72 - se perder

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Eu não tenho mais medo
Eu não estou com medo
Para sempre é muito tempo
Mas eu não me importaria de passar ao seu lado

i wouldnt mind - he is we

° T A V I N °

          Não me lembro do momento em que tiramos nossas roupas, ou quando trancamos a porta, ou quando nos beijamos debaixo do chuveiro que mesmo com a água fria não deixou nossos corpos menos quentes. Não consigo me lembrar qual foi o momento que desligamos o registro ou encontrei a droga da caminha. Minha mente, junto com meus olhos e ouvidos, só focam no nossos corpos se encontrando e dos sons que saem da boca da Luana. Me sinto extasiado. Fervendo. Nós dois estávamos. E nem sei quanto tempo estamos aqui.

           Inclinei minha cabeça pra trás, entre abrindo minha boca sem parar com os movimentos que fazia. Senti nossos corpos tremerem, juntos, quando chegamos ao limite. Xinguei um palavrão baixo em seu ouvido, abraçando suas cintura por trás, afastando nossos corpos. As nossas respirações ofegantes impedia as palavras de saírem de nossas bocas, senti os músculos das minhas pernas tensionados.

— A gente precisa de um banho de verdade agora. - brinquei, a fazendo rir fraco. Joguei a camisinha no lixo do banheiro, e liguei o registro a puxando pra mim.

— Senti saudade de você. - ela disse baixinho, fechando os olhos enquanto a água escorria sobre a gente. Sorri, lhe dando um selinho ainda abraçando sua cintura.

— Eu também senti, minha galua. - ri a abraçando, afastando meu rosto da água.

— Se eu soubesse escrever poesia, eu escreveria sempre sobre você mas o artista aqui não sou eu. - ela falou, acariciando minhas costas. Como se fosse a primeira vez que ela se declarava pra mim, meu coração palpitou.

— Cê é uma artista quando se trata de amar, linda. Isso é mais do que suficiente pra mim. - disse, beijando sua bochecha. Nos afastamos para iniciar o banho.

— Você é mais do que suficiente pra mim também. - ela riu, me lançando um sorriso ao me dar um selinho rápido.

— Pensei que a gente fosse se perder, tá ligada?! - comecei o assunto que queria conversar há dias.

       Luana estava um pouco certa, para nós dois continuarmos juntos, precisamos conversar e trabalhar nossa comunicação.

— Em que sentido? - perguntou confusa, desligando o registro e ficando na ponta dos pés para lavar meu cabelo.

— Como meus pais... Fiquei meio zoado com a nossa primeira briga, ficamos irreconhecíveis. - mandei a real, acariciando sua cintura com carinho.

— É... Também fiquei com medo de te perder, fiquei com medo de sacar meu erro muito tarde - suspirou. Peguei o shampoo e ela se virou, pra eu começar a esfregar seu cabelo. — mas se posso dizer algo, fico feliz que nos encontramos antes disso.

    Sorri.

— Eu também, amor.

— Tenho que te contar uma coisa, que eu e a Lívia decidimos hoje. - ela voltou a dizer, terminei de lavar seu cabelo e liguei o registro para tirar o shampoo do meu. Fechei os olhos. — Vamos explanar o que aconteceu em Brasília, dizer nomes e impulsionar ainda mais a justiça ao que aconteceu com... a Jade. - meu peito doeu ao ver sua voz falhar e ao lembrar da nossa amiga. Pelo seu tom ela não queria uma opinião, queria saber se eu a apoiaria ou não e a minha resposta foi óbvia.

Conexão || Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora