz meu ódio aumentar por esses vermes que ousam tocar em uma mulher sem sua permissão, os traumas e as consequências para as mentes das que passam por isso são inumeráveis. O mínimo que posso fazer por Lua é respeitar seu espaço, seu tempo.

- Sempre confiante, seu metido! - riu novamente.

- Mas namoral mesmo, me dá uma chance - ela arregalou os olhos e comecei a rir - calma doidona, ainda não vou te pedir em namoro... - falei na zoeira.

- Que ódio garoto, você é um convencido! - disse envergonhada. Apesar de sorrir revelando suas covinhas seu rosto ficou todo vermelho.

- Voltando ao meu belo discurso, - fingi ajeitar minha gravata e ela riu mais alto. - parece que tá morrendo mano, risada feia pra caralho.

- Além de convencido, é chato. - mostrou língua.

- Quem mostra língua pede beijo. - falei sério dando um sorriso de lado.

- Calado, poeta. - cruzou os braços negando com a cabeça enquanto ria.

- Namoral mesmo agora, tô pedindo uma chance pra você me conhecer melhor, eu super entendo tua desconfiança e tudo mais mas porra, só uma chance, bora de amizade. - terminei por fim.

Ela me encarou e sorriu concordando com a cabeça,  estendeu a mão.

- Eu quero te conhecer melhor, e quero pedir desculpas pela desconfiança...

- Tranquilo, galua. - aproximei um pouco e beijei sua mão enquanto a segurava.

- Essa pose de cavalheiro não combina com você. - gastou e soltei sua mão negando com a cabeça.

- Chatona também viu! - ri.

- Vamos entrar? Devem estar fazendo várias suposições sobre o que estamos fazendo aqui fora. - revirou os olhos com ar de graça. Comecei a andar em direção a porta.

Conexão || Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora